O livro Mensagem, do autor Fernando Pessoa, apresenta a história de Portugal através do mito e do misticismo. Ao recontar a trajetória em seus poemas, o poeta refere-se à história de maneira particular, desde a sua formação até o seu apogeu, não deixando de fora o seu olhar sobre o momento de sua decadência, mas sem perder a esperança de um renascimento e superação lusitano.
Mensagem é uma obra que demorou 21 anos para ser finalizada, os seus 44 poemas foram escritos entre os anos de 1913 a 1934, sendo esta a única obra publicada em língua portuguesa e uma das quatro publicadas ainda em vida do autor.
Heróis lendários, históricos e míticos são personagens dessa obra que exalta o passado de Portugal desde a sua formação até o seu apogeu nos tempos de expansão marítima, sem deixar de lado o ponto de vista do autor sobre o seu momento de decadência e uma perspectiva para o futuro, o seu reflorescimento.
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Escritor, filósofo, dramaturgo, crítico literário, tradutor, astrólogo, entre outras profissões, Fernando Pessoa é um dos nomes mais importantes da literatura portuguesa da época do modernismo. Nascido em Lisboa no ano de 1888, começou a dedicar-se à literatura em 1915, produzindo vários poemas em inglês.
O autor, além de escrever, traduziu obras de Sheakespeare e Edgar Allan Poe para o português e também obras portuguesas para as línguas inglesa e francesa. Em vida, publicou quatro obras, sendo três delas escritas em inglês e somente Mensagem, obra da qual analisaremos, publicada em português.
Fernando Pessoa é também conhecido por escrever a partir de seus heterônimos, suas outras personalidades literárias, sendo as mais conhecidas: Álvaro de Campos, Alberto Caiero e Ricardo Reis.
Fernando Pessoa faleceu aos 47 anos no dia 30 de novembro de 1935, em Lisboa, vítima de cirrose hepática. Em seu leito de morte escreveu sua última frase em inglês: “I know not what tomorrow will bring” (Não sei o que o amanhã trará).
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A obra Mensagem é estruturalmente dividida em três seções: Brasão, Mar Português e O Encoberto.
Parte I: Brasão
Na primeira parte de Mensagem, Brasão, os poemas tratam das personagens míticas e históricas da origem, fundação e constituição de Portugal. Figuras como a de Ulisses (presente na Ilíada e na Odisseia que teria fundado Lisboa), Viriato, d. Henrique, d. Afonso I, entre outros nobres e monarcas que fazem parte da história estão presentes no enredo.
Os poemas da primeira parte foram edificados tendo como referência o Brasão de Armas de Portugal e é a partir dessa figura que o poeta recria a história portuguesa.
Parte II: Mar Português
Há na segunda parte da obra, Mar Português, uma diferença entre a primeira e a terceira, já que nesta os 12 poemas não são divididos. O autor traz o momento da expansão marítima, tempo do apogeu do império Português, refazendo a cronologia das navegações e de suas conquistas ao decorrer do tempo. Personagens importantes também aparecem aqui, como é o caso de Vasco da Gama. Nessa seção também se encontra o poema mais conhecido de Mensagem: Mar Português.
A glória de Portugal é contada até Ascensão de Vasco da Gama, para encontrar seu momento de decadência com Mar Português. Em A Última Nau é remetida a da queda de d. Sebastião e Prece é uma oração pedindo a Deus novas conquistas a Portugal.
Parte III: O Encoberto
Na terceira parte da obra, o autor dá enfoque aos mitos do sebastianismo e do Quinto império nas três seções: Os símbolos, Os Avisos e Os Tempos. O mito do retorno de d. Sebastião faz referência ao momento em que Portugal irá novamente se reestabelecer e voltar aos tempos de apogeu, já o Quinto Império refaz a ideia de um império universal, cultural e captaneado pela influência de uma língua, e não pela ação bélica.
Na primeira seção, Os Símbolos, o autor reforça todo o misticismo ao redor da figura de d. Sebastião; Já em Os avisos, segunda seção, o autor apresenta os profetas do Quinto Império: Bandarra, o sapateiro autor de trovas messiânicas, Antônio Vieira, o orador máximo da cristandade, e um eu lírico que pode muito facilmente ser aproximado do próprio poeta; em Os Tempos, terceira seção, o autor mescla o misticismo com a esperança de um novo apogeu, na tentativa de resgatar Portugal do século XVI a partir da vinda de um novo d. Sebastião, dando-lhe uma segunda data, 1888, data esta de seu próprio nascimento.
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A questão refere-se a uma estrofe, transcrita abaixo, do poema de Fernando Pessoa.
MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fonte: PESSOA, F. Mensagem. In: Mensagem e outros poemas afins seguidos de Fernando Pessoa e ideia de Portugal. Mem Martins: Europa-América [19-].
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, a frase Tudo vale a pena quando a alma não é pequena remete a: