Boitatá: veja o que diz a lenda e qual sua origem
Publicado por Natália Cruz | Última atualização: 19/6/2025Índice
Introdução
O folclore brasileiro é cheio de personagens, como o Curupira, o Saci-Pererê, a Cuca e o Boitatá. Cada um desses nomes possui suas próprias características, poderes e misticismos.
O Boitatá, uma figura enigmática do folclore brasileiro, é frequentemente retratado como uma serpente de fogo com olhos luminosos. Esta lenda, com profundas raízes indígenas, permeia a cultura do Brasil, sendo um dos mitos mais emblemáticos e fascinantes da nação. Ao longo dos anos, o Boitatá tem cativado a imaginação de gerações, solidificando seu lugar na tapeçaria rica e diversificada das tradições brasileiras.
Por The ponta cabeça - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=79489373
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O que diz a lenda do Boitatá?
A lenda do Boitatá, uma das mais fascinantes do folclore brasileiro, narra a história de uma serpente de fogo que protege as florestas. Esta criatura, também conhecida em algumas regiões como "Biatatá" ou "Mbaê-Tata", é frequentemente descrita como uma enorme cobra de olhos flamejantes e corpo luminoso.
Segundo o mito, o Boitatá tem a capacidade de se transformar em uma chama errante que percorre os campos à noite, especialmente em noites de chuva. Sua principal missão é proteger áreas florestais e animais de incêndios. Acredita-se que a origem de sua forma flamejante esteja ligada à sua dieta à base de olhos de animais, o que lhe daria seu brilho característico.
Além de guardião, é também visto como um castigador daqueles que desrespeitam a natureza, incendiando terras e florestas. Em resumo, a lenda do Boitatá ressalta a importância da preservação ambiental e o respeito às forças da natureza.
Boitatá, reconhecido como serpente flamejante. (Imagem de Sepp por Pixabay)
Como nasceu o Boitatá?
Por se tratar de uma lenda,é imprescindível levar em consideração que podem haver alterações dependendo da região em que ela é contada, até porque, lendas fazem parte da transmissão oral de conhecimento, saberes e cultura. E por isso, é difícil também estabelecer uma data exata para o surgimento da história. No entanto, acredita-se ser uma que nasceu entre as tribos indígenas brasileiras e que foi passada adiante a partir da contação de histórias.
Os primeiros registros escritos da figura folclórica, no entanto, datam do início do século XVI, momento da chegada dos colonizadores europeus à região. No final do século XVI, o padre jesuíta José de Anchieta mencionou em seus escritos, que em conversas com os indígenas, ouviu sobre um fantasma com corpo de cobra flamejante que protegia as florestas e castigava aqueles que destruíam e desrespeitavam a natureza.
O que o Boitatá costuma fazer?
O Boitatá tem como principal objetivo proteger as matas e florestas e punir aqueles que destroem a natureza. O Boitatá é identificado como uma grande serpente de corpo flamejante e toda vez que se depara com um indivíduo destruindo a natureza, atinge o destruidor com chamas.
Muitas versões dizem que a serpente possui vários olhos dos quais saem as chamas, pois quando se alimenta, ingere os olhos de muitos animais. Os vários olhos garantiriam também a luminosidade do Boitatá
Origens da lenda do Boitata
A história do Boitatá tem raízes profundas nas tradições orais dos povos indígenas do Brasil. Inicialmente concebido como uma criatura espiritual que protegia as florestas e seus habitantes, o Boitatá era visto como um guardião das terras e dos rios. Com a chegada dos colonizadores europeus e a fusão de culturas, a lenda sofreu transformações.
No folclore brasileiro, o mito foi incorporado com elementos adicionais, transformando a criatura em uma serpente flamejante que persegue e pune aqueles que desrespeitam a natureza. Essa evolução da história ilustra a dinâmica intercultural do Brasil, onde tradições indígenas, europeias e africanas se entrelaçam para formar uma tapeçaria cultural única.
Conexões Indígenas
Dentro das tradições indígenas, diversas tribos possuem narrativas sobre seres que protegem as florestas e os animais. Embora os nomes e características possam variar, a essência da proteção à natureza é constante. O Boitatá é frequentemente associado a uma entidade que evita incêndios florestais e pune caçadores predatórios.
Suas características de serpente com olhos luminosos e chamas podem ser reflexos de antigas crenças indígenas sobre espíritos guardiães que iluminam as noites e as florestas densas. Essas conexões ilustram a profundidade e riqueza das histórias indígenas que moldaram o folclore nacional.
Variações regionais da lenda
O Brasil, com sua vastidão territorial e diversidade cultural, apresenta múltiplas versões da lenda do Boitatá. Enquanto no Sul, o Boitatá é muitas vezes visto como uma cobra de fogo que protege as áreas alagadas, no Nordeste, ele pode ser interpretado como um espírito que ronda rios e lagos, protegendo-os. No Sudeste e Centro-Oeste, relatos misturam características das outras regiões, formando uma tapeçaria rica e diversificada deste mito. Essas variações regionais refletem a rica tapeçaria cultural do Brasil e como uma única lenda pode ser moldada por diferentes contextos e tradições.
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Características e aparência do Boitatá
O Boitatá é frequentemente descrito como uma serpente de proporções gigantescas, com olhos que brilham intensamente. Sua presença é associada ao fogo, o que, em muitas versões, o torna uma espécie de guardião das florestas contra incêndios.
Além de sua natureza flamejante, a luminosidade de seus olhos serve como um farol nas trevas, sendo visível especialmente em áreas alagadas ou pântanos à noite. Essa combinação de características - a forma serpentina, o brilho acentuado e a associação com o fogo - torna o Boitatá uma das figuras mais distintas e memoráveis do folclore brasileiro.
O papel cultural do Boitatá
A lenda do Boitatá permeia diversas facetas da cultura brasileira. Na literatura, autores nacionais têm revisitado e reimaginado essa entidade, enriquecendo o imaginário popular. Na arte, seja em pinturas, esculturas ou ilustrações, a figura luminosa e serpentina do Boitatá é frequentemente evocada, simbolizando tanto o místico quanto o ancestral.
Além disso, festivais e celebrações populares, especialmente no interior do país, por vezes incorporam a lenda em suas temáticas, utilizando máscaras e alegorias que remetem à criatura. Este entrelaçamento do mito com práticas culturais demonstra o profundo impacto e relevância do Boitatá no tecido cultural do Brasil.
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A porca e os sete leitões
É um mito que está desaparecendo, pouca gente o conhece. É provável que a geração infantil atual o desconheça. (Em nossa infância em Botucatu, ouvimos falar que aparecia atrás da igreja de São Benedito no largo do Rosário.) Aparece atrás das igrejas antigas. Não faz mal a ninguém, pode-se correr para apanhá-la com seus bacorinhos que não se conseguirá. Desaparecem do lugar costumeiro da aparição, a qual só se dá à noite, depois de terem “cumprido a sina”.
Em São Luís do Paraitinga, informaram que se a gente atirar contra a porca, o tiro não acerta. Ninguém é dono dela e por muitos anos apareceu atrás da igreja de Nossa Senhora das Mercês, na cidade onde nasceu Oswaldo Cruz.
São Paulo: Martins Fontes, 2004.
Os mitos são importantes para a cultura porque, entre outras funções, auxiliam na composição do imaginário de um povo por meio da linguagem. Esse texto contribui com o patrimônio cultural brasileiro porque: