Países que mais investem em educação: veja a situação do Brasil
Saiba quais são os países que mais investem em educação no mundo e veja quanto o Brasil gasta com educação. Clique e confira!
Atualizado em 20/11/2023
Um estudo desenvolvido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indicou quais são os países do mundo que mais investem em educação. O relatório analisa a educação dos seus 36 países membros e de mais dez países parceiros, entre eles, Brasil, Argentina, China e Rússia.
Entre os dados fornecidos, chamam atenção a situação do Brasil, que é um dos países que mais investem em educação em relação à proporção do PIB, mas é um dos que menos gasta anualmente com alunos da rede pública de ensino.
Outro dado que chama atenção é o salário médio dos professores, que estão entre os mais baixos do países analisados. Confira abaixo quais são esses países!
Veja os países com o maior gasto anual por aluno no ensino básico:
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1° Luxemburgo;
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2° Áustria;
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3° Bélgica;
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4° Noruega;
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5° Estados Unidos;
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6° Coreia do Sul;
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7° Suécia;
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8° Canadá;
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9° França;
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10° Holanda.
Quanto o Brasil investe em Educação? Veja dados do PIB na educação
De acordo com o estabelecido em lei no Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil deve investir pelo menos 10% do PIB em educação até 2024. No entanto, segundo o último relatório de monitoramento da lei, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em 2022, o investimento brasileiro em educação chegava a 5,5% do PIB, e o investimento público em educação pública, a 5% do PIB.
Conforme o enunciado do Inep, as porcentagens estavam “bem distantes das metas estabelecidas no PNE. Esses resultados apontam para uma grande dificuldade dos entes em aumentar o orçamento destinado à educação”.
Já segundo o relatório da OCDE, o país investiu uma média de 5,6% do seu Produto Interno Bruto (PIB) na área de educação, uma porcentagem acima da média de 4,4% dos países da OCDE. O percentual investido pelo Brasil está atrás apenas da Suécia, Bélgica, Islândia, Finlândia e Noruega.
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No entanto, apesar do percentual ser elevado, o valor investido por aluno no Brasil é bem abaixo da média dos países da OCDE. Enquanto a média da OCDE é de de US$ 11.560 anuais por aluno do ensino básico, no Brasil são investidos US$ 4.306 anuais por aluno.
De acordo com o relatório, o investimento público por aluno nas instituições públicas de ensino brasileiras é um dos mais baixos entre os países analisados, veja abaixo:
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Média do gasto anual do Brasil por aluno do Ensino Superior e Básico: US$ 4.306*;
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Gasto anual do Brasil por aluno do ensino Superior: US$ 14.202;
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Gasto anual do Brasil por aluno do ensino Fundamental e Médio: US$ 3.866.
No ensino superior a diferença é menor, já que a média dos países analisados é de US$ 16,100. O valor médio por aluno dos ensinos Básico e Superior é de US$ 10,400, entre os países membros da organização.
Já entre os países da América Latina, a Argentina e o Chile investem mais por aluno do que o Brasil. A Colômbia e o México, no entanto, investem menos.
Confira abaixo quanto os países da América Latina investem anualmente por aluno:
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1° Chile: US$ 7.706
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2° Argentina: US$ 5.680
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3° Brasil: US$ 4.306
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4° Colômbia: US$ 3.594
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5° México US$ 3.550
*Valor referente aos dados do OCDE de 2023.
Salário dos professores no Brasil
O relatório aponta uma realidade já conhecida pelos profissionais da Educação. Os salários da área são baixos, sendo um dos menores entre os países analisados.
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Professores de Ensino Fundamental, no Brasil, ganham US$ 22.500 anuais; a média da OCDE é de US$ 36.500.
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Professores de Ensino Médio no Brasil, ganham US$ 23.900 anuais; a média na OCDE é de US$ 45.800 anuais.
O valor apresentado no relatório considera o poder de compra de cada moeda, e não a taxa cambial.
Quanto ganha um professor no Brasil?
Além disso, em 2023, o piso salarial dos professores passou a ser de R$ 4.420,55, um reajuste de 15% em relação ao piso do ano anterior, que era de R$ 3.845,63. No entanto, na prática, a realidade pode ser muito diferente disso, dependendo da região, estado e cidade.
Vale ressaltar que o piso representa o salário inicial das carreiras do magistério público da educação básica para a formação em nível médio e considera uma jornada de 40 horas semanais na modalidade normal de ensino.
Gasto e qualidade: um equilíbrio necessário
Segundo o relatório, o Brasil não investe pouco em educação, ao menos não em relação ao PIB, que corresponde à realidade econômica do país. Um dos problemas, porém, está na qualidade e na execução dos gastos da área de educação.
O desempenho do Brasil PISA, que é a principal avaliação internacional de desempenho escolar, é ruim. A prova avalia três áreas de ensino: Ciência, Leitura e Matemática. Entre os 79 países analisados na prova de 2018, o Brasil ficou na 58º posição em Leitura, 71º em Matemática e 67º em Ciências.
As notas baixas obtidas pelos estudantes brasileiros no PISA indicam que o montante investido em educação pelo Brasil, embora insuficiente, não condiz com a qualidade do ensino, que é pior do que o esperado. Ao menos esta é a análise do próprio relatório da OCDE.
“Apesar da forte pressão social para a elevação do gasto na área de educação, existem evidências de que a atual baixa qualidade não se deve à insuficiência de recursos. Tal observação não é específica ao Brasil, tendo em vista que já é estabelecida na literatura sobre o tema a visão de que políticas baseadas apenas na ampliação de insumos educacionais são, em geral, ineficazes”, afirma a pesquisa.
Desse modo, é necessário investir em políticas públicas educacionais que sejam mais efetivas e comprometidas com resultados, e não apenas de universalização do ensino, como também de qualidade.
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