
Cynefin: o que é e como usar esse framework na gestão
Giovana Murça | 08/08/25Entenda como a ferramenta Cynefin Framework pode apoiar decisões em ambientes complexos e imprevisíveis
Entenda o que é negociação, seus tipos, estilos e técnicas essenciais para aplicar nos negócios e na vida pessoal
A arte de negociar faz parte da rotina humana desde os tempos mais remotos — seja na hora de fechar um grande contrato ou de decidir quem vai lavar a louça. Ela é usada o tempo todo, mesmo que as pessoas não percebam. Mas afinal, o que é negociação?
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Trata-se de uma habilidade estratégica indispensável para alinhar interesses, resolver conflitos e construir acordos. Mais do que uma troca, negociar é uma prática que requer competências específicas — e cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho atual.
Negociar não se resume a vender algo ou fechar um contrato. O conceito de negociação é o processo de discutir e chegar a um acordo entre duas ou mais partes que têm interesses, necessidades ou objetivos diferentes.
Durante a negociação, cada parte busca alcançar o melhor resultado possível, mas também tenta entender e respeitar as demandas da outra, para que todos saiam com algum benefício.
No ambiente profissional, a negociação influencia desde decisões de liderança até relações com fornecedores, clientes e equipes. Na vida pessoal, está presente em acordos familiares, escolhas financeiras e até mesmo na mediação de conflitos simples.
Especialistas como William Ury e Roger Fisher, criadores do método “Harvard Negotiation Project”, definem negociação como a busca de um acordo por meios não impositivos, no qual o foco deve estar nas necessidades e motivos das partes, e não nas exigências ou pontos de vista fixos que elas apresentam.
Essa abordagem propõe que conflitos podem ser transformados em oportunidades de colaboração, desde que as partes envolvidas estejam dispostas a ouvir, propor e construir juntos.
O consultor e ex-negociador do FBI, Chris Voss, também reforça essa perspectiva ao apresentar a ideia de “empatia tática” como elemento-chave em qualquer tratativa. Para ele, a verdadeira negociação acontece quando há entendimento do que está por trás da fala do outro — emoções, medos e expectativas.
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Existem diferentes estilos de negociação, e a abordagem escolhida pode determinar não apenas o sucesso do acordo, mas também a qualidade do relacionamento entre as partes envolvidas.
Abaixo, confira os principais estilos de negociação, desde os mais agressivos até os mais colaborativos.
O estilo competitivo é voltado para a conquista do maior benefício possível para uma das partes, muitas vezes à custa da outra. Em situações nas quais os recursos são limitados e o objetivo é vencer, esse estilo é frequentemente utilizado.
No entanto, ele pode gerar tensões, pois, ao priorizar os próprios desejos, uma parte pode se sentir desconsiderada. Esse estilo é comum em negociações de soma zero, quando o ganho de uma parte é a perda da outra, como em disputas legais ou negociações de preço.
Por outro lado, a negociação colaborativa busca encontrar soluções que beneficiem todos os envolvidos. Ela se baseia no conceito de ganha-ganha e é muito valorizada em contextos onde a construção de um relacionamento de longo prazo é importante.
Com foco na criação de valor e na colaboração, esse estilo busca entender as necessidades das partes e encontrar formas de atender a esses interesses de maneira mútua. Essa abordagem é comum em negociações empresariais, parcerias e acordos estratégicos, como nas práticas propostas no “Harvard Negotiation Project”.
Há também estilos mais flexíveis, como o acomodativo, o evitativo e o comprometido, cada um com suas características próprias:
Além de estilos, as negociações também podem ser divididas em tipos, que variam de acordo com o contexto, os objetivos das partes envolvidas e o nível de colaboração necessário para chegar a um acordo.
Conheça os dois tipos mais comuns: negociação distributiva e negociação integrativa.
A negociação distributiva, também conhecida como “negociação de soma zero”, é caracterizada pela disputa por um recurso limitado. Em outras palavras, trata-se de uma negociação na qual as partes competem para dividir algo que não pode ser expandido, como um prêmio ou um valor fixo.
