Pessoas tímidas podem cursar comunicação?
Veja o que dizem as alunas de comunicação e a psicóloga Isabela Bosco, que já atuou na área de orientação vocacional.
O dicionário Michaelis define a palavra timidez como:
sf
1. Qualidade, estado ou condição de tímido; acanhamento excessivo; acanhamento, encabulação.
2. Fraqueza de ânimo.
De acordo com a psicóloga Isabela Bosco, pessoas tímidas possuem “grande dificuldade em se relacionar e em se comunicar com outras pessoas. Elas costumam se desqualificar, não se sentem capazes. Em geral, se autodepreciam e assim, não percebem as suas qualidades”.
Essas características podem interferir no processo de escolha de um curso superior, especialmente para os interessados na área de comunicação, que como o próprio nome já diz, é associada a pessoas comunicativas e dinâmicas.
Por esse motivo, a psicóloga argumenta que o processo de autoconhecimento durante a escolha de um curso é muito importante, já que é mais fácil se comprometer com situações que tenham mais a ver com você. “Quanto mais você se dedicar a algo que gosta, mais fácil será o processo de desenvolvimento, ou seja, não será tão difícil se aperfeiçoar, porque outros estímulos estarão em jogo como prazeres e motivações”.
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No entanto, ser comunicativo não é um pré-requisito para ingressar na área de comunicação. A estudante de Jornalismo da Anhembi Morumbi, Jacqueline Araújo, contou que ao optar pelo Jornalismo visualizava trabalhos escritos, como em redações.
No começo, a estudante afirmou ter apresentado dificuldade em ir a campo e ter interações sociais, mas o fato de depender das atividades para conseguir a aprovação nas disciplinas foi uma forma de motivação. “Já passei por maus bocados, tive que enfrentar uns medos mas ao mesmo foi bom porque me fez fazer o que eu tinha que fazer. Hoje, na esfera de trabalho, quase que completamente não tenho inibição ou tanto medo quanto tinha no começo”.
Para a psicóloga Isabela, que já atuou como orientadora vocacional, fazer treinos em casa e começar pequenas conversas com pessoas de confiança também pode ajudar nas situações em que for necessário interagir socialmente ou se expor. “Comece por você. Busque apoio profissional, faça uma psicoterapia, teatro, grupos terapêuticos”.
Foi o que fez a Maria Fernanda Tengan, aluna de Rádio e TV da Universidade do Vale do Paraíba (Univap). Além das atividades do curso, ela também teve aulas de expressão artística e corporal que contribuíram para que ela se soltasse aos poucos. “As dinâmicas feitas em sala são baseadas em exercícios de teatro, justamente para os alunos se soltarem. O modo como ela é trabalhada, com a interação entre as pessoas e a prática de falar em público, melhorou até a minha gesticulação e dicção”.
Outra forma de amenizar a timidez, segundo a psicóloga, é trabalhar a autoconfiança. “Inicie algum objetivo (seja ele pequeno, médio ou grande) para você mesmo cumprir e perceba do que é capaz. Tente criar pensamentos tranquilos, não se exija demais, não se cobre demais. Trabalhe a sua mente e o seu emocional. Com o tempo você irá sentir mais facilidade de expor a sua opinião”.
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