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Cocaína: entenda mais sobre a produção e os efeitos causados

Biologia - Manual do Enem
Barbara Mello Publicado por Barbara Mello
 -  Última atualização: 30/9/2025

Introdução

A cocaína é um composto alcalóide considerado ilícito e utilizado principalmente como droga recreativa.

É extraída de plantas do gênero Erythroxylum e possui função estimulante e analgésica, entrando nas categorias de drogas estimulantes junto com as metanfetaminas.

A cocaína é a quarta droga ilícita mais consumida mundialmente, de acordo com dados do Relatório Mundial sobre Drogas 2024 das Nações Unidas (ONU). A maconha fica em primeiro. 

No Brasil, o Levantamento Nacional de Alcool e Drogas estima que cerca de 5,38% da população já tenha feito uso da droga pelo menos uma vez na vida. ainda que esteja entre as drogas ilícitas mais consumidas, está perdendo espaço para drogas sintéticas como LSD, ecstasy, MDMA, etc.

A substância é encontrada principalmente nas folhas da planta Erythroxylum coca, nativa da América Central e do Sul, onde era utilizada desde a antiguidade pelos nativos que mascavam a folha para suportarem o frio, inibir o apetite e a fadiga.

A folha ainda é utilizada para fazer chás em países como a Bolívia e no Peru, porém, esse consumo tradicional não apresenta risco significativo de intoxicação, pois a concentração de cocaína nas folhas é muito baixa.

Vegetal Erythroxylum coca de onde é extraído a cocaínaVegetal Erythroxylum coca de onde é extraído a cocaína

Índice

Proibição

No final do século XIX, a cocaína foi estudada e utilizada como anestésico local e como possível substituto da morfina. Contudo, seus efeitos tóxicos e o alto potencial de dependência levaram à proibição em vários países: nos Estados Unidos (Harrison Narcotics Tax Act, 1914) e no Brasil (década de 1920).

Produção

Para a extração e produção da cocaína como entorpecente primeiro as folhas de coca são maceradas na presença de ácido sulfúrico (H2SO4) (ou a gasolina é empregada como substituta do ácido) resultando em uma pasta conhecida como extrato da cocaína.

A segunda etapa consiste em misturar o extrato com ácido clorídrico (HCl) formando o pó branco característico da droga. 

Esse pó pode ser misturado a outras substâncias (anestésicos, amido de milho, quinina ou açúcar) para elaborar a “cocaína de rua” (cocaína e crack). Essa adulteração aumenta a toxicidade da droga. 

Fórmula estrutural da cocaína.Fórmula estrutural da cocaína

Cocaína no organismo

O pó branco gerado após a extração da cocaína submetida ao tratamento com os ácidos pode ser consumido por aspiração (mais comum), fumado e até injetado.

Neste último caso, os efeitos são notados mais rapidamente, mas os mesmos riscos que qualquer outra droga injetada, principalmente a transmissão de doenças e o aumento na possibilidade de overdose.

A forma mais comum de consumo, através da aspiração, também está relacionada com patologias nasais como destruição de septo e diminuição da absorção de oxigênio.

Cocaína encontrada na forma mais comum, como um pó branco.Cocaína encontrada na forma mais comum, como um pó branco

Após ser consumida, os efeitos têm início dentro de poucos minutos e podem durar de cinco a sessenta minutos.

A cocaína age estimulando o sistema nervoso central e suprimindo o apetite. É um inibidor da enzima monoamina oxidase que é responsável pela recaptação de neurotransmissores como a adrenalina e dopamina.

Uma vez que a cocaína inibe a ação dessa enzima, as concentrações de noradrenalina e dopamina no cérebro aumentam, mostrando os efeitos mais característicos como euforia e sensação de bem estar.

A cocaína possui uma elevada taxa de dependência, sendo notada logo após seu primeiro uso, fazendo com que o indivíduo tenha necessidade de consumir mais e o uso contínuo da substância aumenta a tolerância do organismo para ela.

Isso ocorre porque o organismo reduz a ação dos receptores cerebrais onde há ação da droga. Com a redução da ação dos receptores, a ação do entorpecente não se completa e isso faz com que o usuário sinta com menos força o efeito da droga.

Como consequência, os indivíduos acabam ficando dependentes da cocaína e consumindo cada vez mais concentrações, aumentando as chances de uma overdose.

Efeitos

O uso da cocaína produz efeitos físicos e psicológicos de curto e longo prazo.

Efeitos de curto prazo

Psicológicos

  • Sensação de felicidade;
  • Ausência de medo;
  • Comportamento violento;
  • Euforia;
  • Perda de apetite;
  • Insônia;
  • Paranóia e alucinações;
  • Náuseas.

Físicos

  • Taquicardia (batimentos cardíacos elevados);
  • Espasmos musculares;
  • Hipertensão;
  • Temperatura corporal elevada;
  • Ritmo respiratório acelerado;
  • Pupilas dilatadas;
  • Hiperglicemia (aumento da concentração de glicose no sangue);
  • Suor e salivação excessivos;
  • Urgência de urinação.

