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Buraco Negro: aprenda o que é e como se forma

Física - Manual do Enem
Sara Nahra Publicado por Sara Nahra
 -  Última atualização: 19/12/2023

Introdução

Existem diversas teorias e propostas na área da física. Um exemplo disso é a Teoria da Relatividade, de  Albert Einsten. Outro exemplo é a existência de buracos negros foi proposta há mais de um século, e, desde então, observações e estudos têm confirmado e ampliado o entendimento sobre esses objetos cósmicos. 

Embora não seja possível vê-los diretamente devido à sua natureza de "não emitir luz", os buracos negros podem ser detectados por meio dos efeitos gravitacionais que exercem sobre objetos próximos e pela radiação emitida pelo material que eles consomem.

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Índice

O que é um buraco negro?

Um buraco negro pode ser imaginado como uma espécie de "aspirador cósmico", mas, em vez de sugar poeira, ele atrai e consome qualquer matéria que se aproxime demais, incluindo luz. No universo, os buracos negros são regiões onde a gravidade é tão forte que nada, nem mesmo a luz, pode escapar de seu alcance.

Imagine uma bola de borracha sendo pressionada em um lençol esticado, criando uma depressão. Quanto mais pesada for a bola, mais profunda será a depressão. Em termos cósmicos, o lençol representa o tecido do espaço-tempo e a bola representa um corpo massivo, como uma estrela. No caso de um buraco negro, a "depressão" é tão profunda e íngreme que tudo que se aproxima demais é sugado para dentro, sem possibilidade de retorno.

A fronteira em torno de um buraco negro, chamada de "horizonte de eventos", é o ponto sem retorno. Tudo o que cruza essa fronteira é inevitavelmente puxado para dentro do buraco negro, desaparecendo do universo observável.

No centro do buraco negro, acredita-se que haja uma região chamada "singularidade", onde a densidade é infinita e as leis da física, como as conhecemos, deixam de ser aplicáveis.

Principais características dos buracos negros

Os buracos negros possuem propriedades distintas que os definem, como:

  1. Singularidade: No coração de cada buraco negro encontra-se um ponto chamado de singularidade. É aqui que toda a massa do buraco negro está concentrada em um volume infinitesimalmente pequeno. Em outras palavras, a densidade da singularidade é infinita. As leis convencionais da física se rompem nesta região, e os cientistas ainda buscam entender completamente o que acontece dentro dela.

  2. Horizonte de eventos: Frequentemente referido como o "limite de ponto sem retorno", o horizonte de eventos é uma esfera invisível ao redor do buraco negro. Tudo o que cruza este horizonte é inexoravelmente atraído para dentro do buraco negro, tornando-se inacessível e indetectável do nosso universo. Mesmo a luz, conhecida por sua velocidade impressionante, não consegue escapar uma vez que cruza este limite.

  3. Força gravitacional: Os buracos negros possuem uma força gravitacional extraordinariamente poderosa, resultante da concentração de uma grande quantidade de massa em um espaço extremamente pequeno. Esta força gravitacional intensa é o que permite que os buracos negros "suguem" matéria e luz próximas. Além disso, é essa força que causa efeitos como a distorção do espaço-tempo ao redor do buraco negro.

  4. Disco de acreção: Embora não seja exclusivo dos buracos negros, muitos deles possuem um disco de acreção. Este disco é formado por gás, poeira e outros detritos que giram em alta velocidade ao redor do buraco negro, atraídos por sua poderosa gravidade, mas ainda não cruzaram o horizonte de eventos. O material no disco de acreção é aquecido a temperaturas extremamente altas, emitindo grandes quantidades de radiação, tornando-se uma das maneiras pelas quais os astrônomos podem detectar a presença de um buraco negro.

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Qual a aparência de um buraco negro?

Os buracos negros possuem uma aparência muito intrigante. São invisíveis, já que sua gravidade é tão grande ao ponto de que nem a luz consegue escapar deles. Apesar disso, são observados alguns efeitos de um buraco negro ao redor deles, como: o horizonte de eventos (ou ponto de não retorno) que é o ponto onde qualquer coisa que o atravesse não consegue mais escapar. É detectável pelo influência da gravidade do buraco negro. 

