
O que é Software as a Service SaaS? O modelo que reinventou a forma de construir e escalar negócios digitais
redacao revista quero | 23/10/25O modelo SaaS redefiniu como empresas crescem, inovam e se mantêm competitivas
Entenda o que é o conceito de unit economics, como calcular e aplicar na prática para tomar decisões mais rentáveis nos negócios
Entender o que é unit economics — ou economia por unidade — é imprescindível para qualquer negócio que deseja crescer com consistência e rentabilidade. O conceito ajuda a responder uma pergunta estratégica: cada cliente ou produto vendido realmente gera lucro?
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Ao analisar as receitas e custos de uma única unidade de valor para a empresa, é possível avaliar a viabilidade financeira do modelo de negócio, prever a escalabilidade e otimizar recursos de forma inteligente.
O termo ganhou força no ecossistema de startups e empresas SaaS (software como serviço), mas sua aplicação vai além do setor de tecnologia. Pequenas, médias e grandes empresas usam unit economics como ferramenta para tomar decisões orientadas por dados, identificar gargalos, ajustar preços e justificar investimentos. Inclusive, essa métrica tem sido cada vez mais valorizada por conselhos, áreas de finanças e investidores de venture capital.
Mais do que uma fórmula, trata-se de uma mentalidade de gestão: olhar para os números de forma segmentada, compreender os ciclos de valor e agir com base em dados concretos.
Antes de aplicar qualquer cálculo relacionado a unit economics, é necessário definir o que representa uma “unidade” para o negócio. Essa unidade pode variar de acordo com o modelo de operação.
Em empresas SaaS, por exemplo, o mais comum é considerar cada cliente ou assinatura ativa como uma unidade. Já em negócios de varejo ou e-commerce, a unidade costuma ser o produto vendido.
A escolha da unidade de análise interfere diretamente na leitura dos dados. Um erro nesse ponto pode levar a interpretações distorcidas sobre o desempenho financeiro da operação. Por isso, a definição precisa ser consistente com o que, de fato, gera receita e consome recursos.
No livro “Unit Economics Handbook”, Daniil Khanin — consultor e autodenominado “guru do unit economics” — reforça que a unidade deve refletir o ponto de geração de valor do negócio.
É com base nela que se medem métricas como margem, retorno sobre investimento, ticket médio e outros indicadores que sustentam decisões estratégicas.
Ao longo do tempo, algumas empresas ajustam essa definição, conforme ganham maturidade, diversificam canais ou modificam o modelo comercial. O importante é garantir que a análise seja coerente com a realidade financeira da operação e sirva como apoio para decisões mais inteligentes.
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O cálculo de unit economics é direto: compara-se quanto uma unidade gera de receita com quanto ela consome de recursos. A fórmula mais comum é:
Lucro por unidade = Receita por unidade – Custo por unidade
Essa conta simples revela se cada cliente ou produto vendido gera retorno suficiente para sustentar o negócio no médio e longo prazo. Quando os custos superam a receita, o modelo está operando com prejuízo unitário — um alerta importante para ajustar estratégias de precificação, aquisição ou retenção.
Um ponto relevante é considerar apenas os custos diretamente relacionados à unidade analisada, como custo de aquisição (CAC), custo de entrega do serviço ou produto, suporte, entre outros. Gastos operacionais fixos — como aluguel ou folha de pagamento administrativa — geralmente ficam de fora desse cálculo.
A análise também permite calcular a margem de contribuição, indicador que mostra o quanto cada unidade contribui para cobrir os custos fixos e gerar lucro líquido. Essa margem é um termômetro prático para entender se a operação está financeiramente saudável ou se precisa de correções.
Conforme apresentado no “Unit Economics Handbook”, o objetivo é acompanhar todo o fluxo — da atração do cliente até a conversão e retenção — e medir se cada etapa está agregando valor suficiente para justificar o investimento. Isso permite ajustes constantes e decisões mais seguras sobre onde alocar recursos.
A análise de unit economics vai além do simples cálculo de receita menos custo. Para obter uma visão mais precisa sobre a saúde financeira do negócio, especialmente em modelos de receita recorrente como SaaS, é necessário acompanhar um conjunto de métricas que se conectam entre si.
A seguir, confira quais são as métricas mais utilizadas:
O Lifetime Value, ou valor do tempo de vida do cliente, representa quanto de receita uma empresa espera gerar com um cliente ao longo de todo o relacionamento. O cálculo considera o ticket médio mensal e o tempo médio de permanência do cliente antes do cancelamento.
Exemplo prático: se um cliente paga R$ 200 por mês e permanece ativo por 10 meses, o LTV será de R$ 2.000. Essa projeção ajuda a entender o retorno que cada novo cliente pode trazer ao longo do tempo.
