Governo lança Enamed, exame nacional para monitorar qualidade dos cursos de Medicina
O Enamed será conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC.
A nova avaliação visa estabelecer um sistema unificado para avaliar a qualidade da formação dos estudantes de medicina no Brasil, com foco em garantir que os futuros médicos adquiram as competências necessárias para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS) e em outros espaços de saúde.
A prova, que será realizada anualmente, terá sua primeira edição prevista para outubro deste ano.
O Enamed será conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC.
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O exame será obrigatório para todos os estudantes de medicina que estejam se formando, com inscrições previstas para julho e resultados individuais divulgados em dezembro.
A prova será uma das principais ferramentas de avaliação dos cursos de medicina, já que combinará os instrumentos utilizados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) com a prova objetiva do Exame Nacional de Residência (Enare).
O Enamed será estruturado com base na matriz de referência e nos instrumentos de avaliação teórica desenvolvidos pelo Inep. A prova contará com 100 questões objetivas de múltipla escolha, abrangendo conteúdos das principais áreas da formação médica. As disciplinas contempladas serão:
Clínica Médica
Cirurgia Geral
Ginecologia e Obstetrícia
Pediatria
Medicina de Família e Comunidade
Saúde Mental
Saúde Coletiva
Quais são os objetivos do Enamed?
O exame tem diversos objetivos importantes, com destaque para:
Avaliação da Formação Médica: O Enamed verificará se os concluintes dos cursos de medicina atendem às competências e habilidades exigidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).
Apoio à Melhoria dos Cursos de Medicina: Através dos resultados, o exame fornecerá insumos essenciais para o aprimoramento da qualidade das graduações em medicina no Brasil.
Aprimoramento da Seleção para a Residência Médica: O Enamed também será utilizado para otimizar o processo seletivo para a residência médica, unificando as avaliações do Enade e a prova objetiva do Enare.
Fortalecimento do SUS: Garantir que os médicos formados estejam preparados para atuar com competência no SUS, que é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo.
Unificação e Transparência: Criar um modelo padronizado de avaliação, democratizando o ingresso nos programas de residência médica de acesso direto.
O Enamed será organizado como um exame “guarda-chuva”, reunindo a avaliação do Enade e a prova objetiva do Enare, com foco em dois públicos específicos:
Estudantes de Medicina: Aqueles inscritos no Enade, que poderão utilizar a nota do Enamed para ingressar em programas de residência médica.
Médicos: Aqueles interessados em participar do processo seletivo de programas de residência médica de acesso direto, que deverão se inscrever no Enamed conforme os prazos estabelecidos em edital.
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Quando abrem as inscrições do Enamed?
As inscrições para o Enamed deverão ser abertas em julho, sendo o exame obrigatório para todos os estudantes de medicina que estiverem concluindo o curso. A prova será aplicada em outubro, e os resultados individuais serão divulgados em dezembro.
Para utilizar os resultados do Enamed no Enare, o estudante precisa se inscrever no Enare e pagar a taxa de inscrição, salvo nos casos de isenção previstos no edital.
Já os alunos que farão o Enade e não desejam utilizar os resultados do Enamed para ingressar na residência médica via Enare estarão isentos da taxa.
O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância estratégica do Enamed para a formação médica no Brasil, mencionando que os resultados do exame terão um impacto direto no Sistema Único de Saúde (SUS) e no ingresso de novos profissionais no mercado de trabalho.
Vamos formar agora um grupo de trabalho a partir do decreto da comissão interministerial (leia mais sobre a comissão neste texto) para discutir a proposta que o Inep está colocando dessa prova, dessa avaliação. Vamos chamar conselhos, entidades de classe. Vamos chamar todos para discutir o melhor formato. Já queremos aplicar em outubro aqui no Brasil, disse Santana
Essa é mais uma ação conjunta do governo federal para qualificar a formação médica no Brasil. Já avançamos na avaliação dos programas de residência médica e, agora, com o ENAMED, poderemos acompanhar o desempenho dos estudantes ao longo do curso, propor melhorias e qualificar ainda mais as instituições formadoras, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na entrevista desta quarta-feira (23).
O Semesp, entidade que representa as mantenedoras de ensino superior no Brasil, acredita que o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), anunciado pelo Ministério da Educação, pode contribuir para a melhoria da qualidade dos cursos de Medicina no país.
A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, afirma que, embora os indicadores atuais reflitam a qualidade da maioria dos cursos, é necessário aperfeiçoar continuamente os mecanismos avaliativos.
“Eles precisam acompanhar as transformações na área da saúde, o avanço das metodologias de ensino, a incorporação de novas tecnologias e promover a qualificação da formação profissional, com foco na excelência e no compromisso social”, comenta.
Entretanto, o Semesp também ressalta que, diante da existência de outros instrumentos já consolidados, como o Enade, o Revalida e o Enare, que não sejam criados novos exames além do Enamed, como a proposta de um exame nacional de proficiência em Medicina, atualmente em tramitação no Congresso Nacional, que reforça uma lógica punitiva, sobrecarrega ainda mais os estudantes e não contribui para a formação dos estudantes e nem para a saúde pública do país.
A iniciativa entre os Ministérios da Saúde e Educação visa discutir e propor ações para aprimorar o ensino médico, com base nos resultados do Enamed e nas demais diretrizes para a educação médica no Brasil.
A Comissão Interministerial terá como principais responsabilidades a análise dos resultados do exame, a avaliação da qualidade dos cursos de Medicina e a atualização das diretrizes curriculares.
Ela também será encarregada de propor ajustes na formação médica para atender às novas demandas, como a integração de tecnologias – incluindo inteligência artificial – e os desafios decorrentes da pós-pandemia. Um dos principais focos será estabelecer claramente as expectativas para os estudantes em cada fase da graduação.
A comissão será composta por representantes dos Ministérios da Saúde e da Educação, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), de entidades médicas, instituições de ensino, além de gestores estaduais e municipais.
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