Logo da Quero Bolsa
Como funciona
  1. Busque sua bolsa

    Escolha um curso e encontre a melhor opção pra você.


  2. Garanta sua bolsa

    Faça a sua adesão e siga os passos para o processo seletivo.


  3. Estude pagando menos

    Aí é só realizar a matrícula e mandar ver nos estudos.


Paródia | o Que é e Exemplos de Textos Famosos de Paródias

Literatura - Manual do Enem
Laisa Ribeiro Publicado por Laisa Ribeiro
 -  Última atualização: 29/8/2023

Índice

Introdução

Os youtubers estão fazendo muito sucesso atualmente. Provavelmente, você já assistiu aos vídeos de algum deles, não é? Pode ser um tutorial de maquiagem ou um vídeo de humor. Você sabia que dá para estudar para o vestibular e provas assistindo aos vídeos desses canais?

É muito comum nesses grandes canais do Youtube a produção de vídeos de paródias. Eles consistem em vídeos em que os youtubers reproduzem o contexto de uma canção ou de um videoclipe – que está fazendo muito sucesso – de uma artista, mudando a letra da canção - e mais alguns detalhes de contexto - para gerar um efeito de humor.

Um exemplo é o vídeo “Na sua cara” do Whindersson Nunes, que faz uma paródia da música “Sua cara”, de Major Lazer, com participação da Anitta e Pabllo Vittar.

Nesta paródia, o humorista veste-se como a cantora Anitta no videoclipe original, mas gera um efeito de humor ao mudar o contexto da mensagem da canção, apesar de usar a mesma melodia.

📚 Você vai prestar o Enem? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚 

O que é uma paródia?

A paródia é um recurso da intertextualidade. Ou seja, há uma referência a uma obra feita previamente. Esse recurso sempre usará a estrutura dessa obra anterior, mas a modificará em detalhes. Esses detalhes gerarão humor, uma vez que o objetivo da paródia é a comédia. Muitas vezes, esse humor pode vir acompanhado da crítica.

A paródia pode ser usada em diversos meios. Confira alguns dos que mais usam esse recurso:

  • livros
  • filmes
  • canções
  • pinturas
  • propagandas

Você já assistiu ao filme “As branquelas”? Nele, dois agentes do FBI precisam proteger duas socialites de um sequestro. Para que isso não aconteça, eles ficam no lugar delas, se transformando completamente – colocam uma peruca loira, roupas cor-de-rosa e precisam se comportar como elas.

Nesse filme, há uma paródia feita em cima do comportamento das mulheres ricas e mimadas. Os agentes de FBI levam esse comportamento a um patamar completamente caricato e, por isso, esse filme ainda é lembrado por muitas pessoas, devido suas cenas engraçadas.

Paródia na literatura

Há muitas paródias na Literatura brasileira! Casimiro de Abreu, um poeta da segunda geração do Romantismo, escreveu um poema com muito saudosismo:

MEUS OITO ANOS

Oh! que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!

[...]

O que Casimiro de Abreu não esperava é que, no futuro, surgiria o Modernismo – uma escola da Literatura que desejou libertar-se dos moldes antigos, principalmente desse sentimento nacionalista do romantismo.

Oswald de Andrade, um dos grandes nomes modernistas, que conhecia o poema de Casimiro de Abreu, decidiu fazer uma paródia, como se esse fosse o seu canal no YouTube da época, à la Whindersson Nunes.

MEUS OITO ANOS

Oh que saudades que eu tenho

Da aurora de minha vida

Das horas

De minha infância

Que os anos não trazem mais

Naquele quintal de terra!

Da rua de Santo Antônio

Debaixo da bananeira

Sem nenhum laranjais

[...]

Nele, você pode perceber que Oswald de Andrade usou a mesma estrutura do poema anterior, inclusive com o mesmo nome. Contudo, ele muda detalhes importantes. O fato de não ter nenhum laranjal já é uma crítica, um fator que gera humor, já que o laranjal era tão amado por Casimiro de Abreu.

Paródia na cultura pop

Sabe quem também ama fazer paródias? A cultura pop! Mas o que é, realmente, essa cultura pop? Senta que lá vem história.

Nos anos 60, surgiu a Pop Art, uma forma de arte muito difundida por um artista chamado Andy Warhol. Talvez você o conheça por um quadro muito famoso em que ele pintou o rosto da Marilyn Monroe em diversas cores, muito próximas do neon.

Essa é a Pop Art, uma arte que usa ícones famosos que estão presentes nos meios de comunicação. Afinal, essa foi a época do auge da televisão, do cinema e de certas bandas icônicas como os Beatles.

Da Pop Art, surge a cultura pop, que explora essas mesmas figuras tão presentes nos meios de comunicação. Quer um exemplo de quem faz parte da cultura pop? Os super-heróis! Por isso, é muito fácil encontrar paródias de obras famosas com figuras da Marvel e da DC.

A Última Ceia com Batman e vilõesA Última Ceia com Batman e vilões

Para compreender a paródia

Para entender uma paródia completamente, é preciso compreender qual é a obra original que está sendo citada. Por isso, a intertextualidade pede que você tenha bagagem cultural.

Como conseguir isso? Muito fácil! Assista a muitos filmes, esteja por dentro do que está acontecendo no mundo, leia muitos livros, veja quais quadros são muito famosos e o motivo pelo qual eles são tão especiais. Você vai acabar se apaixonando pelo mundo da arte!

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM

Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:

TEXTO 1

Quando nasci, um anjo torto

Desses que vivem na sombra

Disse: Vai Carlos! Ser “gauche na vida”

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964)

TEXTO 2

Quando nasci veio um anjo safado

O chato dum querubim

E decretou que eu tava predestinado

A ser errado assim

Já de saída a minha estrada entortou

Mas vou até o fim.

(BUARQUE, Chico. Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989)

TEXTO 3

Quando nasci um anjo esbelto

Desses que tocam trombeta, anunciou:

Vai carregar bandeira.

Carga muito pesada pra mulher

Essa espécie ainda envergonhada.

(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)

Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade em relação a Carlos Drummond de Andrade por:

A reiteração de imagens
B oposição de ideias
C falta de criatividade
D negação dos versos
E ausência de recursos
Prepare-se para o Enem com a Quero Bolsa! Receba conteúdos e notícias sobre o exame diretamente no seu e-mail