Com a evolução e difusão da inteligência artificial (IA) cada vez maior na sociedade, não é novidade que diversos estudantes passaram a utilizar o chat GPT e outras ferramentas de IA para auxiliar na realização de atividades e trabalhos acadêmicos.
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No entanto, essa realidade traz uma dúvida frequente que, se já não foi, provavelmente será feita por todos os alunos: afinal, é possível o professor “descobrir” que usei o Chat GPT ou alguma outra IA para fazer o trabalho/tarefa? Ou isso é impossível? Confira a resposta para essa e outras questões a seguir!

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Afinal, tem como o professor descobrir que usei o Chat GPT?
Para todos os alunos que acreditam que os professores não conseguem identificar se alguma tarefa foi feita totalmente pela IA, a resposta pode ser chocante: sim, é possível que o professor descubra. Inclusive, a própria Open AI, empresa criadora do Chat GPT, tem uma tecnologia que identifica se um texto é produzido por IA ou não.
Isso porque as IAs, por mais inteligentes e complexas que sejam, possuem padrões de escrita e estruturação muito parecidos, que não necessariamente são padrões humanos de produção de texto, conforme explica Felipe Menezes, diretor de inovação e um dos fundadores da Max.IA.
“Essas tecnologias (de identificação) existem e a tendência é que elas cresçam exatamente para que possam “ferramentalizar” o ser humano para identificar quando o texto é criado ou não por IA”, pontua.
Guilherme Camargo, especialista em educação e fundador da Sejunta Tecnologia, compartilha da mesma percepção. Para ele, é bem possível que educadores consigam identificar textos gerados por IA por meio de ferramentas que checam plágio e que foram desenvolvidas para reconhecer padrões.
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No entanto, segundo ele, apesar de ser possível utilizar ferramentas que fazem a checagem do material enviado pelo estudante, o ideal é garantir que o aluno seja ativo no processo e desenvolva habilidades.
“Recomendamos sempre que os professores e as escolas, de uma maneira geral, repensem os métodos de avaliação. Isto é, que possamos avaliar o desenvolvimento das habilidades do estudante e não um arquivo de texto em si”, explica.
Como usar a IA da forma correta e eficiente?
Ao contrário do que alguns podem pensar, usar IAs como o Chat GPT em trabalhos e atividades acadêmicas não deve ser para fazer o famoso “copia e cola”. Isso não ajuda a aprender e ainda corre o risco do aluno ser “pego” pelo professor e tirar zero.
Pelo contrário, a IA pode ser uma ótima ferramenta para o estudante se ele souber utilizar de uma forma saudável e inteligente, como algo que o ajude na sua pesquisa sobre determinado conteúdo e ainda explique algum enunciado de questão.
Para isso, conforme explica Guilherme Camargo, se faz necessário redefinir o escopo da atividade. “Quando as atividades não exigem que o estudante seja ativo no processo, que ele trabalhe em equipe e que ele exponha suas ideias, usualmente eles utilizam ferramentas para copiar e colar, seja no formato que for”, ressalta.
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Para começar a construir uma cultura de uso saudável da IA, o primeiro passo, explica Guilherme é fazer uma espécie de “introdução à IA” para os alunos em sala de aula, no intuito de demonstrar as diferentes ferramentas, diferentes possibilidades de uso e também o que é adequado e o que não é.
Com esta cultura de uso da IA estabelecida, os estudantes podem gerar e apresentar ideias, programar, resolver problemas, realizar pesquisas e muito mais por meio da IA. O diretor Felipe Menezes compartilha da mesma visão ao afirmar que alunos devem usar a IA como orientadora do que deve ser feito e não como uma ferramenta que executa.
“A IA tem o potencial de gerar mais eficiência trazendo um processo de aprendizagem com menos atrito, mais fluido, isso porque ela consegue processar infinitas possibilidades de caminhos e sugerir aquele que é o mais adequado para cada indivíduo. Não necessariamente ela vai responder uma pergunta, mas ela pode mostrar para o aluno qual é a melhor forma de ele aprender sobre aquela pergunta que está sendo feita”, conta.