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Zika Vírus

Biologia - Manual do Enem
William Mira Publicado por William Mira
 -  Última atualização: 27/9/2022

Índice

Introdução

O zika vírus, também chamado de vírus da Zika e do original ZIKV (abreviatura em inglês) é um tipo de vírus transmitido pela picada do mosquito do gênero Aedes e que causa a doença de mesmo nome ou chamada de Febre da Zika.

O nome Zika faz referência ao local (floresta de Zika, próxima a capital da República da Uganda) onde o vírus foi isolado pela primeira vez em 1947.

A febre da Zika, embora possua sintomas mais brandos quando comparada com outras doenças transmitidas pelo mosquito, pode causar microcefalia quando a gestante é infectada pelo vírus e em raros casos pode ainda estar relacionada com a manifestação da Síndrome de Guillain-Barré, uma doença mais perigosa que a zika.

O vírus foi identificado no Brasil no ano de 2015, provavelmente com a chegada de estrangeiros para os jogos da Copa do Mundo de 2014. Desde então, com o crescente número de casos de microcefalia atribuído ao vírus, o governo passou a tomar atitudes e fazer campanhas preventivas para a doença.

O vírus

O Zika Vírus é um vírus pertencente ao gênero dos Flavivírus, possuindo estrutura simétrica do capsídeo viral, com aproximadamente 40 nm de diâmetro, que protege uma fita única de RNA como ácido nucléico e que é transmitido para os seres humanos utilizando mosquitos como vetores, sendo chamado, portanto, de arbovírus.

Os flavivírus possuem aproximadamente 10.000 nucleotídeos e são responsáveis, geralmente, pelos mais preocupantes e importantes surtos e epidemias da atualidade.

O vetor

O Zika vírus inicialmente estava presente ou ficava incubado em macacos rhesus. Sua transmissão para os seres humanos se deu através de um vetor que no caso dos arbovírus como o ZIKV foram os mosquitos do gênero Aedes.

Os mosquitos dos gênero Aedes são provenientes da África, embora atualmente já estejam distribuídos em praticamente todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo, preferindo local de grande concentração de seres humanos.

No Brasil, o mosquito vetor do Zika vírus é o Aedes aegypti que, além da febre da zika, pode transmitir a dengue e a Chicungunha, doenças consideradas mais graves que a zika em um primeiro momento.

Aedes aegypti macho (à esquerda) e fêmea (ao centro e à direita). 

A transmissão da doença pelo mosquito se dá pelos seus hábitos hematófagos (ingestão de sangue). A fêmea do mosquito pode percorrer longas distâncias para se alimentar e a espécie possui uma especificidade do aparelho bucal que é conhecido como aparelho do tipo picador que facilita o inseto a penetrar seu aparelho bucal na pele de outros animais e sugar o seu sangue. Nesse momento de contato, o vírus presente na saliva do mosquito pode entrar em contato com o hospedeiro definitivo, que está alimentando o mosquito com seu sangue.

Mosquito Aedes aegypti se alimentando de sangue humano.

Uma vez dentro do corpo do hospedeiro, o vírus pode se transportar para as regiões de secreção de substâncias e, por isso, outras formas de transmissão do Zika Vírus são:

  • Através do contato direto com saliva, urina e principalmente por sangue de pessoas infectadas;
  • Por relações sexuais sem proteção;
  • Através do leite materno;
  • Pelo líquido amniótico, onde, através da placenta, o vírus presente na gestante consegue entrar em contato com o embrião.

Histórico

O Vírus Zika foi descoberto em 1947 através de estudos com macacos rhesus (Macaca mulatta) encontrados na floresta de Zika na República da Uganda.

Foi apenas em 1958 que surgiram os primeiros casos de infecção pelo Zika Vírus em seres humanos, se alastrando para diversos países da África como Uganda, Egito, Serra Leoa, Costa do Marfim, dentre outros. Além da África, infecções pelo Zika Vírus foram diagnosticadas em países asiáticos, sempre sendo transmitido por mosquitos do gênero Aedes. Na África, o vetor era o mosquito Aedes Africanus e, na Ásia, era o Aedes albopictus.

Apesar de ter chamado a atenção dos setores de saúde dos países, a febre da zika era uma doença mais branda, sem casos preocupantes ou de morte.

Foi então em 2007 que o primeiro surto de infecção pelo Zika Vírus ocorreu na África e Ásia e em parte da Oceania. Devido às semelhanças, por algum tempo pensou-se que se tratava de um surto de dengue ou até de chicungunha, apenas após as análises do soro do sangue de pacientes na fase aguda da doença, o qual continha elevada concentração de RNA pertencente ao Zika vírus, é que então foi confirmado o primeiro surto de Zika no mundo.

Nas América, o primeiro caso de infecção pelo Zika Vírus foi no Brasil em 2015 na Bahia e, posteriormente, se alastrou pelo nordeste e demais regiões do país. A suspeita é que o vírus tenha sido trazido para o país por estrangeiros na época da Copa do Mundo de 2014.

Atualmente, com os casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré, o governo brasileiro adota medidas preventivas para impedir a infecção viral.

Distribuição dos casos de infecções pelo Zika Vírus no Mundo até o ano de 2016.

Após passar pelo Brasil, dentro de poucos meses casos de infecção viral pelo Zika apareceram em outros países da América do Sul chegando, posteriormente, ao México e assim as infecções se alastraram pela América Central.

