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Niilismo: Significado, influência de Nietzsche e principais filósofos

Filosofia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 21/9/2023

Introdução

Será possível encontrar sentido em um mundo que parece desprovido de significado? Esse é o desafio intrigante proposto pelo niilismo, uma corrente filosófica que mergulha nas profundezas da existência humana.

O niilismo, termo derivado do latim "nihil", que significa "nada", questiona as bases das crenças, valores e verdades que estruturam nossa realidade.

Em uma busca implacável pela verdade, o niilismo desafia as noções tradicionais de moralidade, religião e conhecimento, lançando dúvidas sobre a objetividade de todas essas esferas.

Ele explora as fissuras entre o que acreditamos ser verdadeiro e o que realmente é. Ele nos confronta com o vazio aparente do cosmos e nos incita a considerar se o significado é algo intrínseco ou apenas uma construção humana.

Mas, será que a ausência aparente de sentido é inerente à realidade ou é apenas um resultado de nossas limitações perceptivas? E se a falta de um significado absoluto abrir espaço para uma liberdade radical de interpretação e criação? Aprenda mais sobre esse tema!

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Índice

O que é Niilismo?

O niilismo é uma corrente filosófica que questiona, nega ou é cética quanto ao valor, sentido e propósito tradicionalmente atribuídos à vida, à moralidade, à verdade e à existência em si. Em sua forma mais extrema, afirma que nada tem significado, propósito ou valor intrínseco.

O que é ser uma pessoa niilista?

Uma pessoa niilista pode ser definida como aquela que encara a vida com indiferença, questionamento e ceticismo. O comportamento do niilista está apoiado na na afirmação de que tudo no mundo seria falso, artificial, sem sentido ou propósito Os niilistas também desprezam , muitas vezes de forma radical, valores e princípios sociais.

Quando surgiu o niilismo?

O termo "niilismo" tem suas raízes no latim "nihil", que significa "nada". Embora as ideias niilistas possam ser rastreadas até a antiguidade, foi na Rússia do século XIX que o niilismo emergiu como um movimento social e cultural distinto. Nessa época, jovens revolucionários russos, desiludidos com as estruturas tradicionais da sociedade, adotaram uma postura niilista, rejeitando as normas e valores estabelecidos.

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As principais características do Niilismo

  • Rejeição de Valores Tradicionais: O niilismo nega ou rejeita os valores e significados tradicionalmente aceitos, sejam eles morais, religiosos ou culturais.
  • Ceticismo quanto à Verdade Absoluta: Os niilistas frequentemente questionam a ideia de uma verdade objetiva ou universal, argumentando que a verdade é uma construção social ou subjetiva.
  • Descrença no Propósito: O niilismo frequentemente sustenta que a vida não tem propósito intrínseco ou objetivo.

Tipos de Niilismo

De forma geral, existem quatro vertentes de niilismo. São elas:

  • Moral -  Não faz julgamentos de ações como morais ou imorais.
  • Existencial - Não vê sentido ou propósito na existência humana
  • Negativo - Rejeita todo tipo de controle e coerção, seja ela política, tradicional ou religiosa.
  • Político - Prega a destruição das forças políticas e institucionais para a melhor organização social.

O filósofo francês Gilles Deleuze, por sua vez, identifica na obra de Nietzsche quatro tipos de niilismo:

  • Niilismo ativo - Prega a destruição do niilismo dentro dele mesmo. O niilismo ativo também nega a si mesmo.
  • Niilismo passivo - De acordo com Nietzsche, a vontade e potência se esgotaram dentro do niilismo e diante disso, os indivíduos tem cada vez menos capacidade de se afirmar.
  • Niilismo negativo - Há a negação do mundo em nome de outros valores. No entanto, ao negar o mundo, o niilista engana a si próprio.
  • Niilismo reativo - Surge com o nascimento da razão científica, nega a promessa de paraíso depois da morte, a felicidade deve ser construída aqui e agora.

O niilismo de Nietzsche

Friedrich Nietzsche é frequentemente associado ao niilismo, embora sua relação com o conceito seja complexa. Nietzsche identificou o niilismo como uma consequência da morte de Deus e da rejeição dos valores tradicionais. No entanto, ele viu o niilismo não apenas como um problema, mas também como uma oportunidade para a reavaliação e criação de novos valores. Ele distinguiu entre o "niilismo negativo", que simplesmente rejeita os valores existentes, e o "niilismo positivo", que busca criar novos significados e valores.

Friedrich Nietzsche
Friedrich Nietzsche, filósofo alemão

Referências do niilismo

O niilismo influenciou muitos pensadores, artistas e escritores ao longo da história. Além de Nietzsche, outros filósofos, como Jean-Paul Sartre e Albert Camus, abordaram temas niilistas em suas obras. 

Na literatura, obras como "Os Irmãos Karamázov" de Fyodor Dostoevsky e "O Estrangeiro" de Albert Camus exploram a sensação niilista da vida sem propósito ou significado.

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Filósofos Niilistas

Muitos filósofos, principalmente alemães, tiveram grandes influências do niilismo em suas obras. Conheça alguns dos mais famosos e relevantes.

Arthur Schopenhauer

Arthur Schopenhauer, filósofo alemão

Filósofos Niilistas

  • Niilismo é a rejeição ou ceticismo quanto ao valor e propósito da vida e da existência.
  • Surgiu como um movimento distintivo na Rússia do século XIX.
  • Caracteriza-se pela rejeição de valores tradicionais, ceticismo em relação à verdade absoluta e descrença no propósito da vida.
  • Nietzsche é um importante referencial no niilismo, reconhecendo suas implicações problemáticas e também seu potencial transformador.
  • O niilismo tem influenciado diversos pensadores, artistas e escritores ao longo da história.

Compreender o niilismo é fundamental para entender muitos dos debates filosóficos e culturais da modernidade e pós-modernidade, bem como as crises existenciais que muitos enfrentam na contemporaneidade.

Resumo sobre niilismo:

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
(ENEM/2016)

Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim; cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar!

NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra, Rio de Janeiro. Ediouro, 1977.

O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que:

A reforça a liberdade do cidadão.
B desvela os valores do cotidiano.
C exorta as relações de produção.
D destaca a decadência da cultura.
E amplifica o sentimento de ansiedade.
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