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Estética na filosofia: aprenda o que é e seus conceitos

Filosofia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 31/1/2025

Introdução

A estética, ramo da filosofia, estuda a essência da beleza e sua relação com a arte e as emoções humanas. Para o Enem, o tema explora conceitos de Platão e Aristóteles, além de questões sobre juízos estéticos e suas implicações históricas. Entenda como essa área conecta arte, sociedade e história.

silhueta de uma árvore ao pôr do sol, refletindo equilíbrio e beleza estética, conceitos centrais na filosofia sobre o que é belo

Essência natural daquilo que é considerado belo

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Índice

Resumo sobre estética na filosofia

A estética, também chamada de ciência do belo ou filosofia da arte é a área da filosofia que se dedica a estudar e compreender a partir da racionalidade aquilo que é belo tanto nas manifestações da natureza quanto nas manifestações artísticas produzidas pelos seres sociais.

Na contemporaneidade, a estética se ocupa do estudo racional da produção das obras e formas de arte, levando em consideração elementos sociais, políticos, econômicos e históricos. Importante lembrar que não é possível compreender estética sem levar em consideração o momento histórico.

O que é estética na filosofia?

A estética é um ramo da filosofia dedicado ao estudo da essência da beleza, da arte e das emoções que elas despertam. O termo “estética” origina-se do grego aisthetiké, que significa “percepção” ou “sensibilidade”. 

Na filosofia, esse campo busca compreender e questionar a natureza do belo e suas manifestações, tanto na natureza quanto na arte, investigando seus objetivos, formas de expressão, mecanismos de influência e significado.

Na Antiguidade clássica, os gregos desenvolveram o estudo da estética como área da filosofia para ajudar a compreender racionalmente as manifestações artísticas da natureza ou aquelas produzidas pelos indivíduos. Já na contemporaneidade, a estética abrange não apenas o estudo das formas de arte, mas também os aspectos políticos, sociais e econômicos que envolvem as produções artísticas e culturais.

É também tarefa da estética se ocupar daquilo que não é belo, da ausência do belo, que é chamado de feio. Nos últimos anos, as pesquisas concretizadas no campo da estética buscaram atingir a natureza dos juízos ligados à percepção daquilo que é considerado belo e na compreensão de como atuam os sentimentos na interação com diversos estilos artísticos.

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Qual a importância da estética na filosofia?

Para a filosofia, o estudo da estética é essencialmente importante para que haja reflexão sobre beleza, formas de  produção da arte, percepções e compreensões da sociedade e das relações sociais, políticas e econômicas existentes em meio a produção de obras e manifestações artísticas.

 Em relação às primeiras análises sobre arte e estética, é preciso levar em consideração qual era o contexto histórico, social e econômico na Grécia, quando os filósofos decidiram voltar seus olhares para o estudo da estética. Na Grécia antiga, majoritariamente, havia, entre os artistas, a preferência por um padrão naturalista e de imitação. Em sua grande maioria, os artistas imitam a realidade, observando as paisagens naturais e os corpos, principalmente os masculinos. Para Platão, a arte é, basicamente, a mimesis da realidade, ou seja, a arte é a imitação daquilo que é real.

Detalhe do Erecteion na Acrópole de Atenas, com suas famosas Cariátides, representando a harmonia e a proporção, conceitos fundamentais da estética na filosofia clássica.

Ruínas gregas com esculturas.

Estética e beleza: qual a relação?

A relação entre estética e beleza foi explorada de formas distintas ao longo da história, refletindo os valores e contextos de cada período. Na Antiguidade, a beleza passou a ser um elemento central da estética quando os filósofos entenderam que ela representava um compromisso dos indivíduos com valores estéticos universais. 

Os gregos viam a beleza como objetiva, baseada em proporções e harmonia, algo que poderia ser identificado tanto na natureza quanto nas manifestações artísticas, como nas esculturas e na arquitetura.

Na Idade Média, o conceito de beleza se entrelaçou com a religião. O belo era considerado uma expressão da perfeição divina, e a arte frequentemente servia como veículo para a fé. A beleza estava ligada à ideia de transcendência, representada em obras como as catedrais góticas, que buscavam evocar o sublime e aproximar o homem de Deus.

Durante o Renascimento, a percepção da beleza sofreu uma transformação, associando-se à reprodução fiel da realidade. Padrões matemáticos e racionais passaram a definir o que era considerado belo, refletindo o retorno à racionalidade clássica. 

Obras como o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci exemplificam essa visão, unindo arte e ciência para representar a harmonia e as proporções ideais do corpo humano.

Na contemporaneidade, o conceito de beleza tornou-se mais subjetivo e plural, abrangendo diferentes culturas, contextos e estilos artísticos. Exemplos como a arte abstrata de Wassily Kandinsky ou o design digital moderno mostram como o belo hoje se relaciona com emoções, criatividade e inovação. Assim, a relação entre estética e beleza segue evoluindo, sendo moldada pelas transformações sociais, históricas e tecnológicas.

Desenho do Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci, simbolizando a busca pela proporção e simetria, ideais centrais da estética na filosofia renascentista.

Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, feito a partir de proporções matemáticas.

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Platão e Aristóteles: diferentes visões sobre a arte

O filósofo grego Platão divide a realidade em dois universos distintos: o sensível e o inteligível. No universo inteligível, de acordo com Platão é que se encontram as formas puras, as essências e os fundamentos da existência dos seres existentes no mundo sensível. A partir dessa visão platônica, tanto os homens quanto os seres da natureza seriam cópias sensíveis dos originais modelos inteligíveis.