Efeitos de longo prazo

Psicológicos

  •  Desorientação, apatia, exaustão e confusão;
  •  Perda de memória;
  •  Irritabilidade e transtornos do humor;
  •  Depressão.

Físicos

  •  Aumenta o risco de ataques cardíacos e derrame cerebral;
  •  Insuficiência respiratória;
  •  Danos permanentes nos vasos sanguíneos;
  •  Se for inalada: ocorre a destruição dos tecidos nasais;
  •  Se for fumada: causa insuficiência respiratória;
  •  Se for injetada: causa doenças infecciosas;
  •  Perda de peso até os níveis de desnutrição.

Efeitos em doses elevadas

  • Convulsões;
  • Ataques epilépticos;
  • Taquicardia;
  • Dormência de membros;
  • Morte por overdose;

Efeitos em abstinência

A cocaína também acarreta fortes efeitos na sua abstinência. A abstinência é o momento em que o nível de concentração da droga cai no organismo. Neste momento, os efeitos podem ser:

  • Depressão;
  • Fissura pela droga;
  • Pânico e psicose.

Crack

O crack é derivado da pasta base de cocaína misturada com bicarbonato de sódio. É fumado, produz efeito intenso e rápido (8–15 segundos para atingir o cérebro), mas de curta duração (5–10 minutos).

Apresenta risco extremo de dependência e danos mais severos devido à rapidez de absorção. Por ser mais barato, é mais comum em populações vulneráveis social e economicamente.

O uso de crack ainda é muito estigmatizado com a população mais marginalizada, sendo em muitos lugares conhecidos como a “cocaína dos pobres e mendigos”.

Pedra de Crack que é sua forma mais encontradaPedra de Crack que é sua forma mais encontrada

Teste de Detecção

Os principais métodos para identificar o consumo de cocaína incluem a análise de sangue, urina, cabelo (ou pêlos), saliva e suor.

  • Exame de sangue: útil para detectar o uso recente, com janela de detecção geralmente de até 1 a 2 dias. É preciso e pouco suscetível a adulterações, mas não detecta usos mais antigos.

  • Exame de urina: é o mais utilizado, com janela de detecção que varia de 2 a 4 dias para usuários ocasionais e pode chegar a 10–14 dias em usuários frequentes. Pode apresentar falsos positivos, especialmente em testes rápidos que não passam por confirmação laboratorial.

  • Exame de cabelo ou pêlos: permite identificar o uso histórico, normalmente de até 90 dias, dependendo do comprimento da amostra. Possui alta precisão, mas há risco de contaminação externa, que pode gerar falsos positivos.

  • Exame de suor (patch): detecta substâncias durante cerca de 14 dias, é não invasivo e difícil de adulterar, embora também possa apresentar falsos resultados.

A janela de detecção corresponde ao período após o consumo em que a droga ou seus metabólitos ainda podem ser identificados. Já o falso positivo ocorre quando o exame aponta a presença da droga mesmo sem que tenha havido consumo real.

Tratamento

Os tratamentos para dependentes químicos obedecem a padrões específicos de cada país.

No caso da cocaína, geralmente, sua dose é diminuída ou substituída por outro estimulante, que também terá sua dose diminuída gradativamente. Quando ocorrem distúrbios psiquiátricos, estes são tratados com antidepressivos e antipsicóticos.

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criaram a Calixcoca, uma vacina terapêutica voltada ao tratamento da dependência de cocaína. O projeto já está em estágio avançado, apresentando resultados positivos nos testes pré-clínicos, e também poderá ser aplicado no tratamento de usuários de crack.

 

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
(FGV/2016)
  1. A ação fisiológica de drogas como o crack e a cocaína, resumidamente, é explicada pelo bloqueio de canais de recaptura de neurotransmissores, como a dopamina, por exemplo. A presença de dopamina na sinapse neural por um tempo prolongado confere as alterações nas sensações e no comportamento do usuário.

Tendo em vista a propagação do impulso nervoso nos neurônios cerebrais humanos, é correto afirmar que a ação do crack e da cocaína ocorre

 

A nos receptores de membrana localizados nos axônios
B nos receptores de membrana localizados nos dendritos.
C nas vesículas secretadas pelo corpo celular na sinapse.
D nas vesículas secretadas pelos axônios na sinapse.
E nas vesículas secretadas pelos dendritos na sinapse.
Conheça o autor
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Escrito por:
Barbara Mello

Formada em Biologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Pedagogia pela Univesp e pós-graduada em Ensino de Inglês como segunda língua, com especializações em Disciplina Positiva, Comunicação Não Violenta e Design Instrucional. Atualmente, é professora parceira na FourC Bilingual Academy, Diretora no English Club Educação e professora particular de Inglês.

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