Quase 50% dos freelancers foram impactados negativamente pela pandemia, aponta pesquisa
Os principais motivos foram a perda de clientes (19,1%) e o trabalho em excesso (16,2%)
Prestar serviços de forma independente e sem vínculos empregatícios é uma realidade de milhões de brasileiros que buscam mais liberdade, uma renda extra ou driblar o desemprego.
Os trabalhos freelancers se tornaram a saída para inúmeros profissionais que perderam seus empregos formais durante a pandemia. Aqueles que já atuavam no universo dos chamados freelas também sentiram os impactos negativos.
É o que mostra o relatório Mercado Freelancer de 2020, realizado pela Rock Content, empresa de marketing de conteúdo. Por meio de um questionário online, a pesquisa teve a participação de 1.142 brasileiros entre fevereiro e março de 2021.
Impactos da pandemia
Na pesquisa, quase metade dos freelancers apontaram que foram impactados negativamente pela pandemia. Os principais motivos foram a perda de clientes (19,1%) e o trabalho em excesso (16,2%). Veja as respostas:
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25% Não impactou
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19,1% Perdi clientes
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16,2% Nunca trabalhei tanto
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14,2% Outro(s)
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11,5% Comecei a ser procurado(a) por agências e outros clientes externos
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11% Perdi o emprego e me tornei freelancer em tempo integral
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2,9% Me tornei a única fonte de renda da família
O designer gráfico Luiz Gustavo Oliveira ingressou na carreira freelancer depois que foi demitido do seu trabalho formal por conta da pandemia. Para ele, houve uma procura maior de clientes ao mesmo tempo que aumentou o número de profissionais que prestam esse tipo de serviço.
“O valor a ser cobrado pelas artes também foi impactado. Dada a situação de aperto econômico, o valor da arte que antes era de x precisou ser reduzido para um décimo de x para conseguir fechar com o cliente”, acrescenta Luiz.
Entre as maiores dificuldades do trabalho freelancer durante a pandemia, os entrevistados apontaram o desafio de conseguir novos clientes e trabalhos (51,5%) e de ter foco e disposição para trabalhar (48,7%).
Luiz Gustavo, assim como 64% dos freelancers entrevistados, ainda busca uma oportunidade de emprego formal. Outros 61,5% já têm emprego formal e mantém os freelas como uma renda a mais.
Motivos que levam à carreira freelancer
Em relação aos motivos que levam à carreira freelancer, segundo o relatório, 47,6% dos entrevistados afirmaram que pretendem complementar a renda. Há ainda aqueles que buscam mais flexibilidade (43,5%) e oportunidades (41,5%). Outras motivações são:
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Dificuldade de encontrar emprego: 30,5%
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Equilíbrio da vida profissional/pessoal: 27%
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Cansado de trabalhar como empregado: 20,7%
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Controle sobre a carreira: 20,3%
Entre os profissionais cansados de trabalhar como empregados, está a jornalista Helena Botelho de Souza. Buscando mais flexibilidade e novos desafios, ela decidiu sair do emprego formal e se tornar freelancer em plena pandemia.
“Migrei para o trabalho autônomo como forma de fazer atividades diferentes e organizar melhor meu tempo. Não tenho me encaixado muito nas empresas e sempre trabalhei como CLT”, relata Helena.
Dificuldades da carreira freelancer
Já entre as dificuldades da carreira freelancer como um todo, as principais apontadas pelo relatório são: encontrar clientes (62,3%), conquistar meu espaço no mercado (51,7%), definir o preço do meu trabalho (49,5%), definir uma direção para minha carreira (30,3%) e administrar a vida pessoal com o trabalho (23,1%).
Mesmo com as dificuldades relacionadas à pandemia, a jornalista Helena pretende continuar na carreira de freela. “Tenho gostado de poder escolher projetos, fazer meu tempo e não ter o vínculo emocional e psicológico maior que um emprego integral exige”, conta.
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