Quadro Clínico

Estudos mostraram que aproximadamente 80% dos casos de infecção pelo Zika Vírus podem ser assintomáticos (não apresentar sintomas) ou apresentar leves sintomas que podem facilmente ser confundidos com os sintomas de uma gripe comum, principalmente porque dentro de aproximadamente quatro a cinco dias, os sintomas desaparecem.

Os pacientes que apresentam sintomas característicos da infecção pelo Zika Vírus contraem a doença Febre Zika.

Os principais sintomas da Febre Zika são:

  • Febre baixa;
  • Dores no corpo e nas juntas;
  • Dores de cabeça leve;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia), dores nos olhos e até conjuntivite;
  • Exantema maculopapular (vermelhidão e erupções cutâneas);
  • Coceira nos locais de exantema;

Erupções cutâneas em um braço devido a infecção pelo Zika Vírus

Devido aos sintomas se serem semelhantes ao da dengue ou a uma simples gripe, muito dos casos de infecções pelo Zika vírus nem foram notificados, dificultando a estimativa correta de casos de infecção no Mundo.

Principais Sintomas da Febre Zika

Em alguns casos mais severos, o Zika Vírus está relacionado com a manifestação de uma doença autoimune chamada de Síndrome de Guillain-Barré. A síndrome, resumidamente, consiste na ação dos anticorpos, formados para proteção do corpo frente a infecção pelo Zika Vírus, contra a bainha que protege os tecidos do sistema nervoso, podendo acarretar paralisia cerebral e levar o indivíduo a morte.

Outro quadro preocupante da infecção pelo Zika Vírus é a transmissão em gestantes, principalmente nos primeiros meses de gestação. O vírus presente no corpo na gestante pode entrar em contato com o feto em desenvolvimento através da placenta e do líquido amniótico.

Quando a gestante é infectada pelo Zika Vírus, a criança posteriormente infectada pode apresentar o quadro de microcefalia, apresentando cabeça diminuída, comprometendo as funções cerebrais e outras funções como auditivas, neurológicas, problemas de visão etc.

Ilustração mostrando um bebê com microcefalia (à esquerda) e outro bebê apresentando um tamanho normal da cabeça (à direita).

Tratamento e Prevenção

Os principais programas para prevenir a infecção pelo Vírus da Zika tratam de impedir ou evitar o contato com o vetor do vírus, no caso o mosquito Aedes aegypti. Portanto, evitar áreas de maior foco do mosquito, não deixar águas paradas, que são foco de criadouro dos mosquitos, utilizar repelentes e proteger as casas com telas para evitar a entrada de mosquitos, além de evitar o contato sexual sem proteção (uso de preservativo).

Não há um tratamento específico para o vírus da Zika, apenas cuidados de apoio como medicamentos para alívio da dor, da febre e das coceiras e erupções cutâneas. Uma contraindicação é a utilização de ácido acetil salicílico (Aspirina®), devido ao quadro de síndrome hemorrágica apresentado após a ingestão desses medicamentos em outras infecções por flavivirus.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UPE/2018

Leia o texto a seguir:

Fiocruz descobre que muriçoca pode transmitir Zika

“O genoma do vírus Zika, coletado no organismo de mosquitos do gênero Culex, foi sequenciado por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco. Descobriu-se que o vírus consegue alcançar a glândula salivar do animal e se replicar, o que indicaria, segundo a instituição, que o pernilongo pode ser um dos transmissores do vírus Zika. Os resultados foram publicados recentemente, na revista Emerging microbes & infections, do grupo Nature. O artigo é intitulado “Zika virus replication in the mosquito Culex quinquefasciatus in Brazil”. Nesse estudo, foi fotografada pela primeira vez, por microscopia eletrônica, a formação de partículas virais do Zika na glândula do inseto e a sua presença na saliva expelida. “Será analisado o conjunto de suas características fisiológicas e comportamentais no ambiente natural, para entender o papel e a importância dessa espécie na transmissão do vírus Zika”, conforme informado pela Fiocruz. Fiocruz descobre que muriçoca pode transmitir zika.” 

Foto: Heitor Cunha/DP

Fonte: http://bit.ly/2FGkNWF (Adaptado)

Sobre o tema relacionado ao vírus Zika, considere as seguintes afirmativas:

I. O aparelho bucal do inseto é do tipo picador ou sugador labial, cujas peças bucais apresentam estruturas modificadas em estiletes. A glândula salivar do inseto apresenta um canal para liberação da saliva durante a alimentação.

II. A secreção da glândula salivar se mistura ao sangue do hospedeiro durante a picada do inseto, quando este lambe o ferimento, o que pode levar partículas virais ao corpo do indivíduo parasitado.

III. Em regiões tropicais, o Culex quinquefasciatus se alimenta à noite e se reproduz em água parada e limpa, diferentemente do Aedes aegypti. Esses dados são importantes para se adotarem medidas de controle da população dos mosquitos na região metropolitana.

IV. Comparando-se com os sintomas da dengue e da chikungunya, os sintomas da zika costumam ser mais brandos e duram, no máximo, sete dias, podendo ocorrer conjuntivite e manchas vermelhas na pele. Na maioria dos casos, as pessoas nem percebem que foram infectadas pelo vírus.

V. As consequências para o feto são graves, quando a infecção pelo vírus da zika ocorre no primeiro trimestre da gravidez. No entanto, não se pode negar o risco para o desenvolvimento do bebê em outras fases da gestação, recomendando-se às gestantes para se protegerem do contato com o vetor da doença durante toda a gestação.

Estão CORRETAS apenas:

A I e II.
B II e IV.
C III e V.
D I, III e IV.
E I, IV e V.
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