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Preconceito: entenda o que é e como acontece

Sociologia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 19/12/2023

Índice

Introdução

Em meio à evolução social e cultural, o termo "preconceito" frequentemente emerge como uma das questões centrais das sociedades contemporâneas. O preconceito, em sua essência, refere-se a um julgamento ou opinião formados antecipadamente, sem conhecimento adequado ou exame minucioso. Geralmente, é uma atitude negativa em relação a uma pessoa ou grupo, baseada em características como raça, gênero, religião, origem étnica ou outras diferenças percebidas.

O preconceito não é um fenômeno isolado ou ocasional. Ele é prevalente em muitas culturas ao redor do mundo, manifestando-se de várias formas, desde sutis expressões verbais até atos violentos de discriminação. A prevalência desse conceito se dá, em grande parte, devido a generalizações e estereótipos amplamente aceitos que são transmitidos de geração em geração.

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Definição de preconceito

Preconceito é uma palavra amplamente utilizada, mas muitas vezes mal compreendida. A origem do termo provém do latim "praejudicium", que significa "julgamento antecipado". 

No âmbito acadêmico, preconceito é definido como uma opinião ou julgamento formado sem conhecimento adequado, informações ou raciocínio lógico. É uma atitude geralmente negativa ou aversiva em relação a uma pessoa ou grupo, baseada em características reais ou imaginadas, sem qualquer base factual. Essas características podem incluir, mas não se limitam a, raça, gênero, religião, nacionalidade, orientação sexual, ou qualquer outro aspecto identitário.

No entanto, em uma perspectiva cotidiana, o preconceito se manifesta em nossas interações diárias. Quantas vezes julgamos alguém por sua aparência, sotaque ou pelo carro que dirigem? Esses julgamentos, muitas vezes feitos inconscientemente, são exemplos de preconceitos em ação.

É crucial compreender que o preconceito não se baseia na realidade objetiva, mas sim em percepções, estereótipos e generalizações. Estes podem ser transmitidos culturalmente, reforçados por normas sociais ou inculcados por experiências pessoais.

Em resumo, o preconceito é um julgamento prematuro, muitas vezes infundado, que todos nós, em algum momento, podemos possuir ou enfrentar. Reconhecer sua presença e origens é o primeiro passo para combatê-lo eficazmente.

Diferença entre preconceito e discriminação

Embora sejam frequentemente usados como sinônimos, preconceito e discriminação são coisas diferentes, ainda que ações discriminatórias possam estar associadas a preconceitos. Preconceito é o julgamento antecipado de alguém ou de um grupo social, é uma forma de  pensar negativamente, baseado em características reais ou imaginadas que podem incluir, mas em hipótese alguma se limitar a raça, gênero, religião, nacionalidade, orientação sexual ou qualquer aspecto identitário.

A discriminação é a pratica que pode levar ao tratamento desigual, exclusão, distinção ou separação de uma pessoa ou grupo. A discriminação, na maior parte das vezes, acontece motivada pelo preconceito e pode culminar em práticas racistas e de violência física e psicológica. Por isso, embora sejam distintas, a discriminação geralmente acontece atrelada ao preconceito

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Preconceito (Imagem de Gerd Altmann por Pixabay)

Origens e causas do preconceito

O preconceito, infelizmente, é tão antigo quanto a própria história humana. Ao longo dos séculos, sua presença tem sido observada em diferentes sociedades, culturas e civilizações. Mas o que realmente leva ao desenvolvimento de visões preconceituosas?

Historicamente, o preconceito tem raízes em antigos conflitos tribais, guerras e competições por recursos. Grupos diferentes, quer fossem organizados em clãs, tribos, religiões ou nações, muitas vezes viam os "outros" como ameaças. Rotular e estigmatizar o grupo oposto tornava-se uma ferramenta de sobrevivência, justificando conflitos e consolidando a coesão social.

Sociologicamente, o preconceito é alimentado por sistemas sociais e estruturas de poder. Estereótipos, que são ideias simplificadas e generalizadas sobre grupos de pessoas, atuam como combustível para preconceitos. Estes estereótipos podem ser perpetuados através da mídia, literatura, tradições e até mesmo educação. Além disso, a segregação ou isolamento social de determinados grupos pode reforçar visões distorcidas e preconceituosas.

No nível individual, a formação do preconceito pode ser influenciada por várias razões:

    1. Educação e Criação: As crenças e valores transmitidos pelos pais, cuidadores ou a comunidade em geral podem moldar atitudes preconceituosas em indivíduos desde tenra idade.

    2. Experiências Pessoais: Um encontro negativo ou conflituoso com um membro de um grupo específico pode levar a generalizações sobre todo o grupo.

