Mulheres e meninas na ciência: desafios e conquistas
As mulheres desempenham um papel fundamental no avanço das áreas da Ciência ao longo da história, mas o campo ainda enfrenta obstáculos e preconceitos.
As mulheres desempenham um papel fundamental no avanço das áreas da Ciência ao longo da história, mas o campo ainda enfrenta obstáculos e preconceitos.
As mulheres desempenham um papel fundamental no avanço das áreas de Ciência e Tecnologia ao longo da história no mundo. Com tantas descobertas, inovações e contribuições em pesquisas e estudos, o número de mulheres e meninas na ciência se torna cada vez mais expressivo.
Entretanto, apesar do cenário otimista, a participação feminina na ciência ainda é um campo de obstáculos e preconceitos de gênero e muitas mulheres se deparam com dificuldades para mostrar seu valor, ocupar posições de liderança e avançar na carreira na área das ciências exatas.
Essa desigualdade histórica é resultado de um problema estrutural que ainda persiste, desde a falta de representatividade no mercado até a ausência de incentivos adequados para jovens meninas durante a formação básica.
Ainda assim, inúmeras mulheres têm rompido barreiras e conquistado espaço, mostrando que ciência e tecnologia podem — e devem — ser para todos, independentemente de gênero.
Continue a leitura até o final e veja como a participação de mulheres e meninas na ciência está transformando o mundo ao longo dos anos.
Neste artigo você vai ver:
- Como é a representação feminina na ciência?
- Qual foi o papel feminino na história da ciência?
- Qual foi a primeira cientista feminina?
- Qual a importância da representatividade feminina na ciência?
- Como a representatividade feminina na ciência pode ser descrita ao longo da história?
Como é a representação feminina na ciência?
Em um mundo no qual as mulheres avançam profissionalmente, a representatividade feminina na ciência ainda é majoritariamente masculina. Segundo a UNESCO, apenas 30% dos cientistas são mulheres, e esse número é ainda menor em cargos de liderança na ciência.
Entretanto, é possível ver avanços. Um relatório da Elsevier-Bori, lançado em março de 2024 sobre a equidade de gênero na pesquisa no Brasil, mostrou que o país ocupa a terceira posição entre as nações com maior participação feminina na ciência.
O relatório mostrou ainda que as mulheres cresceram também nas áreas associadas à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (conhecida como STEM), passando de 35%, em 2002, para 45%, em 2022.
Existem várias ações que visam diminuir a desigualdade de gênero no mundo científico e aumentar a participação feminina na área STEM. Contudo, é interessante destacar que essa mudança de paradigma deve começar ainda na educação básica.
Nesse sentido, as escolas se apresentam como ferramentas poderosas para mudar o cenário da participação científica feminina no mundo, ao realizar ações que mostram diferentes oportunidades de profissões em todas as áreas, principalmente na ciência, sem barreiras de gênero.
Qual foi o papel feminino na história da ciência?
Apesar de nem sempre serem destacadas como exemplo, desde a antiguidade, as mulheres e meninas na ciência tem feito diferença no mundo com inúmeras contribuições para o campo.
Muitas vezes a participação feminina na ciência ao longo da história, foi silenciada ou atribuída a seus colegas masculinos. Mesmo assim, várias mulheres conseguiram se destacar e contribuir de maneira decisiva para descobertas e inovações científicas.
Por exemplo, Marie Curie, pioneira no estudo da radioatividade e única pessoa a ganhar dois prêmios Nobel em diferentes áreas (Física e Química), revolucionou a ciência com suas descobertas que abriram portas para futuras pesquisas e tratamentos médicos.
Da mesma forma, Ada Lovelace, ainda no século 19, foi a responsável por escrever o primeiro algoritmo para ser processado em uma máquina, criando o conceito de programação muito antes da invenção dos modernos computadores.
Um exemplo inspirador e atual é da jovem Luciana de Oliveira Santos, que com 20 anos, conquistou o primeiro lugar entre os aprovados no vestibular do Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), em 2022, um dos mais concorridos e predominantemente masculinos do país.
Esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos que mostram como o papel feminino na história da ciência foi e continua sendo fundamental para o desenvolvimento do campo e transformação da sociedade para melhor.
Qual foi a primeira cientista feminina?
Embora a premiada Marie Curie seja vista como uma das pioneiras mais notáveis do campo científico feminino, ela não foi a primeira mulher a se envolver com a ciência.
Se considerarmos “cientista” no sentido de mulher envolvida em estudos e descobertas científicas, pode-se destacar Hypatia de Alexandria, uma filósofa e matemática do Egito Antigo, que viveu no século 4 d.C.
