Nesta segunda-feira (14), o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou um parecer que define algumas alterações no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2024. O objetivo das mudanças é adequar o exame ao novo Ensino Médio, implantado neste ano.
A proposta do CNE é que a partir de 2024 a prova do Enem seja composta por questões discursivas e questões de múltipla escolha. Além disso, a prova seria dividida em duas etapas, sendo uma de formação geral e outra relacionada à área de conhecimento escolhida pelo estudante durante o ensino médio, os chamados itinerário formativos.
A Revista Quero entrou em contato com a assessoria do CNE para acessar o parecer na íntegra, mas foi informada que o documento passa por alguns ajustes e será divulgado posteriormente.
O Ministério da Educação (MEC) informou em nota que as alterações do novo Enem são discutidas desde dezembro de 2021 em um Grupo de Trabalho presidido pelo Secretário da Secretaria de Educação Básica (SEB) e que possui representantes da sociedade civil e de órgãos como o Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
De acordo com o MEC, após a conclusão desse Grupo de Trabalho, a decisão sobre o novo Enem será divulgada à sociedade. Ainda segundo o órgão,
“O novo Enem materializa as diretrizes legais da reforma do Ensino Médio, já em vigor, e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Sua atualização será fundamental para garantir aos entes federativos e as instituições privadas de ensino maior segurança na implementação do Novo Ensino Médio”.
A seguir, entenda o que muda com o parecer do CNE e como serão as próximas edições do Enem.
Atualmente, o Enem é dividido em dois domingos e os estudantes precisam responder à 180 questões objetivas e desenvolver uma redação do gênero dissertativo-argumentativo. Em cada dia de prova são aplicadas 90 questões das áreas de conhecimento do Ensino Médio.
1º dia de prova: 45 questões de Linguagens e códigos (Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira, Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Educação); 45 questões de Ciências Humanas (História, Geografia, Filosofia e Sociologia) e redação.
Os estudantes têm no máximo 5h30 para resolver todas as questões.
2º dia de prova: 45 questões de Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química) e 45 questões de Matemática.
Os estudantes têm no máximo 5h para resolver todas as questões.
De acordo com o Conselho Nacional de Educação, o novo Enem será aplicado a partir de 2024, quando o novo Ensino Médio estará 100% implementado nas escolas, segundo o Ministério da Educação (MEC).
Em entrevista ao G1, Maria Helena Guimarães, relatora do parecer do CNE, comentou que:
“Hoje, temos, além da redação, quatro provas obrigatórias e longas. Os alunos reclamam de cansaço. Se o ensino médio terá uma parte comum e uma parte diversificada/flexível, a orientação do conselho é que o Enem siga a mesma direção: tenha uma primeira etapa comum a todos os candidatos, e uma segunda mais diversificada”.
Veja como será o novo formato do Enem:
1ª etapa: os candidatos responderão questões de formação básica geral, seguindo os conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). De acordo com o texto sugerido pelo CNE, as questões terão um caráter interpretativo.
2ª etapa: os estudantes responderão questões de acordo com a área de conhecimento escolhida no ato da inscrição. Nessa etapa serão cobradas questões mais específicas aos candidatos.
Ainda não foi definida a duração das provas e nem se serão aplicadas aos domingos, como acontece atualmente.
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A proposta é que, mesmo com questões discursivas, a nota final do candidato seja calculada de acordo com a Teoria de Resposta ao Item (TRI), como já é feito nas edições atuais do exame.
Em relação ao uso da nota do exame pelas universidades, o CNE aponta que a decisão deve ser tomada pelo MEC e pelas Instituições de Ensino Superior (IES). Por isso, as instituições deverão comunicar o quanto antes como será o processo seletivo. Elas poderão escolher apenas a nota da primeira etapa ou atribuir pesos diferentes para cada prova, por exemplo.
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O novo Ensino Médio começou a ser implementado nas escolas de todo país. Em 2022, as mudanças foram aplicadas para as turmas da 1ª série do Ensino Médio. Em 2023, o novo modelo deve estar presente nas 1ª e 2ª séries e, em 2024, a expectativa é que as 1ª, 2ª e 3ª séries estejam sob o novo modelo de ensino.
A carga horária mínima anual vai passar de 800 horas para 1.000 horas. Isto é, de 4 horas para 5 horas diárias.
A grade curricular do Ensino Médio será composta 60% pelos conteúdos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e 40% pelos conteúdos dos chamados itinerários formativos. São eles:
1. Linguagens e suas tecnologias;
2. Matemática e suas tecnologias;
3. Ciências da natureza e suas tecnologias;
4. Ciências humanas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional.
Assim, alguns conteúdos serão obrigatórios para os alunos, que são os das atuais disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática, já os demais serão optativos e o estudante poderá escolher de acordo com o próprio interesse.
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