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Redação nota 1000 no Enem: veja os modelos que deram certo

Quer fazer uma redação nota 1000 no Enem? Veja os modelos que tiveram a pontuação máxima e a estrutura adotada por quem conseguiu isso em provas anteriores.

A ideia de fazer uma redação nota 1000 no Enem pode tirar o sono de muita gente, não é mesmo? Como é uma coisa difícil de ser alcançada, muitos candidatos buscam inspiração em modelos que já tiveram sucesso em anos anteriores e atingiram essa pontuação máxima.

Para ajudar aqueles que procuram esses modelos de redação nota 1000, a Revista Quero reuniu algumas produções de sucesso para que você conheça a estrutura e arrase na próxima edição da prova do Enem.

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Qual a estrutura de uma redação nota 1000 no Enem?

Uma redação do tipo dissertativo-argumentativo é composta por três partes básicas. Na introdução, o autor precisa colocar seus argumentos iniciais sobre o tema, quais são os elementos que serão abordados nas outras partes do texto e seu objetivo com a escrita.

A segunda parte é o desenvolvimento, onde o autor irá colocar suas ideias sobre o tema, argumentando cada uma delas e dando exemplos e explicando de maneira minuciosa, porém objetiva, as suas proposições. Esta costuma ser a parte com maior quantidade de texto e que ocupa o maior número de linhas. 

Na conclusão, terceira e última parte da estrutura de uma redação, o autor precisa colocar como seus exemplos e argumentos contribuem para a chegada até o seu objetivo, explicitado na introdução. 

Quantas linhas tem que ter uma introdução?

Como a redação do Enem tem como 30 o número máximo de linhas a serem usados pelo participante, a quantidade a ser reservada para a introdução está entre 4 e 5 linhas. 

Quantas linhas tem que ter um parágrafo?

Assim como considerado no tópico acima, um bom número de linhas para cada parágrafo da redação está entre 5 e 7 linhas. Quanto a quantidade de parágrafos na redação, 4 seria o número ideal. 

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Onde encontrar redação pronta do Enem?

Hoje em dia, existem diversas opções para quem deseja encontrar um modelo de redação pronto para o Enem. Além dos modelos que colocamos abaixo, é possível encontrar sugestões de modelos, com exemplos que se aplicam a diversos temas, em diversas plataformas e vídeos. Colocando a tecnologia a favor da educação, tem crescido o número de ferramentas que permitem a criação de redações utilizando Inteligência Artificial (IA), facilitando a escrita de conteúdos sobre diversos temas. 

Para estudantes, a melhor maneira de utilizar essas ferramentas é para ajudar em seus treinos durante sua fase preparatória. A plataforma Corretor Inteligente de Redações Automático (CIRA), criada por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), ligado à Universidade de São Paulo (USP), pode te ajudar neste momento. Disponível como aplicativo, ela utiliza como base mais de 100 mil redações para realizar correções a partir de critérios que serão utilizados pelos corretores do Enem, melhorando assim os seus resultados.

redacao nota 1000 enem

É possível passar no Enem só com a nota da redação?

Antes de responder essa questão, é importante lembrar que o Enem é um exame cujo objetivo é avaliar os conhecimentos adquiridos pelos alunos durante o ensino médio, que são, no que lhe concerne, uma continuidade de todo o ciclo do seu ensino básico. Por esse motivo, a prova é composta de questões das mais diferentes áreas, divididas em quatro grupos mais uma redação. A redação é, portanto, a área onde o aluno tem mais liberdade para dissertar sobre os seus argumentos a respeito de um tema e mostrar aos avaliadores parte do seu repertório. 

Voltando à questão, não é possível passar no Enem só com a nota da redação. Mesmo que ela costume ser um dos pontos que eleva a nota da maioria dos candidatos, se o estudante zerar em todas as áreas abordadas no exame e tirar a nota máxima no Enem, ele não passará e nem terá chance de se candidatar a uma vaga Sisu ou a uma bolsa do Prouni. Existem alguns processos de seleção que avaliam somente a nota da redação obtida pelo candidato no Enem, no entanto, eles ainda são minoria. 