Outro efeito visual são os são anéis luminosos, formados por substâncias que estão sendo puxados pelo buraco negro e à medida que se aproximam dele, os materiais se aquecem emitindo radiação, sendo observada em várias faixas do espectro eletromagnético. 

Podemos citar, também, os jatos relativísticos, que são partículas carregadas, emitidas pelos buracos negros de suas regiões polares.

Outro efeito é a lente gravitacional, que é quando a gravidade do burago negro acaba distorcendo a luz de objetos atrás dele, criando imagens distorcidas ou múltiplas de estrelas ou galáxias que estão mais distantes.

Por fim, temos a sombra que um buraco negro que é causada pela luz que foi desviada pela gravidade do buraco negro.

Primeira foto de um buraco negro

A primeira imagem direta de um buraco negro, capturada pelo Event Horizon Telescope em 2019, mostrou a sombra do buraco negro no centro da galáxia M87.

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Imagem: Telescópio de Horizonte de Eventos – EHT

Como os buracos negros são formados?

Os buracos negros são produtos de eventos cósmicos intensos, originados principalmente da transformação de estrelas gigantes. O processo de formação de um buraco negro está intrinsecamente ligado à evolução estelar e ao final catastrófico de estrelas de grande massa. 

Vida e morte de estrelas

Toda estrela começa sua vida como uma enorme nuvem de gás e poeira. Sob influência da gravidade, essa nuvem começa a se condensar e formar uma protoestrela. À medida que a pressão e a temperatura no núcleo aumentam, ocorre a fusão nuclear, dando início à fase principal da vida da estrela.

Estrelas massivas

Nem todas as estrelas formarão buracos negros. Somente aquelas com massas substancialmente superiores à do nosso Sol têm potencial para tal destino. Estrelas como essas têm uma vida mais curta e tumultuada, pois queimam seu combustível nuclear a uma taxa muito mais rápida que estrelas menores.

Supernova

Quando as estrelas massivas esgotam seu combustível nuclear, não conseguem mais sustentar sua própria gravidade e começam a colapsar. Esse colapso resulta em uma explosão cataclísmica conhecida como supernova. Esta é uma das explosões mais poderosas do universo e pode ser observada de grandes distâncias.

Formação do buraco negro

Após a explosão da supernova, o núcleo remanescente da estrela continua a colapsar sob sua própria gravidade. Se a massa desse núcleo for suficiente, ele irá colapsar até que todo o seu volume se torne um ponto infinitesimal, dando origem a um buraco negro. A quantidade exata de massa necessária para formar um buraco negro varia, mas acredita-se que seja de pelo menos cerca de três vezes a massa do Sol.

Outras formações

Embora a morte de estrelas massivas seja o método mais comum de formação de buracos negros, existem outras teorias e observações que sugerem métodos alternativos. Por exemplo, a colisão de duas estrelas de nêutrons ou a fusão de buracos negros menores pode também resultar na formação de um buraco negro.

Estágios da vida de uma estrela

Cada estrela no céu tem uma história, e essa história é determinada em grande parte pela sua massa inicial. A evolução de uma estrela é um processo complexo, e enquanto cada estrela é única em sua jornada, existem etapas comuns que a maioria das estrelas atravessa. 

  1. Nebulosa molecular: Tudo começa em uma nebulosa molecular, uma vasta nuvem de gás e poeira no espaço. Sob influência de perturbações externas, como a explosão de uma estrela próxima, partes dessa nebulosa começam a se aglomerar sob a força da gravidade.

  2. Protoestrela: A medida que o gás e a poeira continuam a se acumular, uma protoestrela é formada. Durante este estágio, a estrela ainda não iniciou a fusão nuclear em seu núcleo, mas a temperatura e a pressão estão aumentando.

  3. Sequência principal: Uma vez que a fusão nuclear começa no núcleo, a estrela entra em seu estágio de sequência principal. Este é o período mais longo da vida de uma estrela, onde ela queima hidrogênio para formar hélio. O Sol, por exemplo, está atualmente nesta fase.

  4. Gigante vermelha: Quando o hidrogênio no núcleo se esgota, a estrela começa a expandir e se torna uma gigante vermelha. Durante este estágio, a estrela queima hidrogênio em camadas ao redor do núcleo e começa a fusão de hélio no núcleo.

