A segunda fase do vestibular da Unesp 2026 ocorre nos dias 7 e 8 de dezembro, com 36 questões discursivas e uma redação dissertativa-argumentativa;
A prova exige que o candidato adote um posicionamento claro, com argumentos bem estruturados, e que faça uma análise coerente e coesa, respeitando a norma-padrão da língua portuguesa;
O especialista Sérgio Paganim recomenda ler atentamente os textos de apoio, revisar os temas dos anos anteriores e adotar um posicionamento firme, sem ficar em cima do muro, ao tratar de temas em forma de pergunta.
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A segunda fase do vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp) 2026 começa neste domingo (7) e termina na segunda-feira (8). A prova é composta por 36 questões discursivas e uma redação em gênero dissertativo.
Funciona assim: no primeiro dia, os candidatos responderão a 24 questões, abrangendo as áreas de Ciências Humanas (história, geografia, filosofia e sociologia), Ciências da Natureza (biologia, química e física) e Matemática. Já no segundo dia, serão 12 questões sobre Linguagens (língua portuguesa e literatura, língua inglesa, educação física e arte) e a redação.
Durante a segunda fase, um dos pontos que preocupa os estudantes é a redação. Isso porque alcançar uma boa pontuação nessa parte faz diferença para conseguir uma vaga no processo seletivo.
Pensando nisso, a Revista Quero conversou com o professor de redação do Curso Anglo, Sérgio Paganim, que trouxe algumas dicas para quem está prestes a fazer a prova, incluindo apostas para o tema de 2026. Confira a seguir!
Veja 5 possíveis temas de redação para a Unesp 2026
Antes de mais nada, vale saber que a Unesp cobra uma redação dissertativa-argumentativa, exigindo que o candidato defenda uma tese de forma clara e bem estruturada. O texto deve ser coerente, coeso e seguir a norma-padrão da língua portuguesa.
“É uma prova que faz questionamentos a respeito de questões sociais contemporâneas ou, às vezes, até questões mais filosóficas”, explica Paganim.
Quando se trata de possíveis assuntos que podem cair na prova, o professor Sérgio Paganim destaca: “a Unesp consolidou uma tradição de ter temas em forma de pergunta, temas que levam ao questionamento muitas vezes de sim ou não”. Os últimos cinco temas, por exemplo, foram:
Unesp 2024: É possível um futuro off-line?
Unesp 2023: A “lógica do condomínio”: o espaço público está em declínio?
Unesp 2022: “Tudo bem não estar bem?”: A tristeza em tempos de felicidade compulsória
Unesp 2021: Tempo é dinheiro?
Unesp 2020: O carro será o novo cigarro?
Dessa forma, as apostas do professor Sérgio Paganim, do Anglo, para a redação da Unesp 2026 são:
1. Inteligência artificial
Considerando os grandes temas que podem cair na prova de redação da Unesp 2026, Paganim aponta a inteligência artifical. Entre as possíveis abordagens listadas pelo professor estão: inteligência artificial associada à educação, à saúde, ao meio-ambiente, ao trabalho ou ao desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes.
2. Cuidados com crianças e adolescentes
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Outra possibilidade, segundo o professor de redação do Curso Anglo, é o cuidado com crianças e adolescentes. Ele explica que a banca da Unesp é muito atenta as grandes polêmicas sociais do ano, o que justifica esse possível tema de redação.
“Esse ano, o seriado Adolescência gerou repercussão, assim como as discussões de Felka sobre a responsabilidade dos pais e adultos na vida digital das crianças, que ficam expostas ao que se convencionou chamar de machosfera e às violências promovidas pelas redes sociais, que afetam principalmente crianças e adolescentes vulneráveis”, afirma Paganim.
3. Meio ambiente
Tânia Rêgo/Agência Brasil
A terceira aposta de grande temática para redação da Unesp 2026, conforme o professor Paganim, é o meio ambiente.
A explicação para esse palpite são os grandes eventos que ocorreram no país em 2025: “este ano, a COP 30 foi realizada no Brasil, com discussões sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e a preservação de biomas como a Amazônia e o Pantanal”, comenta o professor.
4. Redes sociais
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Entre os assuntos prováveis na prova de redação da Unesp 2026, Paganim traz também as redes sociais, explicando que o Supremo Tribunal, no primeiro semestre, discutiu a regulamentação desses meios.
“As redes sociais não podem ser consideradas ‘terra de ninguém’; é necessário responsabilizar as plataformas. A questão é se elas devem ser reguladas, supervisionadas e controladas pelas leis do Estado ou se podem seguir apenas as diretrizes das próprias big techs”, esclarece.
5. Liberdade de expressão
A liberdade de expressão deve ter limite ou não? Essa pode ser uma das questões abordadas na redação da Unesp 2026, conforme afirma o professor Paganim.
“A discussão sobre os limites da liberdade de expressão foi levantada com a condenação do humorista Leo Lins por piadas com minorias. Isso reacendeu o debate sobre até onde a liberdade de expressão pode ir. A questão também envolve se esse tipo de punição configura censura”, comenta.
Dicas para ir bem na redação da Unesp 2026
Para ir bem na prova, a dica do especialista é ler com muita atenção a coletânea de textos dada pela Unesp, porque ela auxilia o candidato a refletir sobre o tema. Além disso, ele aconselha entender os critérios de correção da prova, que são “simples e ao mesmo tempo muito eficientes”.
“É uma banca que cobra os elementos clássicos de coesão, coerência, modalidade da língua culta e estrutura de texto. Portanto, não é um exame que vai cobrar reflexões profundas, mas uma reflexão honesta, numa estrutura de texto bem organizada”, explica o professor do Curso Anglo.
Considerando a proximidade da prova, Sérgio Paganim também indica revisar os temas cobrados nos últimos anos. Para ele é importante que os estudantes observem qual é a dinâmica da prova, como são os textos de apoio e a frase tema, além de quais temáticas têm sido exploradas.
Para isso, o especialista recomenda que os vestibulandos utilizem espelhos de correção e cartilhas de redações com nota máxima. “A partir desse exercício é possível ter uma dimensão do que a banca espera quanto ao texto”, justifica Paganim.
Por fim, o professor orienta que, no caso de um tema em forma de pergunta, os estudantes devem adotar um posicionamento claro, sem hesitar entre os dois polos de uma questão. Mesmo que o tema proposto tenha opiniões divergentes, não é necessário “ficar em cima do muro”.
A sugestão do especialista é que o participante exponha sua opinião e, ao mesmo tempo, mencione brevemente o ponto de vista oposto, apenas como uma ressalva na introdução, sem aprofundar a defesa desse outro posicionamento. Em seguida, no desenvolvimento, ele deve argumentar de forma consistente e focada no seu ponto de vista, mantendo a clareza e a coesão em sua defesa.
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