    3. Necessidade de Pertencimento: Os seres humanos têm uma necessidade inerente de pertencer a grupos. Isso pode, às vezes, levar à exclusão ou aversão a "outros" para fortalecer a identidade do próprio grupo.

    4. Mecanismo de Defesa: A projeção, um mecanismo de defesa psicológico, pode fazer com que indivíduos atribuam seus próprios sentimentos ou falhas indesejados a outro grupo.

    5. No contexto social, sistemas inteiros podem ser construídos para reforçar preconceitos. Estruturas de poder, legislação discriminatória e desigualdades econômicas podem perpetuar e intensificar preconceitos existentes.

Em suma, as causas do preconceito são multifacetadas, abrangendo aspectos históricos, sociológicos e individuais. Reconhecer e compreender estas origens é fundamental para abordar e combater eficazmente o preconceito em suas diversas manifestações.

Tipos de Preconceito

O preconceito, em suas várias formas, é uma inclinação ou aversão infundada em relação a indivíduos ou grupos baseada em particularidades percebidas. Diferentes tipos de preconceito surgem de percepções distorcidas ou estereótipos sobre raça, gênero, classe social, entre outros. Vamos explorar alguns dos tipos mais comuns e menos reconhecidos de preconceito.

Preconceito Racial, de Gênero e Socioeconômico

  • Preconceito Racial: Talvez o mais conhecido globalmente, refere-se a juízos negativos e generalizações sobre raças ou grupos étnicos específicos. Exemplos incluem estereótipos, discriminação e violência dirigidos a pessoas por causa de sua cor de pele ou origem étnica. As consequências são vastas, incluindo segregação social, injustiça legal e desigualdades econômicas.

  • Preconceito de Gênero: Relaciona-se a atitudes e crenças negativas baseadas no sexo ou gênero de uma pessoa. Pode se manifestar de várias formas, incluindo sexismo, discriminação no local de trabalho ou expectativas sociais restritivas. Suas consequências afetam a igualdade de oportunidades, direitos e reconhecimento na sociedade.

  • Preconceito Socioeconômico: Baseado na classe ou status econômico, leva à discriminação contra indivíduos ou grupos por causa de sua origem social, ocupação ou nível de renda. Pessoas de classes sociais desfavorecidas frequentemente enfrentam estigmas, acesso limitado a oportunidades e marginalização.

Preconceitos Menos Reconhecidos

  • Preconceito com base em Habilidades Físicas: Pessoas com deficiências ou diferenças físicas podem enfrentar estigmas, discriminação e exclusão social. Por exemplo, ambientes inacessíveis e estereótipos sobre suas capacidades podem limitar suas oportunidades e participação na sociedade.

  • Preconceito de Origem Geográfica: Indivíduos podem ser julgados com base em sua cidade ou país de origem, levando a estereótipos e preconceitos sobre suas habilidades, caráter ou inteligência.

  • Preconceito Religioso: Embora a intolerância religiosa seja amplamente discutida, os estereótipos sutis associados a certas crenças ou práticas religiosas podem ser menos reconhecidos.

  • Preconceito de Idade: As opiniões negativas sobre indivíduos baseadas em sua idade, seja jovem ou idoso, podem levar a estereótipos, discriminação no emprego e exclusão social.

Preconceito no Brasil

Embora, um grande percentual de brasileiros se declare não preconceituoso ou não praticante de discriminação, basta observar um pouco comportamentos sociais ou conteúdos e falas que são disseminados pela mídia e nas redes sociais por influenciadores.

Observando a sociedade, é perceptível que parte dos brasileiros tem preconceitos enraizados e que em parte das vezes, são também tratados como sendo piadas, brincadeiras, críticas construtivas ou comentários não maldosos. Dentre os principais preconceitos apresentados estão a gordofobia, preconceito religioso, sexismo, misoginia, etarismo, capacitismo, lgbtfobia e racismo.

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Imagem usada por grupos de combate ao racismo. (Imagem de Pete Linforth por Pixabay)

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UERJ/2022

A análise por cor ou raça para o último ano disponível mostra que, regionalmente, a situação da população preta ou parda também é mais vulnerável do que a da branca. Enquanto para a população branca, 14 UFs [Unidades da Federação] registraram taxa de desocupação até 10,0%, sendo três delas inferiores a 6,0%, para a população preta ou parda, a maioria das UFs registrou taxas acima de 10,0%, sendo que, em sete delas, a taxa superou os 14,0%, índice não alcançado pela população branca (IBGE, 2017, p. 26). Ainda sobre esses dados, o IBGE (2017) demonstra que a população branca tem maior participação no mercado formal de trabalho (68,6%) – com carteira assinada – em relação à população negra (54,6%).

Os dados levantados pelo IBGE estão associados:

 

A ao equilíbrio estrutural de poder.
B à intolerância cultural.
C à discriminação territorial.
D à desigualdade étnico-racial.
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