Esse tipo de negociação geralmente ocorre em contextos como compras, vendas e acordos de preço, nos quais ambas as partes têm interesses conflitantes e buscam obter a maior parte possível do que está disponível.
Um exemplo clássico de negociação distributiva é o processo de barganha em que, quanto mais uma parte conseguir, menos a outra obterá. A ênfase aqui é em como maximizar o benefício individual, sem muita preocupação com o impacto no relacionamento futuro.
Diferente da distributiva, a negociação integrativa busca criar soluções que beneficiem todas as partes envolvidas — o famoso “ganha-ganha”. Nesse tipo de negociação, as partes trabalham juntas para encontrar opções que atendam aos objetivos de todos, ampliando o valor disponível e buscando uma solução que seja vantajosa para todos.
Esse tipo de abordagem é mais comum em negociações empresariais, como parcerias ou acordos de longo prazo. Ela se baseia em um entendimento das prioridades de cada parte e na colaboração para gerar valor adicional.
Diversas técnicas podem ser utilizadas para melhorar a eficácia de uma negociação, como William Ury e Chris Voss, cujos métodos são amplamente aplicados no mundo dos negócios.
A seguir, saiba mais sobre algumas das técnicas de negociação mais famosas:
O Modelo Harvard de Negociação — ou “Harvard Negotiation Project”, criado por Roger Fisher e William Ury, é uma das abordagens mais conhecidas e eficazes na resolução de disputas. Ele sugere que, ao negociar, devemos separar as pessoas do problema e focar nos interesses de cada parte, e não no que cada um defende.
Além disso, o modelo enfatiza a importância de gerar opções que atendam aos interesses de todos os envolvidos e de usar critérios objetivos para tomar decisões.
Essa técnica busca transformar negociações adversárias em processos de colaboração, onde todas as partes saem com algum benefício. Em contextos empresariais, ela pode ser usada para resolver conflitos entre equipes, fechar parcerias e até em acordos de fusões e aquisições.
Em seu livro “Negocie como se sua vida dependesse disso”, Chris Voss, ex-negociador de reféns do FBI, expõe técnicas que podem ser aplicadas com sucesso em negociações de qualquer natureza. Ele acredita que a empatia tática é fundamental para entender o que está por trás das palavras do outro.
A técnica do “espelhamento” (repetir as últimas palavras ditas pela outra parte) e o uso de perguntas calibradas (que incentivam a outra parte a refletir e colaborar para encontrar soluções) são exemplos de métodos que ajudam a criar um ambiente de confiança e cooperação, facilitando o processo de tomada de decisão.
Voss também destaca a importância de criar um ambiente seguro onde a outra parte se sinta confortável para se abrir, compartilhando informações cruciais para a negociação. Essas técnicas podem ser particularmente úteis em negociações difíceis, como disputas de contratos ou em processos de mediação.
A sigla em inglês BATNA, traduzida como Melhor Alternativa a um Acordo Negociado, é um conceito introduzido por Fisher e Ury no Modelo Harvard. Essa técnica implica identificar a melhor opção disponível caso a negociação não avance ou não gere um acordo satisfatório — ou seja, um plano B.
Ter um BATNA forte pode ser a chave para não cair em um acordo prejudicial, e ajuda a negociar com mais segurança e autonomia, especialmente quando se está em um ambiente competitivo ou quando as opções de negociação são limitadas.
A comunicação é fundamental para o sucesso de qualquer negociação. Ela ajuda a criar empatia, estabelecer confiança e entender as necessidades de todos os envolvidos. Veja abaixo os principais elementos da comunicação estratégica:
A negociação é um processo complexo e, muitas vezes, pequenas falhas podem comprometer o resultado. Conhecer os erros mais comuns e como evitá-los pode aumentar significativamente as chances de sucesso.
Abaixo, confira os principais equívocos e suas soluções.
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