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Isabella Baliana | 06/06/25Saiba quando será a prova da 2ª fase da OBMEP 2025 e o que os vencedores ganharão; confira calendário completo da competição!
As mulheres e meninas na ciência desempenharam um papel fundamental ao longo da história, mas ainda enfrentam obstáculos e preconceitos.
As mulheres desempenham um papel fundamental no avanço das áreas de Ciência e Tecnologia ao longo da história no mundo. Com tantas descobertas, inovações e contribuições em pesquisas e estudos, o número de mulheres e meninas na ciência se torna cada vez mais expressivo.
Entretanto, apesar do cenário otimista, a participação feminina na ciência ainda é um campo de obstáculos e preconceitos de gênero e muitas mulheres se deparam com dificuldades para mostrar seu valor, ocupar posições de liderança e avançar na carreira na área das ciências exatas.
Essa desigualdade histórica é resultado de um problema estrutural que ainda persiste, desde a falta de representatividade no mercado até a ausência de incentivos adequados para jovens meninas durante a formação básica.
Ainda assim, inúmeras mulheres têm rompido barreiras e conquistado espaço, mostrando que ciência e tecnologia podem — e devem — ser para todos, independentemente de gênero.
Continue a leitura até o final e veja como a participação de mulheres e meninas na ciência está transformando o mundo ao longo dos anos.
Neste artigo você vai ver:
Em um mundo no qual as mulheres avançam profissionalmente, a representatividade feminina na ciência ainda é majoritariamente masculina. Segundo a UNESCO, apenas 30% dos cientistas são mulheres, e esse número é ainda menor em cargos de liderança na ciência.
Entretanto, é possível ver avanços. Um relatório da Elsevier-Bori, lançado em março de 2024 sobre a equidade de gênero na pesquisa no Brasil, mostrou que o país ocupa a terceira posição entre as nações com maior participação feminina na ciência.
O relatório mostrou ainda que as mulheres cresceram também nas áreas associadas à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (conhecida como STEM), passando de 35%, em 2002, para 45%, em 2022.
Existem várias ações que visam diminuir a desigualdade de gênero no mundo científico e aumentar a participação feminina na área STEM. Contudo, é interessante destacar que essa mudança de paradigma deve começar ainda na educação básica.
Nesse sentido, as escolas se apresentam como ferramentas poderosas para mudar o cenário da participação científica feminina no mundo, ao realizar ações que mostram diferentes oportunidades de profissões em todas as áreas, principalmente na ciência, sem barreiras de gênero.
Apesar de nem sempre serem destacadas como exemplo, desde a antiguidade, as mulheres e meninas na ciência tem feito diferença no mundo com inúmeras contribuições para o campo.
Muitas vezes a participação feminina na ciência ao longo da história, foi silenciada ou atribuída a seus colegas masculinos. Mesmo assim, várias mulheres conseguiram se destacar e contribuir de maneira decisiva para descobertas e inovações científicas.
Por exemplo, Marie Curie, pioneira no estudo da radioatividade e única pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em diferentes áreas (Física e Química), revolucionou a ciência com suas descobertas que abriram portas para futuras pesquisas e tratamentos médicos.
Da mesma forma, Ada Lovelace, ainda no século 19, foi a responsável por escrever o primeiro algoritmo para ser processado em uma máquina, criando o conceito de programação muito antes da invenção dos modernos computadores.
Um exemplo inspirador e atual é da jovem Luciana de Oliveira Santos, que com 20 anos, conquistou o primeiro lugar entre os aprovados no vestibular do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), em 2022, um dos mais concorridos e predominantemente masculinos do país.
Esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos que mostram como o papel feminino na história da ciência foi e continua sendo fundamental para o desenvolvimento do campo e transformação da sociedade para melhor.
Embora a premiada Marie Curie seja vista como uma das pioneiras mais notáveis do campo científico feminino, ela não foi a primeira mulher a se envolver com a ciência.
Se considerarmos “cientista” no sentido de mulher envolvida em estudos e descobertas científicas, pode-se destacar Hypatia de Alexandria, uma filósofa e matemática do Egito Antigo, que viveu no século 4 d.C.
Conhecida como primeira matemática documentada da história, Hypatia estudou na Academia de Alexandria – onde mais tarde veio a se tornar diretora – e também em uma escola neoplatônica de Atenas. Muito a frente do seu tempo, ela ensinava matemática, astronomia e filosofia e produziu inúmeros trabalhos sobre aritmética.
