Transtorno do Processamento Sensorial: o que é, sintomas e tratamento
Saiba o que é o Transtorno do Processamento Sensorial, seus sintomas, diagnóstico e como buscar apoio escolar.
O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) é uma condição que afeta a forma como o cérebro organiza e responde aos estímulos do ambiente. Aqueles que apresentam esse quadro podem ter dificuldade em processar sons, imagens, cheiros e até sensações de toque, o que impacta o aprendizado e a socialização.
Para os pais que convivem com essa realidade, entender a manifestação dos sintomas do TPS nos filhos é o primeiro passo para oferecer o suporte necessário em casa e na escola. Neste conteúdo, você verá o que caracteriza esse transtorno, quais são os sintomas mais comuns e como o diagnóstico e o apoio escolar podem fazer a diferença no desenvolvimento do seu filho.
Neste artigo, você vai ver:
- O que é o Transtorno do Processamento Sensorial?
- Quais são os sintomas do Transtorno do Processamento Sensorial?
- Como é feito o diagnóstico do TPS?
- TPS e autismo: há alguma relação?
- Como o TPS afeta o desempenho escolar?
O que é o Transtorno do Processamento Sensorial?
O Transtorno do Processamento Sensorial é um distúrbio do sistema nervoso que prejudica a forma como recebemos e respondemos aos estímulos sensoriais. Ou seja, sons, toques e até cheiros comuns podem parecer excessivamente fortes ou, ao contrário, quase imperceptíveis para quem tem TPS.
Em muitos casos, crianças portadoras dessa condição sentem dificuldade em se concentrar e reagir de maneira típica ao ambiente ao seu redor, o que pode afetar diretamente o rendimento escolar e a interação com colegas.
Esse transtorno não é classificado como uma condição específica no DSM-5, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o que significa que ele é abordado com foco em suas manifestações e nos impactos no comportamento. No entanto, a importância do reconhecimento do TPS cresce entre educadores e profissionais da saúde, especialmente por ser um fator que interfere diretamente na experiência escolar dos pequenos.
Para as crianças com TPS, o apoio escolar é essencial. Ele permite a criação de adaptações no ambiente e no modo de ensino que facilitam o aprendizado e tornam a experiência educacional mais confortável e produtiva.
Essa adaptação ajuda a reduzir o impacto das dificuldades sensoriais no desenvolvimento escolar e social do aluno, aumentando suas chances de obter um bom desempenho escolar.
Quais são os sintomas do Transtorno do Processamento Sensorial?
Os sintomas do TPS podem variar de uma criança para outra, pois cada uma reage de maneira única aos estímulos sensoriais. Alguns dos sintomas mais comuns incluem hipersensibilidade ou hipossensibilidade a sons, luzes, toques e cheiros.
A hipersensibilidade faz com que a criança sinta-se incomodada por estímulos que, para outras pessoas, podem passar despercebidos, como o barulho de um ventilador. Já na hipossensibilidade, a criança parece não notar alguns estímulos, como ser chamada ou tocar em um objeto quente.
Outra característica comum em crianças com TPS é a dificuldade em coordenar movimentos e manter o equilíbrio, o que pode interferir em atividades como correr, pular e brincar.
Em sala de aula, essa dificuldade de coordenação motora afeta tarefas simples, como escrever ou cortar com tesoura, o que pode gerar frustração.
Além disso, crianças com TPS podem apresentar reações emocionais intensas e até mesmo dificuldade para se socializar. Elas tendem a evitar situações em que se sintam expostas a estímulos desagradáveis, o que pode ser confundido com timidez ou dificuldade em lidar com outras crianças.
Esses sintomas, quando identificados precocemente, ajudam pais e educadores a oferecer o suporte necessário para que a criança tenha uma rotina adaptada.
Como é feito o diagnóstico do TPS?
O diagnóstico do Transtorno do Processamento Sensorial é realizado por especialistas, como terapeutas e neurologistas, que utilizam testes específicos e observações comportamentais para avaliar a sensibilidade da criança aos estímulos. Esses profissionais também investigam como as reações sensoriais da criança afetam suas atividades diárias e seu desenvolvimento em geral.
Vale destacar que, embora o TPS não esteja listado no DSM-5, o diagnóstico é essencial para entender as particularidades da condição e ajudar a criança a encontrar maneiras de lidar com suas dificuldades.
Para uma avaliação precisa, os especialistas contam com a colaboração dos pais e dos professores, que compartilham observações do comportamento da criança em diferentes contextos. Esse conjunto de informações é importante para que a identificação seja feita com clareza, possibilitando a criação de um plano de tratamento adequado.
Após o diagnóstico, o acompanhamento terapêutico é indicado, geralmente com foco em terapias sensoriais e ocupacionais. Essas terapias têm o objetivo de ajudar a criança a se familiarizar com os estímulos, tornando-os menos impactantes e ajudando-a a desenvolver estratégias para lidar com diferentes situações.
TPS e autismo: há alguma relação?
É comum que o TPS seja associado ao autismo, pois ambos compartilham algumas características comuns, como a dificuldade em lidar com estímulos sensoriais. Contudo, nem todas as crianças com TPS apresentam autismo, e nem todas as crianças autistas têm TPS.
O transtorno de processamento sensorial pode ocorrer de forma independente e também é encontrado em crianças neurotípicas, que não apresentam condições como o autismo.
O diagnóstico de TPS não implica que a criança seja autista, mas em alguns casos, a avaliação de TPS leva a um diagnóstico mais amplo de condições que incluem o autismo.
De qualquer forma, é fundamental contar com um acompanhamento especializado para garantir que a criança receba o suporte mais adequado. Isso ajuda os pais a compreenderem as reais necessidades do seu filho e a se prepararem para oferecer o auxílio necessário, tanto em casa quanto na escola.
Como o TPS afeta o desempenho escolar?
O Transtorno do Processamento Sensorial impacta o convívio escolar, pois a criança pode ter dificuldade em se concentrar e acompanhar o ritmo da turma devido à maneira como lida com os estímulos ao seu redor.
Ruídos, movimentos e até texturas comuns na sala de aula podem ser distrações constantes, fazendo com que o pequeno perca o foco e tenha dificuldades para aprender o conteúdo passado.
Para lidar com essa situação, muitas escolas já adotam medidas de adaptação que ajudam a reduzir o impacto do TPS na aprendizagem. Entre essas medidas estão a criação de ambientes controlados, o uso de fones de ouvido que diminuem o ruído e até a possibilidade de atividades em pequenos grupos.
Essas adaptações são fundamentais para que a criança com TPS possa se sentir acolhida e consiga acompanhar as atividades propostas sem o desgaste causado pela sobrecarga sensorial.
Além disso, o acompanhamento de um profissional de apoio pedagógico ajuda a criança a lidar com essas dificuldades. Esse profissional pode oferecer estratégias para que ela se adapte ao ambiente escolar, criando um plano de ação conjunto com professores e pais para melhorar a experiência educacional.
Com o apoio correto, é possível que a criança aprenda a gerenciar suas respostas aos estímulos e, assim, tenha uma vida escolar equilibrada.