O curso de Pedagogia é um curso que atrai uma quantidade muito grande de mulheres. Contudo, há algumas décadas os homens estão se inserindo na área, desempenhando brilhantemente papéis nesse universo, seja na coordenação, supervisão ou docência, mostrando que gênero não define profissão.
Entrevistei um colega da faculdade chamado Gilberto Gil e que cursa o 6° semestre de Pedagogia, Universidade Norte do Paraná (Unopar). O mesmo fez Artes Plásticas na Escola de Belas Artes (UFBA), e atualmente cursa Pedagogia na Unopar.

Além disso, ele desenvolve um Projeto Voluntário chamado “Café com Artes” com workshops, oficinas de percurso e palestras de inclusão envolvendo professores, alunos e comunidade com o eixo temático: “Todo mundo nasce artista”.
Revista Quero: Por que você decidiu cursar Pedagogia?
Gilberto Gil: Decidi cursar Pedagogia pelo fato de ser um curso que me atrai e me identifico, mas também pela flexibilidade, em que o profissional pode trabalhar um, dois ou três períodos do dia, podendo conciliar ou não com outras atividades e isso é muito bacana no mundo profissional, e não são todas as profissões que dão essa oportunidade.
Apesar de o salário estar bem aquém do que a categoria merece, nas cidades do interior ainda vale a pena investir no curso, pois os ganhos estão acima da média de outros empregos.
RQB: Qual a sua opinião sobre a ruptura de padrões de cursos tidos como “masculinos” e “femininos?
GG: Nunca tive essa visão de que um curso possa ser feminino ou masculino, contudo, parece que alguns cursos atraem mais alguns gêneros. Quando iniciei na turma, senti um certo estranhamento pela predominância feminina, éramos eu e mais dois, no decorrer um desistiu e, agora, somos apenas dois homens na sala.
De certa forma, é muito bacana e não há nenhum tipo de assédio ou discriminação, a amizade e o respeito estão acima de tudo e isso é muito legal. Na minha infância e adolescência já haviam professores homens, e, apesar da predominância feminina, vejo que esse tabu foi se quebrando. Creio que isso já caiu por terra há algum tempo, apesar de ainda nos dias de hoje o número de homens seja menor na área.