A partir da divisão dos dois mundos e da ideia de cópia e originalidade que Platão desenvolve sua crítica à arte. Para Platão o mundo como cópia do real caracteriza, portanto, a distinção, a dessemelhança daquilo existente de maneira original no mundo inteligível.

A arte para Platão seria, portanto, uma imitação capaz de enganar quem a vê. A arte por ser uma imitação de uma imitação contida no mundo sensível se afasta cada vez mais do real, daquilo que é, efetivamente, o original. Na visão platônica, a arte imita a cópia, o que Platão chama de simulacro. A partir da sua crítica sobre a filosofia, Platão rejeita a arte e afirma que a melhor substituição para a poesia é dada pela filosofia.

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Aristóteles, por sua vez, entende o modelo platônico como sendo insustentável e, de certa maneira, inútil. Para Aristóteles, a realidade é o sensível e os seres que vivem na realidade sempre estabelecem sua denominação e a de nominação dos objetos a partir da relação de uma categoria com um gênero universal. De acordo com Aristóteles, os gêneros universais abstraem modelos dos seres particulares. 

Na visão aristotélica, a imitação seria então uma experiência benéfica, uma vez que permite a junção de narrativas e imagens que mostram que algumas experiências são, efetivamente, possíveis. A imitação para Aristóteles tem também caráter pedagógico, pois seu efeito, chamado por Aristóteles de catarse, colabora com a identificação daquele que copia com a imagem daquele que é copiado. É nessa relação que surgem então, o respeito, a admiração e o aprendizado.

A partir da análise das artes, a experiência artística também se baseia na imitação, chamada nesse caso de verossimilhança. Não necessariamente a verossimilhança acontece relacionada a fotos reais, mas pode relacionar-se com acontecimentos ou fatos que são possíveis de acontecer ou que estão na iminência de acontecer. 

Na visão do filósofo, a tragédia seria a mais elevada forma de representação artística, uma vez que ela trata especificamente dos dramas humanos. Os seres humanos observando as tragédias podem ser então capazes de superar os dramas e aproximarem-se da felicidade.

De forma geral, é possível entender que a dessemelhança afasta-se do real enquanto que a verossimilhança representa a possibilidade de transformar algo em realidade. A dessemelhança deseduca os seres, enquanto que a verossimilhança poderia ser usada de forma pedagógica.

Vista dos templos da Acrópole de Atenas, exemplificando a harmonia, simetria e proporção, elementos essenciais da estética na filosofia grega clássica.

Partenon, Grécia.

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A estética na contemporaneidade

Na contemporaneidade, a estética transcendeu os limites tradicionais da arte e da filosofia, integrando-se a campos como tecnologia, design e redes sociais. Hoje, a estética é amplamente abordada nas produções digitais, no design gráfico e no impacto visual das mídias sociais. 

As ferramentas digitais revolucionaram o acesso e a criação artística, permitindo a disseminação de obras para públicos diversos em escala global. Elementos estéticos, como cores, formas e tipografia, são explorados de maneira estratégica para atrair e engajar audiências, especialmente em plataformas como Instagram e TikTok, onde a experiência visual é essencial.

Além disso, o conceito de beleza tornou-se mais subjetivo, refletindo uma diversidade de culturas, corpos e estilos. Enquanto no passado o belo seguia padrões rígidos, na contemporaneidade, movimentos como o "body positive" e o minimalismo no design desafiam as normas tradicionais e enfatizam a autenticidade e a simplicidade. 

Exemplos de questões atuais ligadas à estética no Enem

O Enem frequentemente aborda a estética contemporânea por meio de temas que conectam arte e tecnologia. Questões podem explorar como as redes sociais moldam a percepção do belo ou como o design influencia o consumo de produtos e ideias. Exemplos incluem:

  • Tema interdisciplinar: A relação entre estética e sustentabilidade no design de embalagens.

  • Questão filosófica: O impacto da tecnologia no conceito de arte, como em obras digitais e instalações interativas.

  • Tema cultural: A pluralidade estética nas manifestações artísticas contemporâneas, considerando as influências de diferentes culturas.

Esses exemplos destacam como a estética continua relevante, estimulando reflexões sobre os desafios e possibilidades das manifestações artísticas no mundo atual.

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Exercício de fixação
Passo 1 de 5
UEL/2015

Leia os textos a seguir.

A arte de imitar está bem longe da verdade, e se executa tudo, ao que parece, é pelo facto de atingir apenas uma pequena porção de cada coisa, que não passa de uma aparição.

Adaptado de: PLATÃO. A República. 7.ed. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p.457.

O imitar é congênito no homem e os homens se comprazem no imitado.

Adaptado de: ARISTÓTELES. Poética. 4.ed. Trad. De Eudoro de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1991. p.203. Coleção “Os Pensadores”.

Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética e a questão da mímesis em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa correta.

A Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomênicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequado e inferior, tanto em relação aos objetos representados quanto às ideias universais que os pressupõem.
B Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pintores e escultores representam perfeitamente a verdade e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do artista um fazer nobre, imprescindível para o engrandecimento da pólis e da filosofia.
C Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à reprodução de objetos existentes, o que veda o poder do artista de invenção do real e impossibilita a função caricatural que a arte poderia assumir ao apresentar os modelos de maneira distorcida.
D Aristóteles concebe a mímesis artística como uma atividade que reproduz passivamente a aparência das coisas, o que impede ao artista a possibilidade de recriação das coisas segundo uma nova dimensão.
E Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é imitação e entende que a música, o teatro e a poesia são incapazes de provocar um efeito benéfico e purificador no espectador.
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