Dicas de como fazer uma redação nota 1000 no Enem

Para te ajudar a mandar bem na redação e elevar sua média no Enem, separamos algumas dicas que podem começar a ser aplicadas ainda na sua preparação, aprimorando seu texto para o dia do exame. Confira:

  • Mantenha-se atualizado, afinal, o tema proposto costuma refletir questões que vêm sendo discutidas pela sociedade;

  • Leia tudo que conseguir sobre os mais variados temas;

  • Estude questões de gramática e língua portuguesa. O uso correto de nosso idioma é um dos pontos que serão observados criteriosamente pelos examinadores;

  • Busque simplificar sua escrita, prezando sempre pela clareza e objetividade;

  • Não repita palavras, procure sinônimos;

  • Treine no espaço semelhante ao que você terá durante a prova, diminuindo assim a chance de ultrapassar o número de linhas;

  • Leia e releia suas redações com calma, procurando pontos a serem melhorados;

Modelos de redação nota 1000 do Enem

Exemplo de redação nota 1000 – Enem 2015 

  • Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira
    Caio Koga

Conserva a dor

O Brasil cresceu nas bases paternalistas da sociedade europeia, visto que as mulheres eram excluídas das decisões políticas e sociais, inclusive do voto. Diante desse fato, elas sempre foram tratadas como cidadãs inferiores cuja vontade tem menor validade que as demais. Esse modelo de sociedade traz diversas consequências, como a violência contra a mulher, fruto da herança social conservadora e da falta de conscientização da população.

Casos relatados cotidianamente evidenciam o conservadorismo do pensamento da população brasileira. São constantes as notícias sobre o assédio sexual sofrido por mulheres em espaços públicos, como no metrô paulistano. Essas ações e a pequena reação a fim de acabar com o problema sofrido pela mulher demonstram a normalidade da postura machista da sociedade e a permissão velada para o seu acontecimento. Esses constantes casos são frutos do pensamento machista que domina a sociedade e descende diretamente do paternalismo em que cresceu a nação.

Devido à postura machista da sociedade, a violência contra a mulher permanece na contemporaneidade, inclusive dentro do Estado. A mulher é constantemente tratada com inferioridade pela população e pelos próprios órgãos públicos. Uma atitude que demonstra com clareza esse tratamento é a culpabilização da vítima de estupro que, chegando à polícia, é acusada de causar a violência devido à roupa que estava vestindo. A violência se torna dupla, sexual e psicológica; essa, causada pela postura adotada pela população e pelos órgãos públicos frente ao estupro, causando maior sofrimento à vítima.

O pensamento conservador, machista e misógino é fruto do patriarcalismo e deve ser combatido a fim de impedir a violência contra aquelas que historicamente sofreram e foram oprimidas. Para esse fim, é necessário que o Estado aplique corretamente a lei, acolhendo e atendendo a vítima e punindo o violentador, além de promover a conscientização nas escolas sobre a igualdade de gênero e sobre a violência contra a mulher. Cabe à sociedade civil, o apoio às mulheres e aos movimentos feministas que protegem as mulheres e defendem os seus direitos, expondo a postura machista da sociedade. Dessa maneira, com apoio do Estado e da sociedade, aliado ao debate sobre a igualdade de gênero, é possível acabar com a violência contra a mulher.

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Exemplo de redação nota 1000 – Enem 2016

  • Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
    Bruno Henrique Batista Valcacer

O camuflado regresso ao colonialismo

Historicamente, a partir do século XVI, houve um choque civilizatório no Brasil colonial, destacado pela imposição jesuítica, em contraste com a diversidade de crenças dos indígenas nativos e dos africanos que foram inseridos no país. Nesse parâmetro, na contemporaneidade, é possível observar que, apesar da laicidade, ainda são visíveis diversas manifestações de intolerância religiosa. Nesse sentido, tanto a inoperância governamental quanto a apatia dos próprios indivíduos contribuem para a persistência da problemática.

É necessário pontuar, de início, o rompimento do contrato social proposto pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau, no qual é responsabilidade do Estado a garantia da harmonia social. De maneira análoga, isso pode ser comprovado pela ineficiência da Esfera Pública na punição de diversos crimes, como a invasão de uma cerimônia religiosa do Candomblé, no Rio de Janeiro, em 2010. Dessa maneira, a Constituição é desrespeitada e, apesar da laicidade ser formalmente característica do país, a discriminação é veemente e o sincretismo entre as crenças é dificultado.

