Cursos tecnólogos: 8 coisas que você deve saber sobre esse tipo de graduação
Está pensando em fazer algum curso tecnólogo? Esse post traz informações sobre esse tipo de graduação, que vem crescendo o número de matriculados no Brasil.
Você já conhece tudo sobre os cursos tecnólogos e sabe todas as vantagens que ele pode trazer? Ainda não? Então esse artigo vai te deixar por dentro de tudo o que você precisa entender na hora de decidir fazer esse tipo de graduação.
Sim, o Ministério da Educação (MEC) reconhece os cursos tecnólogos como uma graduação de Ensino Superior. O diploma tem validade nacional e quem se formou pode ingressar em uma pós-graduação stricto sensu e lato sensu e, dependendo do edital, prestar concurso público.
Muitos costumam afirmar que a principal vantagem de um curso de tecnologia é a duração de dois a três anos. Menos tempo que um bacharelado ou uma licenciatura, que levam entre quatro e cinco anos para um aluno se formar.
Além disso, a grade curricular desses cursos geralmente é direcionada às demandas práticas da profissão. Esses e outros diferenciais vêm atraindo muitos estudantes buscando iniciar uma carreira. “A cada ano, a graduação tecnológica ganha mais espaço no universo acadêmico”, afirma Ricardo Luz, coordenador dos cursos de Gestão de Recursos Humanos e MBA em RH da UniCarioca.
O professor traçou alguns pontos importantes que um estudante deve saber ao se interessar por um curso tecnólogo.
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Diferenciais no aprendizado e no mercado
Como foi dito acima, o tecnólogo não é apenas uma graduação mais compacta. A grande diferença é o direcionamento dado durante o curso.
“Enquanto a graduação tradicional foca em elementos teóricos e conceituais, a tecnológica privilegia o desenvolvimento de competências profissionais específicas para atender, de forma mais objetiva, às demandas do mercado e às múltiplas profissões que surgiram com o desenvolvimento econômico do Brasil”, diz Luz.
O número de cursos certificados vem crescendo
Com 20 anos desde a implementação dos cursos tecnólogos no Brasil, o MEC já realizou três edições do MEC atualiza o Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia. Ele traz informações para que as formações sigam as tendências de mudanças do setor produtivo e da sociedade.
A primeira edição do catálogo, em 2006, criou 98 denominações de cursos. Em 2010, a segunda edução elevou o número para 113. Em 2016, a edição mais recente acrescentou 21, totalizando 134 denominações de cursos superiores de tecnologia.
“Os cursos são distribuídos em 113 eixos tecnológicos, tais como ambiente e saúde; controle e processos industriais; desenvolvimento educacional e social; gestão e negócios; informação e comunicação; infraestrutura; militar; produção alimentícia; produção cultural e design; produção industrial; recursos naturais; segurança; e turismo, hospitalidade e lazer”, explica o professor.
Impulso à expansão do Ensino Superior no Brasil
Luz também explica a importância que esses cursos têm para o Ensino Superior no país.
“Na verdade, os cursos de graduação tecnológica tiveram uma grande contribuição para a expansão das matrículas no Ensino Superior brasileiro, representando, portanto, um relevante fator de desenvolvimento humano e econômico para o país. Para termos uma ideia da representatividade dessa modalidade de cursos, basta analisar os números: em 2017, eles foram responsáveis por 19% do total de ingressantes nos cursos de graduação no Brasil.”
Vantagens da relação custo/benefício
Os cursos tecnólogos atraem um público que já não estava muito empenhado em realizar uma faculdade e encontraram neles uma oportunidade de ingressar em uma graduação
“Em função das vantagens da relação custo/benefício, esses cursos têm atraído para os bancos escolares também pessoas de mais idade que já estavam na ativa, mas que não tinham mais motivação para voltar a estudar. Eles proporcionam uma inserção mais rápida no mercado de trabalho, com um menor investimento por parte dos estudantes”, completa.
Áreas de maior destaque
Segundo o último Censo de Educação Superior, os cinco cursos que tiveram o maior número de matrículas foram:
- Gestão de Recursos Humanos, com 155.829 matrículas;
- Empreendedorismo, com 96.835 matrículas;
- Gestão em Logística, com 71.387 matrículas;
- Análise e Desenvolvimento de Sistemas, com 65.795 matrículas;
- Administração Pública, com (44.000) matrículas.
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Ao se formar, é possível se especializar
Os tecnólogos podem, assim que conseguirem o diploma, buscar uma pós-graduação, seja ela lato sensu (especialização e MBA) ou stricto sensu (mestrado e doutorado).
“Sabemos que, para quem está começando numa profissão, é importante saber que a especialização é fundamental. Deve haver um aprofundamento do conhecimento para competir com força no mercado de trabalho. Para isso, é recomendável que o egresso faça logo uma pós-graduação na mesma área de sua graduação.
Conhecendo o universo da graduação tecnológica, do curso ao mercado de trabalho
Ricardo Luz recomenda “que, antes de escolher um curso, procure conhecer o que faz o profissional que atua na área, qual a remuneração desses profissionais, a dificuldade ou facilidade de acesso ao mercado de trabalho, os cargos dentro da carreira profissional, se o trabalho é realizado, predominantemente, de forma autônoma ou nas organizações”.
O tecnólogo não é exclusividade do Brasil
Existem cursos que seguem a mesma linha do tecnólogo no México, na Alemanha, na França e, também, nos Estados Unidos. Nos Community Colleges, como são conhecidos, as faculdades oferecem cursos de curta duração e que recebem mais de 40% dos calouros do Ensino Superior naquele país.
“Nós ainda não avançamos o suficiente, em parte pela desinformação e também por preconceito. Mas foram 20 anos de inegáveis progressos na consolidação da modalidade, que tem tudo para se consolidar entre as principais opções de Ensino Superior”, conclui o professor.