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Angústia - resumo

Literatura - Manual do Enem
João Ferreira Publicado por João Ferreira
 -  Última atualização: 27/9/2022

Introdução

Introdução

O livro “Angústia” entrou no radar dos vestibulandos ao ser adicionado na lista de leituras obrigatórias para o vestibular da FUVEST, processo seletivo para conseguir uma vaga em um dos cursos da Universidade de São Paulo (USP).

A faculdade paulista é uma das mais renomadas do país, com cursos considerados de extrema excelência. Com isso, a concorrência pelas vagas é bem grande e não dá para dar bobeira e deixar a leitura do livro de lado.

Se você não vai prestar a Fuvest, mas está precisando de ajuda para compreender o livro para suas aulas de literatura, este conteúdo também irá te ajudar a captar as nuances e detalhes da obra. 

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Além disso, o autor de Angústia, Graciliano Ramos, é figurinha carimbada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Apesar do Enem não possuir leituras obrigatórias, a prova exige alguns conhecimentos básicos sobre um dos principais escritores de nosso país e suas obras. Por isso, fique atento!

Índice

Qual é o tema central de Angústia?

O livro trata sobre as impressões, memórias e angústias em primeira pessoa do personagem Luís da Silva, trinta dias depois após um acontecimento marcante para ele.

Em uma narrativa fruto de seu fluxo de consciência, Luís conta sua história, descrevendo desde características próprias e de outros personagens, até acontecimentos que culminam na razão que o deixou angustiado.

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Atenção: “spoilers” abaixo!

O protagonista descreve parte de sua infância, adolescência e vida adulta, todas muito sofridas, que seriam, de certa forma, responsáveis pelo estágio em que ele se encontra atualmente. Luís batalhou para conseguir sobreviver a algumas péssimas condições de vida que passou.

Ao se fixar em Maceió como funcionário público, Luís começa a se aproximar de sua nova vizinha, Marina. Os dois se envolvem romanticamente e planejam se casar. Entretanto, Marina começa a lhe frustrar devido a diversas exigências que custavam caro. Mas como estava muito apaixonado, ele resolve atender aos pedidos da amada e até a se endividar para cumpri-los.

Mas tudo piora quando Luís vê Marina se aproximando de Julião Tavares. Ele passa a se sentir humilhado cada vez que flagra os dois conversando e passa a sentir ódio de Julião. Com posses, Julião passa a mimar Marina com presentes e passeios caros.

Luís descobre (ou pelo menos acredita nisso por suas próprias conclusões, visto que só temos a versão dos fatos do narrador) que Marina ficou grávida de Julião e decide a perseguir. Ele vê que Marina vai até um local conhecido por realizar abortos e quando ela sai de lá, a confronta verbalmente de forma muito rude.

Em uma de suas várias perseguições e descobertas, pouco tempo depois, ele também descobre que Julião não está mais com Marina e resolve tirar satisfação com o mesmo. 

Endividado, raivoso e completamente frustrado, Luís toma uma decisão. É o momento-chave do livro: ele enrola uma corda no pescoço de Julião, pelas costas, e o mata sufocado, ideia vinda fruto de um sonho que o atormentava. A seguir, simula um cenário em que Julião teria cometido suicídio.

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Qual o motivo da “Angústia” do personagem Luís da Silva?

Logo após o ato tenebroso, Luís entra em um estado de profunda depressão e poucas ações. O assassinato de Julião e o possível arrependimento e angústia pelo ato provocam a pertubação que atormenta o cotidiano de Luís e os fazem escrever seu monólogo.

Quem são os personagens de Angústia?

A história de Angústia gira em torno de três personagens principais: Luis, Marina e Julião.

Luís da Silva

É o narrador-protagonista da história que ele mesmo escreve (metalinguagem). Vindo de uma família decadente e ausente, Luís é um funcionário público e escritor de Maceió, que está decepcionado com sua vida e ganha pouco. Ele decide escrever sobre suas lamúrias e frustrações.

Marina

Marina é a grande paixão de Luís, descrita como bela, mas superficial. É uma vizinha muito próxima de Luis.

Julião Tavares

Luís descreve Julião como um personagem oposto ao seu, com características rebuscadas. Ele se envolve com Marina romanticamente.

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Principais características do livro Angústia

Qual o gênero do livro Angústia?