Outrossim, não menos importante, ressalta-se a elevada interferência da própria população nesse contexto. Segundo o jornalista Gilberto Dimenstein, em sua obra “O Cidadão de Papel”, o comportamento manifestado por uma sociedade é consequência das trajetórias socioeducacionais durante a infância dos indivíduos. Nessa perspectiva, muitos jovens seguem o exemplo de práticas discriminatórias dos próprios pais, tornando o problema mais complexo quando não é trabalhado nas escolas a integração entre conteúdo da diversidade de culturas e a importância da ética para a busca do sincretismo religioso.

Diante desse cenário, o combate à intolerância religiosa no Brasil inicia-se pela segurança na aplicabilidade de punições para o desrespeito às cerimônias, por intermédio do Poder Público, de forma que haja novos centros de denúncias municipais, em prol da prevenção do problema e da busca pela real laicidade no país. Concomitantemente, a médio e a longo prazo, as famílias e as escolas destacam-se na orientação educacional dos jovens, por meio de demonstrações contínuas de ética nas residências e nas salas de aula, expondo para os alunos as diferentes religiões, bem como suas origens, em paralelo às discussões sobre a importância desses princípios para a identidade cultural, com o objetivo de consolidar essa nova percepção para as gerações futuras.

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Exemplo de redação nota 1000 – Enem 2017

  • Tema: Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil
    Thaís Fonseca Lopes de Oliveira

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, os quais buscam ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à educação. Nesse contexto, não há dúvidas de que a formação educacional de surdos é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também ao preconceito da sociedade.

A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro “Ética a Nicômaco”, a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta não apenas da educação inclusiva, como também da preparação do número suficiente de professores especializados no cuidado com surdos não está presente em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel.

Outrossim, o preconceito da sociedade ainda é um grande impasse à permanência dos deficientes auditivos nas escolas. Tristemente, a existência da discriminação contra surdos é reflexo da valorização dos padrões criados pela consciência coletiva. No entanto, segundo o pensador e ativista francês Michel Foucault, é preciso mostrar às pessoas que elas são mais livres do que pensam para quebrar pensamentos errôneos construídos em outros momentos históricos. Assim, uma mudança nos valores da sociedade é fundamental para transpor as barreiras à formação educacional de surdos.

Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos dos surdos. – uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador – a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral – por conseguinte – conscientizem-se. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.


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Exemplo de redação nota 1000 – Enem 2018

  • Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet.

Lucas Felpi

No livro “1984” de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que um Estado totalitário controla e manipula toda forma de registro histórico e contemporâneo, a fim de moldar a opinião pública a favor dos governantes. Nesse sentido, a narrativa foca na trajetória de Winston, um funcionário do contraditório Ministério da Verdade que diariamente analisa e altera notícias e conteúdos midiáticos para favorecer a imagem do Partido e formar a população através de tal ótica. Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada por Orwell pode ser relacionada ao mundo cibernético do século XXI: gradativamente, os algoritmos e sistemas de inteligência artificial corroboram para a restrição de informações disponíveis e para a influência comportamental do público, preso em uma grande bolha sociocultural.

Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das novas tecnologias, internautas são cada vez mais expostos a uma gama limitada de dados e conteúdos na internet, consequência do desenvolvimento de mecanismos filtradores de informação a partir do uso diário individual. De acordo com o filósofo Zygmund Baüman, vive-se atualmente um período de liberdade ilusória, já que o mundo digitalizado não só possibilitou novas formas de interação com o conhecimento, mas também abriu portas para a manipulação e alienação vistas em “1984”. Assim, os usuários são inconscientemente analisados e lhes é apresentado apenas o mais atrativo para o consumo pessoal.

Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses algoritmos no comportamento da coletividade cibernética: ao observar somente o que lhe interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo tende a continuar consumindo as mesmas coisas e fechar os olhos para a diversidade de opções disponíveis. Em um episódio da série televisiva Black Mirror, por exemplo, um aplicativo pareava pessoas para relacionamentos com base em estatísticas e restringia as possibilidades para apenas as que a máquina indicava – tornando o usuário passivo na escolha. Paralelamente, esse é o objetivo da indústria cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt: produzir conteúdos a partir do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, torná-lo homogêneo e, logo, facilmente atingível.

Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para a conscientização da população brasileira a respeito do problema, urge que o Ministério de Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os internautas do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de buscar informações de fontes variadas e manter em mente o filtro a que ele é submetido. Somente assim, será possível combater a passividade de muitos dos que utilizam a internet no país e, ademais, estourar a bolha que, da mesma forma que o Ministério da Verdade construiu em Winston de “1984”, as novas tecnologias estão construindo nos cidadãos do século XXI.