  5. Fase de supernova ou anã branca: Dependendo da massa inicial da estrela, ela pode passar por uma explosão supernova ou se transformar diretamente em uma anã branca. Estrelas massivas explodem como supernovas, enquanto estrelas do tamanho do Sol se tornam anãs brancas.

  6. Destinos finais:
    - Estrelas de Massa Baixa a Média: Após a fase de anã branca, essas estrelas podem se tornar anãs negras, objetos frios e inertes no espaço.
    - Estrelas Massivas: Após a explosão da supernova, o núcleo remanescente pode se tornar uma estrela de nêutrons ou, se for massivo o suficiente, um buraco negro.

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Os buracos negros na galáxia

Os buracos negros, embora invisíveis aos instrumentos convencionais de observação, são parte integrante da tapeçaria da nossa galáxia, a Via Láctea. 

Buraco negro supermassivo

No coração da Via Láctea, encontra-se um buraco negro supermassivo chamado Sagitário A* (pronuncia-se "Sagitário A estrela"). Este monstro cósmico tem uma massa estimada em cerca de quatro milhões de vezes a do Sol. A presença de Sagitário A* é detectada por meio de observações de estrelas e nuvens de gás orbitando a uma velocidade impressionante perto do centro galáctico.

Buracos negros estelares

Além do buraco negro supermassivo central, nossa galáxia também abriga muitos buracos negros estelares. Estes são formados a partir do colapso gravitacional de estrelas massivas após o término de seu ciclo de vida. Estima-se que existam dezenas de milhões desses buracos negros em toda a Via Láctea, mas apenas alguns foram identificados até agora devido à sua natureza discreta.

Detecção e localização

Detectar buracos negros estelares é um desafio, já que não emitem luz. No entanto, eles podem ser descobertos indiretamente através de suas interações com outros objetos celestes. Por exemplo, quando um buraco negro estelar está em um sistema binário e está atraindo material de sua estrela companheira, esse material pode emitir raios X intensos que podem ser detectados por telescópios especializados.

Distribuição na galáxia

 Acredita-se que os buracos negros estelares estejam distribuídos por toda a galáxia, com uma concentração maior perto do centro galáctico. Isso se deve à maior densidade de estrelas nessa região, o que aumenta a probabilidade de estrelas massivas evoluírem para buracos negros.

Resumo sobre buracos negros

Resumindo, os buracos negros são regiões do espaço onde a gravidade é enorme e nada que adentre seus limites, consegue escapar. Esses buracos se formam por meio dos remanescentes de uma estrela que morre depois que sofre uma explosão de supernova. Assim, o buraco negro tem origem a partir do núcleo de uma estrela que colapsa. Existem vários tipos de buracos negros, como os estrelares, os Supermassivos, de Massa Intermediária e os Primordiais.

Apesar de não conseguirem ser observados de maneira direta, suas presenças são percebidas através de suas interações com a matéria ao redor e os efeitos gravitacionais que exercem.

Enfim, o tópico sobre buracos negros continua sendo fascinante e muitas pesquisas relacionadas a esse tema tem sido realizado por diversos pesquisadores e estudiosos da área da astrofísica e cosmologia.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 1
Enem/2022

Um Buraco Negro é um corpo celeste que possui uma grande quantidade de matéria concentrada em uma pequena região do espaço, de modo que sua força gravitacional é tão grande que qualquer partícula fica aprisionada em sua superfície, inclusive a luz. O raio dessa região caracteriza uma superfície-limite, chamada de horizonte de eventos, da qual nada consegue escapar. Considere que o Sol foi instantaneamente substituído por um Buraco Negro com a mesma massa solar, de modo que o seu horizonte de eventos seja de aproximadamente 3,0 km.

SCHWARZSCHILD, K. On the Gravitational Field of a Mass Point According to Einstein’s Theory. Disponível em: arxiv.org. Acesso em: 26 maio 2022 (adaptado).

Após a substituição descrita, o que aconteceria aos planetas do Sistema Solar?

 

A Eles se moveriam em órbitas espirais, aproximando-se sucessivamente do Buraco Negro.
B Eles oscilariam aleatoriamente em torno de suas órbitas elípticas originais.
C Eles se moveriam em direção ao centro do Buraco Negro.
D Eles passariam a precessionar mais rapidamente.
E Eles manteriam suas órbitas inalteradas.
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