A abordagem racional e lógica de Hypatia de Alexandria para o estudo da ciência e filosofia se destacou em uma época em que as mulheres raramente eram reconhecidas como figuras públicas em áreas intelectuais.
Infelizmente, Hypatia viveu em um tempo de grandes conflitos políticos e religiosos. Durante uma onda de violência em Alexandria, motivada pela crescente disputa entre pagãos e cristãos, ela foi brutalmente assassinada por um grupo de fanáticos, provavelmente em 415 d.C.
Como uma das primeiras mulheres e meninas na ciência, ela abriu portas para outras mulheres na área e se tornou um símbolo de inteligência, coragem e resistência.
Seu trabalho e sua vida continuam a inspirar não apenas as mulheres e meninas na ciência, mas todos os que acreditam no poder da educação e na busca pelo conhecimento, independentemente de gênero.
A diversidade de gênero no mercado científico promove inovação e desenvolvimento econômico e traz diversos benefícios para o desenvolvimento da sociedade.
Incorporar mulheres e meninas na ciência e aumentar a participação do gênero em cargos de liderança, representa uma quebra de barreiras no padrão majoritariamente masculino e abre oportunidades para novas ideias e perspectivas para construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Dentre tantas iniciativas que destacam e incentivam as mulheres a quebrarem barreiras no mercado da ciência e da pesquisa, o “Mulheres em STEM²D” se destaca como uma ação promissora de projeto meninas na ciência que tem feito a diferença na vida de muitas jovens.
Trata-se de uma iniciativa conjunta de alunas e professoras do ITA que tem por objetivo incentivar jovens meninas a seguirem carreiras em STEM.
Por meio de oficinas, palestras e histórias de mulheres inspiradoras, o projeto realiza eventos abertos de parceiros, em escolas públicas, parques e museus de ciências que buscam combater o preconceito e mostrar que as ciências exatas também são “coisas de menina”.
Em uma das redes sociais do projeto, o grupo de fundadoras explicou:
“Acreditamos que muitas meninas têm o potencial para fazer a diferença nas áreas de STEM, mas devido ao frequente estereótipo de que várias dessas profissões não seriam adequadas ao gênero feminino, acabam por seguir outro caminho. Por isso, o nosso projeto tem como principal objetivo incentivar meninas e mulheres nessas áreas e fazemos isso por meio de iniciativas promovidas por nós, como o curso de programação, a mentoria e as oficinas”.
Como uma forma de reconhecer o papel fundamental das mulheres e meninas na ciência, a UNESCO oficializou em 2015, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado no dia 11 de fevereiro.
O principal objetivo da data é reforçar o compromisso mundial com a igualdade de gênero e promover o acesso igualitário das mulheres às oportunidades nas áreas científicas.
A participação feminina na ciência ao longo da história foi marcada por conquistas importantes, mas muitas vezes silenciadas. Mulheres como Marie Curie, Ada Lovelace e Katherine Johnson abriram caminho em seus campos, provando que o talento e a inovação não têm gênero.
Porém, como vimos, ainda hoje, o acesso a essas oportunidades continua desigual, especialmente para grupos femininos historicamente marginalizados como meninas negras na ciência e de comunidades periféricas, que enfrentam barreiras sociais e econômicas ainda mais desafiadoras.
A combinação de preconceitos de gênero e desigualdades socioeconômicas limita ainda mais o acesso dessas mulheres a carreiras científicas e a oportunidades de crescimento na área.
Apesar disso, a força e a persistência das mulheres têm gerado histórias inspiradoras de superação e contribuição para a ciência.
São inúmeros os exemplos que mostram que, quando recebem apoio e oportunidades, meninas negras na ciência têm potencial para inovar e trazer perspectivas únicas para o desenvolvimento tecnológico e científico global.
É por isso que iniciativas como o “Mulheres em STEM²D”, programas de bolsas específicas, e diversos outros projetos educacionais e políticas públicas voltadas para o tema, são fundamentais para ampliar a participação feminina no universo científico.
Com mais mulheres de diferentes origens ocupando espaços na ciência, o campo só tende a se enriquecer e se tornar mais representativo e benéfico para a sociedade.
Como vimos, ampliar a presença de mulheres e meninas na ciência é um passo crucial para construir um futuro mais equitativo. Isso exige investimentos em políticas públicas, iniciativas educacionais e modelos de inspiração que mostrem que, independentemente de gênero, raça ou poder aquisitivo, a ciência deve ser um campo acessível e transformador para todos.
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