Exemplo de redação nota 1000 – Enem 2019 

  • Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil.

Alana Miranda

Ao longo do processo de formação da sociedade, o pensamento cinematográfico consolidou-se em diversas comunidades. No início do século XX, com os regimes totalitários, por exemplo, o cinema era utilizado como meio de dominação à adesão das massas ao governo. Embora o cinema tenha se popularizado, posteriormente, como entretenimento, nota-se, na contemporaneidade, a sua limitação social, em virtude do discurso elitizado que o compõe e da falta de acesso por parte da população. Essa visão negativa pode ser significativamente minimizada, desde que acompanhada da desconstrução coletiva, junto à redução do custo do ingresso para a maior acessibilidade.

Em primeira análise, é evidente que a herança ideológica da produção cinematográfica, como um recurso destinado às elites, conservou-se na coletividade e perpetuou a exclusão de classes inferiores. Nessa perspectiva, segundo Michel Foucault, filósofo francês, o poder articula-se em uma linguagem que cria mecanismos de controle e coerção, os quais aumentam a subordinação. Sob essa ótica, constata-se que o discurso hegemônico introduzido, na modernidade, moldou o comportamento do cidadão a acreditar que o cinema deve se restringir a determinada parcela da sociedade, o que enfraquece o princípio de que todos indivíduos têm o direito ao lazer e ao entretenimento. Desse modo, com a concepção instituída da produção cinematográfica como diversão das camadas altas, o cinema adquire o caráter elitista, o qual contribui com a exclusão do restante da população.

Além disso, uma comunidade que restringe o acesso ao cinema, por meio do custo de ingressos, representa um retrocesso para a coletividade que preza por igualdade. Nesse sentido, na teoria da percepção do estado da sociedade, de Émile Durkheim, sociólogo francês, abrangem-se duas divisões: “normal e patológico”. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que um ambiente patológico, em crise, rompe com o seu desenvolvimento, visto que um sistema desigual não favorece o progresso coletivo. Dessa forma, com a disponibilidade de ir ao cinema mediada pelo preço — que não leva em consideração a renda regional —, a democratização torna-se inviável.

Depreende-se, portanto, a relevância da igualdade do acesso ao cinema no Brasil. Para que isso ocorra, é necessário que o Estado proporcione a redução coerente do custo de ingressos por região, junto à difusão da importância da produção cinematográfica no cotidiano, nos meios de comunicação, por meio de anúncios, a fim de colaborar com o acesso igualitário. Ademais, a instituição educacional deve proporcionar aos indivíduos uma educação voltada à democratização coletiva do cinema, como entretenimento destinado às elites, por intermédio de debates e palestras, na área das Ciências Humanas, como forma de esclarecimento populacional. Assim, haverá um ambiente estável que colabore com a acessibilidade geral ao cinema no país.

Exemplo de redação nota 1000 – Enem 2020

  • Tema: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.

Julia Vieira

No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal, Arthur Fleck, sofre de um transtorno mental que o faz ter episódios de riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade de Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um desafio a ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência governamental nesse âmbito, seja pela discriminação desta classe por parcela da população verde-amarela. Dessa maneira, é imperioso que essa chaga social seja resolvida, a fim de que o longa norte-americano não mais reflita o contexto atual da nação.

Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos da mente, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à omissão estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país que apresenta o maior número de casos de depressão da América Latina e, mesmo diante desse cenário alarmante, os tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos, não são, na maioria das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de investimento público em centros especializados no cuidado para com essas condições. Consequentemente, muitos portadores, sobretudo aqueles de menor renda, não são devidamente tratados, contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo social. Este quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, mas que não cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que, para a refutação da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja revertida.

Paralelamente ao descaso das esferas governamentais nessa questão, é fundamental o debate acerca da aversão de parte dos civis ao grupo em pauta, uma vez que ambos são impasses para sua completa socialização. Esse preconceito se dá pelos errôneos ideais de felicidade disseminados na sociedade como metas universais. Entretanto, essas concepções segregam os indivíduos entre os “fortes” e os “fracos”, em que tais fracos, geralmente, integram a classe em discussão, dado que não atingem essas metas estabelecidas, como a estabilidade emocional. Por conseguinte, aqueles que não alcançam os objetivos são estigmatizados e excluídos do tecido social.

