
Negociação colaborativa: conheça os princípios do método Harvard
Giovana Murça | 13/12/25Entenda como o método de negociação colaborativa fortalece relações e facilita acordos duradouros nas empresas
Entenda o conceito de negociação ganha-ganha, popularizada pelo método de Harvard, e como aplicar essa abordagem no contexto profissional
Em resumo:
A negociação ganha-ganha é uma abordagem estratégica popularizada pelo famoso método de Harvard. O conceito foi criado como uma alternativa às negociações tradicionais, muitas vezes focadas na competição, onde uma parte sai “vencedora” e a outra “perdedora”.
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A proposta da técnica é promover soluções mutuamente benéficas, nas quais ambas as partes podem alcançar seus objetivos sem prejudicar a outra. Essa abordagem é uma das principais formas de negociação colaborativa, sendo aplicada em parcerias de negócios, negociações salariais ou resolução de conflitos no trabalho, por exemplo.
Neste artigo, saiba como aplicar a abordagem ganha-ganha em diferentes contextos profissionais, além de aprender os princípios fundamentais do método de Harvard.
A negociação ganha-ganha é uma abordagem que busca soluções em que todas as partes envolvidas saem beneficiadas. Ao contrário das negociações tradicionais, em que cada lado defende sua própria opinião, a técnica ganha-ganha busca identificar os interesses de cada parte, visando um acordo que atenda às necessidades de todos.

No modelo de posicionamento tradicional (também conhecido como negociação distributiva), cada lado defende sua posição, fazendo concessões apenas para alcançar um acordo mínimo.
Esse tipo de negociação tende a ser competitiva e, muitas vezes, resulta em um perdedor e um vencedor. Já na negociação ganha-ganha, o foco está em uma solução colaborativa, em que todos os participantes podem atingir seus objetivos sem prejudicar o outro.
O método de Harvard é a base para a negociação ganha-ganha, oferecendo uma abordagem fundamentada em quatro princípios-chave: separar as pessoas do problema, focar nos interesses (não nas posições), inventar opções para ganho mútuo e insistir no uso de critérios objetivos.
A chamada negociação distributiva, que se trata do estilo de negociação tradicional, é uma abordagem competitiva, na qual as partes disputam uma quantidade fixa de recursos, como se fosse uma “pizza” a ser dividida.
Nessa negociação, um lado ganha e o outro perde. O objetivo principal é maximizar a própria vantagem sem se preocupar com os interesses do outro. Exemplo disso são as negociações de contratos de fornecimento em que o preço é o único ponto de negociação.
Já a negociação integrativa é um tipo de negociação ganha-ganha, que busca expandir os recursos disponíveis para que ambas as partes saiam ganhando. A ideia é entender os interesses de cada lado e, a partir disso, trabalhar juntos para gerar soluções criativas que aumentem o valor total da negociação, alcançando um resultado mutuamente benéfico e colaborativo.
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Ao focar na criação de soluções que atendem aos interesses de todas as partes envolvidas, a negociação ganha-ganha fortalece relacionamentos de longo prazo e contribui para a criação de valor contínuo ao longo do tempo.
Um dos principais benefícios dessa abordagem é a manutenção de relações positivas. Nesse estilo de negociação, as partes se sentem mais respeitadas e compreendidas. Isso contribui para a construção de confiança, essencial para futuras negociações e parcerias.

Além disso, a negociação ganha-ganha tende a gerar soluções mais criativas e eficazes. Quando as partes trabalham juntas para explorar diferentes possibilidades, as opções desenvolvidas são mais completas e equilibradas.
Essa abordagem também é vantajosa em termos de eficiência e durabilidade. Como as soluções são baseadas em interesses comuns e não em concessões forçadas, os acordos tendem a ser mais duradouros e com menos necessidade de ajustes no futuro.
O método de negociação de Harvard, desenvolvido por Roger Fisher, William Ury e Bruce Patton, é uma abordagem que busca transformar o processo de negociação, focando na criação de soluções que beneficiem todas as partes envolvidas.
Esse método foi apresentado pela primeira vez no livro “Getting to Yes: Negotiating Agreement Without Giving In“, que introduziu um novo paradigma ao enfatizar a negociação colaborativa em vez de estratégias competitivas.