O livro Angústia é uma romance que se encaixa na 2ª fase do Modernismo brasileiro, a chamada “geração de 30”, e que também resgata algumas características presentes no Naturalismo.

Quando se passa o livro Angústia?

O livro se passa em Maceió, no estado de Alagoas (estado onde nasceu o autor Graciliano Ramos), em seu tempo contemporâneo de publicação, nos anos da década de 1930.

Qual o foco narrativo do livro Angústia?

Angústia tem como característica de seu foco narrativo uma narração em primeira pessoa, com narrador-personagem. No caso, a narração é feita pelo protagonista Luís da Silva. A narrativa é fragmentada e não-linear, visto que se trata de uma sequência de pensamentos do personagem.

Quem é o autor do livro Angústia?

O livro “Angústia” foi escrito por Graciliano Ramos (1892-1953) e publicado em 1936. O autor nasceu em Alagoas e possui uma carreira com passagens por várias profissões, das quais se destacam a de escritor, jornalista e político.

“Angústia” foi publicado quando Graciliano estava preso pelo regime ditatorial do Estado Novo, de Getúlio Vargas, acusado de ser militante comunista. De fato, anos depois, ele ingressou no Partido Comunista Brasileiro.

As obras de Graciliano Ramos já foram traduzidas em diversas línguas e publicadas em diversos países, evidenciando sua grandeza e respeito dado pela comunidade internacional. Angústia figura, na visão de muitos, como um dos seus melhores e surpreendentes textos.

Outra publicação considerada por muitos como sua obra prima, o livro “Vidas Secas” (1938) é um clássico da literatura brasileira que trata de uma família de retirantes nordestinos e as condições de extrema desigualdade social pelas quais passavam.

Outras obras de Graciliano Ramos

Algumas outras publicações importantes de Graciliano Ramos além de Angústia foram:

  • Caetés (1933)
  • São Bernardo (1934)
  • Vidas Secas (1938)
  • Memórias do Cárcere (1953)

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Onde posso ler o livro Angústia?

O livro “Angústia” é, atualmente, de propriedade da Editora Record e só possui versão paga oficialmente disponível, para edições impressas e e-books, por volta de R$40,00, vendidos em livrarias virtuais e físicas.

Segundo a lei brasileira de direitos autorais, uma obra só entra em domínio público 70 anos após o falecimento do autor. Como Graciliano morreu em 1953, a previsão é de que em 2024 a obra esteja disponível em novas editoras e até em formato “.pdf” na internet.

Como este livro é bem popular, você também tem a opção de verificar na biblioteca da sua escola ou do seu município se o livro está disponível e emprestá-lo gratuitamente.

Quantas páginas tem o livro Angústia?

Na edição publicada pela Editora Record em 2019, o livro “Angústia” contém 368 páginas.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
Fuvest 2020

Os textos literários são obras de discurso, a que falta a imediata referencialidade da  linguagem corrente; poéticos, abolem, “destroem” o mundo circundante, cotidiano, graças à função irrealizante da imaginação que os constrói. E prendem‐nos na teia de sua linguagem, a que devemo poder de apelo estético que nos enleia; seduz‐nos o mundo outro, irreal, neles configurado (...). No entanto, da adesão a esse “mundo de papel”, quando retornamos ao real, nossa experiência, ampliada e renovada pela experiência da obra, à luz do que nos revelou, possibilita redescobri‐lo, sentindo‐o e pensando‐o de maneira diferente e nova. A ilusão, a mentira, o fingimento da ficção, aclara o real ao desligar‐se dele, transfigurando‐o; e aclara‐o já pelo insight que em nós provocou.

Benedito Nunes, “Ética e leitura”, de Crivo de Papel.

O que eu precisava era ler um romance fantástico, um romance besta, em que os homens e as mulheres fossem criações absurdas, não andassem magoando‐se, traindo‐se. Histórias fáceis, sem almas complicadas. Infelizmente essas leituras já não me comovem.

Graciliano Ramos, Angústia.

Se o discurso literário “aclara o real ao desligar‐se dele, transfigurando‐o”, pode‐se dizer que Luís da Silva, o narrador‐protagonista de Angústia, já não se comove com a leitura de “histórias fáceis, sem almas complicadas” porque:

A rejeita, como jornalista, a escrita de ficção.
B prefere alienar‐se com narrativas épicas.
C é indiferente às histórias de fundo sentimental.
D está engajado na militância política.
E se afunda na negatividade própria do fracassado.
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