Tal conjuntura segregacionista – os que possuem algum tipo de transtorno, nesse caso — na teia social. Dessa maneira, essa problemática urge ser solucionada para que o princípio da alemã seja validado no país tupiniquim.

Portanto, são essenciais medidas operantes para a reversão do estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira. Para isso, compete ao Ministério da Saúde investir na melhora da qualidade dos tratamentos a essas doenças nos centros públicos especializados de cuidados, destinando mais medicamentos e contratando, por concursos, mais profissionais da área, como psiquiatras e enfermeiros. Isso deve ser feito por meio de recursos autorizados pelo Tribunal de Contas da União – órgão que opera feitos públicos – com o fito de potencializar o atendimento a esses pacientes e oferecê-los um tratamento eficaz. Ademais, palestras devem ser realizadas em espaços públicos sobre os malefícios das falsas concepções de prazer e da importância do acolhimento dos vulneráveis. Assim, os ideais inalcançáveis não mais serão instrumentos segregadores e, finalmente, a cotação de Fleck não mais representará a dos brasileiros.


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Exemplo de redação nota 1000 – Enem 2021

  • Tema: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil.
    Sarah Fernandes Paulista Rosa

Ser é ser percebido

O clássico da literatura infantil inglesa “Oliver Twist” aborda as vivências daqueles marginalizados durante a Era Vitoriana e a forma como eram considerados invisíveis por não pertencerem à lógica social. Essa percepção sobre uma parcela considerável da população dialoga, analogamente, com a realidade atual de inúmeros brasileiros que não possuem acesso aos seus direitos civis por não apresentarem os registros primários necessários à inserção como cidadãos no próprio país. Dessa forma, torna-se notório que a garantia aos principais instrumentos de validação pessoal enfraquece problemáticas estruturais da totalidade tupiniquim, pois a invisibilidade não só fortalece a marginalização, como também mantém um ciclo de violações.

É nesse contexto que a máxima do Empirismo Radical “Ser é ser percebido” reforça a urgência em ser considerado um cidadão, uma vez que a existência de um indivíduo diante do Estado ocorre substancialmente a partir do registro da certidão de nascimento, ou seja, esse é o meio de ser percebido como um agente social pela estrutura do país. Essa estrutura, segundo o antropólogo belga Claudé Levi-Strauss, representa o conjunto de padrões sociais nos quais a relações interpessoais estão ancoradas e, desse modo, determina o papel do sujeito na comunidade. Como o registro civil, para obter direitos no Brasil, é estrutural à lógica contemporânea, a individualidade só se faz presente por meio dos documentos oficiais, o que promove, portanto, a invisibilidade daqueles que não os possuem.

Além disso, tal apagamento identitário mantém o agravamento da problemática presente entre as gerações de forma cíclica, pois pais invisíveis geram filhos invisíveis ao país. Como é preciso ser registrado para ter acesso aos princípios básicos para a manutenção da vida, os quais, de acordo com a consolidação dos direitos civis durante o iluminismo francês, são a propriedade, a liberdade e todos os aspectos que envolvem a vida, como educação e saúde, a garantia de acesso à cidadania representa um caminho para a valorização individual. Nesse cenário, a supressão da invisibilidade e, consequentemente, a percepção pessoal pela totalidade brasileira marcam o início do avanço social no país e afasta, por fim, da realidade analisada em “Oliver Twist”, na qual as pessoas não eram reconhecidas como seres humanos por não serem percebidas.

Há, portanto, a urgência de findar essa problemática notória na estrutura do Brasil. Cabe, então, ao ministério da Família e dos Direitos Humanos, responsável pelo encabeçamento da manutenção da seguridade social, promover, em parceria com prefeituras e subprefeituras, um aumento da eficácia de registro civil nos municípios. Essa ação irá ocorrer por meio de campanhas, as quais promoverão a conscientização sobre o acesso aos direitos civis, e documento da contratação de funcionários dos fóruns para agilizar o registro, principalmente, das certidões de nascimento. Dessa maneira, haverá a diminuição da marginalização de uma parcela populacional, seja ativamente pela garantia de acesso à cidadania, seja pelo rompimento do ciclo de invisibilidade.



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Atualizado em: 17/03/2023.
Publicado originalmente em: 17/09/2018.

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