Conhecida como primeira matemática documentada da história, Hypatia estudou na Academia de Alexandria – onde mais tarde veio a se tornar diretora – e também em uma escola neoplatônica de Atenas. Muito a frente do seu tempo, ela ensinava matemática, astronomia e filosofia e produziu inúmeros trabalhos sobre aritmética.
A abordagem racional e lógica de Hypatia de Alexandria para o estudo da ciência e filosofia se destacou em uma época em que as mulheres raramente eram reconhecidas como figuras públicas em áreas intelectuais.
Infelizmente, Hypatia viveu em um tempo de grandes conflitos políticos e religiosos. Durante uma onda de violência em Alexandria, motivada pela crescente disputa entre pagãos e cristãos, ela foi brutalmente assassinada por um grupo de fanáticos, provavelmente em 415 d.C.
Como uma das primeiras mulheres e meninas na ciência, ela abriu portas para outras mulheres na área e se tornou um símbolo de inteligência, coragem e resistência.
Seu trabalho e sua vida continuam a inspirar não apenas as mulheres e meninas na ciência, mas todos os que acreditam no poder da educação e na busca pelo conhecimento, independentemente de gênero.
Qual a importância da representatividade feminina na ciência?
A diversidade de gênero no mercado científico promove inovação e desenvolvimento econômico e traz diversos benefícios para o desenvolvimento da sociedade.
Incorporar mulheres e meninas na ciência e aumentar a participação do gênero em cargos de liderança, representa uma quebra de barreiras no padrão majoritariamente masculino e abre oportunidades para novas ideias e perspectivas para construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Dentre tantas iniciativas que destacam e incentivam as mulheres a quebrarem barreiras no mercado da ciência e da pesquisa, o “Mulheres em STEM²D” se destaca como uma ação promissora de projeto meninas na ciência que tem feito a diferença na vida de muitas jovens.
Trata-se de uma iniciativa conjunta de alunas e professoras do ITA que tem por objetivo incentivar jovens meninas a seguirem carreiras em STEM.
Por meio de oficinas, palestras e histórias de mulheres inspiradoras, o projeto realiza eventos abertos de parceiros, em escolas públicas, parques e museus de ciências que buscam combater o preconceito e mostrar que as ciências exatas também são “coisas de menina”.
Em uma das redes sociais do projeto, o grupo de fundadoras explicou:
“Acreditamos que muitas meninas têm o potencial para fazer a diferença nas áreas de STEM, mas devido ao frequente estereótipo de que várias dessas profissões não seriam adequadas ao gênero feminino, acabam por seguir outro caminho. Por isso, o nosso projeto tem como principal objetivo incentivar meninas e mulheres nessas áreas e fazemos isso por meio de iniciativas promovidas por nós, como o curso de programação, a mentoria e as oficinas”.
Como uma forma de reconhecer o papel fundamental das mulheres e meninas na ciência, a UNESCO oficializou em 2015, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado no dia 11 de fevereiro.
O principal objetivo da data é reforçar o compromisso mundial com a igualdade de gênero e promover o acesso igualitário das mulheres às oportunidades nas áreas científicas.
Como a representatividade feminina na ciência pode ser descrita ao longo da história?
A participação feminina na ciência ao longo da história foi marcada por conquistas importantes, mas muitas vezes silenciadas. Mulheres como Marie Curie, Ada Lovelace e Katherine Johnson abriram caminho em seus campos, provando que o talento e a inovação não têm gênero.
Porém, como vimos, ainda hoje, o acesso a essas oportunidades continua desigual, especialmente para grupos femininos historicamente marginalizados como meninas negras na ciência e de comunidades periféricas, que enfrentam barreiras sociais e econômicas ainda mais desafiadoras.
A combinação de preconceitos de gênero e desigualdades socioeconômicas limita ainda mais o acesso dessas mulheres a carreiras científicas e a oportunidades de crescimento na área.
Apesar disso, a força e a persistência das mulheres têm gerado histórias inspiradoras de superação e contribuição para a ciência.
São inúmeros os exemplos que mostram que, quando recebem apoio e oportunidades, meninas negras na ciência têm potencial para inovar e trazer perspectivas únicas para o desenvolvimento tecnológico e científico global.
É por isso que iniciativas como o “Mulheres em STEM²D”, programas de bolsas específicas, e diversos outros projetos educacionais e políticas públicas voltadas para o tema, são fundamentais para ampliar a participação feminina no universo científico.
Com mais mulheres de diferentes origens ocupando espaços na ciência, o campo só tende a se enriquecer e se tornar mais representativo e benéfico para a sociedade.
Como vimos, ampliar a presença de mulheres e meninas na ciência é um passo crucial para construir um futuro mais equitativo. Isso exige investimentos em políticas públicas, iniciativas educacionais e modelos de inspiração que mostrem que, independentemente de gênero, raça ou poder aquisitivo, a ciência deve ser um campo acessível e transformador para todos.
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