A proposta central é sair do modelo tradicional de barganha posicional e adotar uma negociação baseada em princípios, garantindo que as decisões sejam feitas com base em interesses comuns e critérios objetivos, ao invés de poder ou força de vontade.
O método de Harvard é sustentado por quatro princípios fundamentais que orientam a negociação colaborativa:
A seguir, saiba mais sobre cada um dos princípios do método de negociação de Harvard.
O princípio de separar as pessoas do problema é fundamental para garantir que o relacionamento entre as partes não seja prejudicado durante a negociação. Em muitos casos, emoções e percepções pessoais podem afetar a resolução do problema.
Ao focar no problema em vez de nas pessoas, as partes podem encontrar soluções mais racionais e focadas nas questões centrais, sem se envolver em disputas pessoais que possam prejudicar a negociação.
Focar nos interesses, e não nas posições, significa entender as necessidades que motivam as partes a adotar certas posturas. Em vez de simplesmente ceder a uma posição rígida, que muitas vezes não reflete a verdadeira necessidade da parte, esse princípio incentiva a exploração dos interesses reais.
Isso resulta em soluções mais criativas e satisfatórias, onde todas as partes podem alcançar um acordo que atenda aos seus interesses principais, sem sacrificar suas necessidades.
A criação de opções envolve a busca de várias alternativas que possam beneficiar ambas as partes. Esse princípio sugere que as partes não se fixem em uma única solução, mas sim explorem diversas possibilidades que possam gerar valor mútuo.
Ao abrir o leque de opções, é possível encontrar soluções mais eficazes e criativas, que atendem aos interesses de todos os envolvidos, promovendo um acordo equilibrado e sustentável.
Insistir no uso de critérios objetivos significa basear as decisões em padrões imparciais e externos à vontade de qualquer das partes. Isso pode incluir normas de mercado, opiniões de especialistas, ou até mesmo legislações.
Usar critérios objetivos ajuda a evitar decisões arbitrárias e garante que o acordo seja justificado por fatores racionais e justos, em vez de ser ditado pela força ou pela pressão de uma das partes.
Aplicar a abordagem ganha-ganha no ambiente profissional exige mais do que apenas a intenção de alcançar um acordo benéfico para ambas as partes. É preciso adotar uma mentalidade colaborativa e praticar técnicas de negociação que promovem o entendimento mútuo e o compromisso com soluções sustentáveis.

Uma das ferramentas mais eficazes para isso é a escuta ativa. Ouvir atentamente o que o outro está dizendo e fazer perguntas esclarecedoras ajuda a identificar os interesses subjacentes das partes envolvidas.
A preparação também é crucial. Antes de qualquer negociação, é importante entender claramente os próprios interesses e os da outra parte, antecipando possíveis objeções e explorando diferentes alternativas que possam atender a todos.
No ambiente de negócios, isso pode significar preparar argumentos sólidos baseados em dados objetivos, mas também estar disposto a negociar termos que satisfaçam as necessidades de todos.
A empatia e a confiança também são essenciais para o sucesso de uma negociação. Entender as preocupações da outra parte facilita a resolução de conflitos e fortalece um relacionamento duradouro. A empatia demonstra respeito, construindo confiança mútua e ajudando a resolver desacordos sem prejudicar a relação.
Aplicar a negociação ganha-ganha envolve incluir todas as partes na criação de soluções. Em vez de se concentrar em uma única alternativa, a abordagem busca gerar várias opções, escolhendo a que melhor atenda aos interesses de todos. Esse processo depende de um diálogo aberto, no qual as partes compartilham suas ideias e contribuem para um acordo mais eficaz e alinhado.
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