O CAC representa a média de quanto a empresa gasta para adquirir um novo cliente. Inclui investimentos em marketing, equipe de vendas, ferramentas e ações promocionais. Quanto maior o CAC, mais tempo o cliente precisa permanecer na base para que o investimento se pague.
Uma prática comum é calcular o CAC por canal de aquisição, o que ajuda a identificar quais estratégias trazem retorno mais eficiente.
A relação entre LTV e CAC é uma das métricas mais acompanhadas por investidores e conselhos de administração. Ela mostra quanto a empresa ganha para cada real investido em aquisição de clientes. De forma geral, o ideal é que o LTV seja ao menos três vezes maior que o CAC (LTV/CAC > 3).
Uma relação baixa pode indicar problemas de retenção, precificação inadequada ou um custo de aquisição elevado. Já um índice alto sinaliza eficiência e espaço para acelerar o crescimento.
Churn é a taxa de cancelamento de clientes em um determinado período. Quanto maior o churn, menor o LTV. Isso significa que esforços de retenção são tão importantes quanto os de aquisição. Uma alta taxa de cancelamento compromete a sustentabilidade financeira e distorce as projeções.
Reduzir churn exige uma combinação de bom atendimento, produto de valor percebido e estratégias de engajamento consistentes.
O ARPU (Average Revenue Per User) indica a receita média gerada por cliente em determinado período. Ele ajuda a entender o comportamento da base e avaliar oportunidades de aumentar o ticket médio.
Já o payback CAC mostra em quanto tempo o custo de aquisição é recuperado. Se um cliente custa R$ 500 para ser conquistado e gera R$ 250 por mês em receita, o payback será de dois meses. Quanto mais curto o ciclo de retorno, mais espaço há para escalar o investimento em aquisição.
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Em empresas com modelo de assinatura, como as de software como serviço (SaaS), os unit economics são essenciais para decisões estratégicas, já que o modelo depende da previsibilidade da receita e da escalabilidade com custos controlados.
Nesses casos, a “unidade” mais comum é o cliente. Cada assinante representa uma receita recorrente que precisa superar o custo de aquisição e manutenção. Por isso, métricas como LTV, CAC, churn, ARPU e payback são monitoradas de perto por gestores e investidores.
Com unit economics bem estruturados, é possível prever investimentos, planejar expansão e até sustentar estratégias de crescimento agressivo com mais segurança, mesmo antes da lucratividade plena.
Negócios que adotam essa análise desde o início amadurecem mais rápido, equilibrando eficiência com inovação. Com os dados segmentados, testes de preços, pacotes e canais tornam-se mais precisos e orientados por impacto real.
Na prática, essa abordagem funciona como um mapa de gestão: revela vazamentos de receita, canais mais eficientes, tempo de retorno sobre o marketing e os clientes de maior valor. O resultado é crescimento com mais controle e previsibilidade.
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Analisar os unit economics de forma isolada já traz ganhos consideráveis na gestão do negócio. Mas, quando combinados com análises de cohorts, os dados ganham profundidade e revelam padrões de comportamento que passariam despercebidos.
Cohorts são grupos de clientes com uma característica em comum — geralmente, a data de aquisição. Observar como cada grupo evolui ao longo do tempo permite identificar tendências como churn elevado, variações no ticket médio ou mudanças no ciclo de vida.
Esse tipo de segmentação ajuda a avaliar o impacto real de ações específicas, como um novo canal de aquisição ou ajustes no onboarding, comparando resultados antes e depois da mudança.
Ao combinar unit economics com análise de cohorts, os dados se tornam mais acionáveis, fortalecendo a tomada de decisões mais precisas, sustentáveis e alinhadas ao comportamento dos clientes.
Mesmo sendo uma ferramenta muito útil para tomada de decisão, a análise de unit economics pode levar a conclusões equivocadas quando alguns cuidados não são observados.
Entre os deslizes mais recorrentes, estão:
Evitar esses erros exige consistência nos dados, alinhamento entre áreas (como marketing, vendas, produto e finanças) e revisão periódica dos indicadores. Como reforça Daniil Khanin, a precisão analítica é o que diferencia empresas que crescem com controle daquelas que escalam às cegas.
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A análise de unit economics não serve apenas para diagnosticar a saúde financeira de uma operação. Ela também aponta caminhos para melhorar a rentabilidade, otimizar recursos e tornar o crescimento mais previsível.
Existem diferentes estratégias que ajudam a tornar cada unidade mais lucrativa — ou menos onerosa para a empresa. Veja as principais:
O guru do unit economics, Daniil Khanin, destaca que não existe fórmula mágica: melhorar os indicadores exige disciplina na análise, testes controlados e decisões guiadas por dados reais. A combinação entre visão estratégica e execução precisa tende a gerar resultados consistentes no longo prazo.
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