A cocaína é um composto alcalóide considerado ilícito e utilizado principalmente como droga recreativa.
É extraída de plantas do gênero Erythroxylum e possui função estimulante e analgésica, entrando nas categorias de drogas estimulantes junto com as metanfetaminas.
A cocaína é a segunda droga ilícita mais consumida mundialmente, de acordo com dados das Nações Unidas (ONU). A maconha fica em primeiro. No Brasil, ainda que esteja entre as drogas ilícitas mais consumidas, está perdendo espaço para drogas sintéticas como LSD, ecstasy, MDMA, etc.
A substância é encontrada principalmente nas folhas da planta Erythroxylum coca, nativa da América Central e do Sul, onde era utilizada desde a antiguidade pelos nativos que mascavam a folha para suportarem o frio, inibir o apetite e a fadiga.
A folha ainda é utilizada para fazer chás em países como a Bolívia, já que a concentração de cocaína não chega a 10% da concentração de compostos nas folhas, não representando um risco para quem consumir.
A cocaína foi estudada por suas funções analgésicas e como tratamento para substituir a morfina. Devido aos seus efeitos tóxicos do composto, a cocaína foi proibida nos Estados Unidos em 1914 e em 1920 no Brasil.
Para a extração e produção da cocaína como entorpecente primeiro as folhas de coca são maceradas na presença de ácido sulfúrico (H2SO4) (ou a gasolina é empregada como substituta do ácido) resultando em uma pasta conhecida como extrato da cocaína.
A segunda etapa consiste em misturar o extrato com ácido clorídrico (HCl) formando o pó branco característico da droga.
O pó branco gerado após a extração da cocaína submetida ao tratamento com os ácidos pode ser consumido por aspiração (mais comum), fumado e até injetado.
Neste último caso, os efeitos são notados mais rapidamente, mas os mesmos riscos que qualquer outra droga injetada, principalmente a transmissão de doenças e o aumento na possibilidade de overdose.
A forma mais comum de consumo, através da aspiração, também está relacionada com patologias nasais como destruição de septo e diminuição da absorção de oxigênio.
Após ser consumida, os efeitos têm início dentro de poucos minutos e podem durar de cinco a sessenta minutos.
A cocaína age estimulando o sistema nervoso central e suprimindo o apetite. É um inibidor da enzima monoamina oxidase que é responsável pela recaptação de neurotransmissores como a adrenalina e dopamina.
Uma vez que a cocaína inibe a ação dessa enzima, as concentrações de noradrenalina e dopamina no cérebro aumentam, mostrando os efeitos mais característicos como euforia e sensação de bem estar.
A cocaína possui uma elevada taxa de dependência, sendo notada logo após seu primeiro uso, fazendo com que o indivíduo tenha necessidade de consumir mais e o uso contínuo da substância aumenta a tolerância do organismo para ela.
Isso ocorre porque o organismo reduz a ação dos receptores cerebrais onde há ação da droga. Com a redução da ação dos receptores, a ação do entorpecente não se completa e isso faz com que o usuário sinta com menos força o efeito da droga.
Como consequência, os indivíduos acabam ficando dependentes da cocaína e consumindo cada vez mais concentrações, aumentando as chances de uma overdose.
O uso da cocaína produz efeitos físicos e psicológicos de curto e longo prazo.
A cocaína também acarreta fortes efeitos na sua abstinência. A abstinência é o momento em que o nível de concentração da droga cai no organismo. Neste momento, os efeitos podem ser:
O crack é uma droga produzida a partir da cocaína, possuindo os mesmos efeitos em grau mais elevado, porém com tempo mais curto de duração e com aumento dos riscos do seu consumo.
Ele é produzido a partir da pasta que sobra das etapas de síntese da cocaína com adição de bicarbonato de sódio.
Por ser uma droga mais barata que a cocaína e ainda produzir efeitos mais intensos, o crack acaba sendo consumido por dependentes químicos que já não encontram na cocaína a sensação de bem estar que tinham no início.
O uso de crack ainda é muito estigmatizado com a população mais marginalizada, sendo em muitos lugares conhecidos como a “cocaína dos pobres e mendigos”.
Os principais testes para detectar o uso de cocaína e outras drogas são através da análise do sangue e da urina.
Os exames de sangue possuem uma janela de detecçãode até dois dias e pouca eficiência do resultado, podendo apontar falsos positivos.
A janela de detecção é o período após o consumo em que ainda é possível detectar a substância. Já um falso positivo é quando o exame dá um resultado dizendo que o paciente consumiu cocaína quando na verdade não consumiu.
O exame de urina, embora possua uma janela de detecção maior (até três dias) também possui eficiência baixa e também pode acusar falsos positivos.
O melhor teste de detecção de cocaína é por meio de amostras de pêlos ou cabelos. Este possui noventa dias de janela de detecção, eficiência nos resultados e não há possibilidade de falsos positivos.
A cocaína, uma vez metabolizada, fica armazenada nessas glândulas por muito tempo até ser secretada no suor.
Os tratamentos para dependentes químicos obedecem a padrões específicos de cada país.
No caso da cocaína, geralmente, sua dose é diminuída ou substituída por outro estimulante, que também terá sua dose diminuída gradativamente. Quando ocorrem distúrbios psiquiátricos, estes são tratados com antidepressivos e antipsicóticos.
Estudos recentes apontam para uma imunização ativa, uma vacina contra a cocaína. A vacina é composta por uma molécula de cocaína unida a um ácido e uma proteína transportadora da toxina da cólera asiática.
Em resumo, a vacina pode impedir a cocaína de entrar no sistema nervoso central por interferência de anticorpos que irão reconhecer a droga. O mecanismo impossibilita o usuário de sentir os efeitos da droga após o consumo.
Os testes em humanos dessa vacina que pode ser um promissor mecanismo de tratamento foram iniciados em 2008.
O Brasil é o maior mercado mundial do crack e o segundo maior de cocaína, conforme pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Políticas Públicas do Álcool e outras Drogas (Inpad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo ouviu 4,6 mil pessoas com mais de 14 anos em 149 municípios do país. Os resultados do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) apontam ainda que o Brasil representa 20% do consumo mundial do crack.
Adaptado de: Redação Época, com Agência Brasil, 05/09/12
Das alternativas abaixo, qual se relaciona com as doenças e os efeitos provocados pelo uso do crack?