Thomas Hobbes, nascido em 5 de abril de 1588, filósofo, matemático e teórico político inglês, é um dos fundadores do pensamento político moderno, trazendo ideias inovadoras como Contrato Social e O Mecanicismo do Homem.
Suas obras mais famosas - Leviatã (1651), Os Elementos da Lei (1650) e Do Cidadão (1651) - tratam do funcionamento da sociedade absolutista, tendo em foco a necessidade desse poder forte centralizado para a manutenção da ordem.
Fortemente influenciado pelo método cartesiano e pelas descobertas científicas da época - o mecanicismo do Universo de Galileu Galilei, por exemplo -, Hobbes estudou a sociedade e a política pautado na razão e na lógica.
Foi perseguido pela Igreja Católica e pelo Governo Francês, uma vez que suas ideias foram consideradas antiteológicas. Hobbes defendia que o monarca vigente deveria ser o cabeça político e religioso, afastando o controle da igreja sobre o governo.
Perseguido, fugiu da França e foi morar na Inglaterra, cuja cisão com a Igreja Católica já havia acontecido fazia meio século. Entretanto, mesmo lá, suas ideias não foram bem vistas. Seus livros foram queimados pela igreja em Oxford e a Royal Society julgou seu trabalho como de má qualidade.
📚 Você vai prestar o Enem 2020? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚
Hobbes defende que os seres humanos são, em sua natureza, egoístas, pois se interessam somente em suas necessidades particulares e imediatas.
Antes de formada a sociedade como se conhece, o homem se encontrava em seu “Estado de Natureza”, onde guerreava por suas necessidades. Categoriza-se, assim, a seguinte frase de Hobbes: “O Homem é o lobo do Homem”. Ou seja, o único inimigo que pode machucar o homem é outro homem.
Nesse estado de permanente guerra, é necessário um poder absoluto. O Leviatã, que todos os homens deveriam obedecer e respeitar, se responsabilizaria de impor a ordem, as leis e a paz.
Encontrando tal poder, sendo um rei absolutista ou uma democracia liberal, seria possível, então, formar um contrato social, em que o homem deixaria seu estado de natureza para agora viver em sociedade, abdicando de certas liberdades e direitos por benefícios, tendo somente que obedecer ao poder.
Hobbes considera que o homem, possuindo ainda raízes primitivas que remetem a seu estado de natureza, possui a paixão mais forte que a vontade.
A Paixão é a ação imediata, levada por emoções, de uma necessidade imediata e não pensada. A esta, não são considerados efeitos e consequências. Já a Vontade corresponde ao ato pensado, premeditado, que possui objetivo a ser alcançado, estando previstas as suas consequências.
Sendo a Paixão maior que a Vontade, o homem apenas aceita o contrato social e a necessidade de viver em comunidade ao submeter-se ao Leviatã, por mera questão de sobrevivência.
O Contrato Social marca, portanto, a passagem do homem selvagem para o homem da sociedade.
A Igreja Católica não mostrou simpatia pelas ideias de Hobbes, devido ao choque que seus textos produziam em relação à Bíblia. Isto o fez fugir para a Inglaterra, onde passou o resto de sua vida.
John Locke e Jean-Jacques Rousseau são outros filósofos adeptos do contrato social.
🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓
Inspirado por Galileu Galilei e Francis Bacon, Hobbes rejeita as ideias sobre a metafísica e busca as propriedades e a causa das coisas por meio da razão.
Neste contexto, ele encontra no homem o objeto de estudo de interesse. Divide o conceito de corpo entre “corpo natural” (filosofia natural) e “corpo artificial” (filosofia política), atrelando-o à existência material (materialismo) e, portanto, à física. Mais especificamente, ao movimento e à força, facetas do mecanicismo.
A partir dessas ideias, Hobbes tenta explicar fenômenos físicos, psíquicos e emocionais do homem através da física. Ele compara o homem a uma máquina - com bombas, válvulas, torneiras, cordas etc. Entretanto, por inatismo, tende a cultivar o movimento.
O homem é naturalmente tendencioso a continuar em movimento, uma vez que isso está atrelado à conservação da vida e da propriedade de bens privados.
Para Thomas Hobbes, os seres humanos são livres em seu estado natural, competindo e lutando entre si, por terem relativamente a mesma força. Nesse estado, o conflito se perpetua através de gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanente. Para esse filósofo, a criação de uma sociedade submetida à Lei, na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos renunciem à sua liberdade original. Nessa sociedade, a liberdade individual é delegada a um só dos homens que detém o poder inquestionável, o soberano.
Fonte: MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Trad. João Paulo Monteiro; Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Editora NOVA Cultural, 1997.
A teoria política de Thomas Hobbes teve papel fundamental na construção dos sistemas políticos contemporâneos que consolidou a (o):