Após esses dois eventos que marcaram o final da Guerra Fria, os Estados Unidos assumiram o posto de maior potência global, já que não possuíam mais um rival com o poder da União Soviética.
Mesmo a Rússia, principal herdeira do espólio soviético, não tinha mais o potencial militar de sua antecessora, e atravessou uma grave crise econômica durante a transição para o capitalismo. Esse processo foi, inclusive, influenciado pelos americanos.
Dessa forma, os Estados Unidos puderam expandir seu domínio ao redor do globo, bem como impor uma hegemonia capitalista sobre os outros países até então inédita.
Essa hegemonia capitalista, associada à integração econômica e ao intercâmbio cultural e social desse período, incrementados pelas novas tecnologias no campo da comunicação e transportes, levaram à consolidação do processo de globalização.
Cabe ressaltar que essa integração econômica, contudo, não é sinônimo de desenvolvimento equivalente entre os países. Ela integrou e espalhou os processos de produção e o consumo de mercadorias pelo mundo, mas manteve uma hierarquia internacional e não resultou na diminuição das desigualdades sociais e regionais.
A expansão americana, a partir de então, se deu muito mais pelo campo econômico do que pelo militar, embora os Estados Unidos continuassem participando de conflitos bélicos em outros países.
Isso levou alguns pesquisadores a criarem, em oposição ao período da Guerra Fria, o conceito de mundo unipolar, ou seja, dominado por uma única potência: os Estados Unidos.
Essa classificação, contudo, não era consensual, já que ao mesmo tempo houve um fortalecimento gradual de países de economia muito desenvolvida, caso do Japão, e de blocos econômicos, como a União Europeia, liderada pela Alemanha.
Desse modo, outro grupo de pesquisadores considera que o termo “multipolar” seria o mais adequado para identificar a dispersão de pólos de influência ao redor do mundo.
Há, ainda, um terceiro grupo que defende o uso do termo “unimultipolar”, para descrever a ocorrência de uma ordem globalizada, com a existência de diversos polos de poder, mas ainda sob liderança dos Estados Unidos.
A ascensão da China como potência econômica nos últimos anos, bem como a recuperação da Rússia e a expansão de sua presença no cenário internacional, fortalecem a tese de diversos polos de poder.
Cabe ressaltar, contudo, que as classificações respondem a pontos de vista distintos, que enfatizam aspectos diversos. Portanto, não podemos facilmente dizer que uma delas é correta e as outras erradas. É preciso levar em conta o contexto e os objetivos de cada autor ao usá-las.