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Sofistas: quem foram e o que defendiam? Veja as ideias

Filosofia - Manual do Enem
Natália Cruz Publicado por Natália Cruz
 -  Última atualização: 14/2/2025

Introdução

Os sofistas eram um grupo de filósofos, sábios e eruditos itinerantes da Grécia Antiga que divulgavam seus conhecimentos em troca de dinheiro. Os estudantes e discípulos dos filósofos sofistas deveriam pagar taxas para que pudessem ouvir os ensinamentos dos filósofos e sábios.

Com foco na retórica, na argumentação e na educação de jovens nobres, eles defendiam o relativismo e a aplicação prática do saber, mas enfrentaram duras críticas de Sócrates e Platão, que os acusavam de priorizar ganhos financeiros em vez da busca pela verdade. 

Neste artigo, vamos explorar profundamente quem foram os sofistas, suas ideias, suas principais críticas e suas contribuições para a filosofia e a política.

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Índice

O que é o sofismo?

A palavra sofista vem do grego, sophistes, e deriva da palavra sophia, que significa sabedoria.

O sofismo era uma prática filosófica que se baseava na argumentação e na persuasão, buscando ensinar indivíduos a usar a retórica para atingir objetivos práticos. Eles acreditavam que a verdade era relativa, variando conforme as perspectivas e as culturas, e que o conhecimento deveria ter uma finalidade útil e concreta.

O pensamento e argumentação é construído a partir da lógica, que não necessariamente, é uma lógica verdadeira ou que leva a verdade. Ou seja, a crítica platônica de que sofistas seriam enganadores habilidosos aparece na definição do termo. 

Embora fossem conhecidos por alguns pelas habilidades de enganação, isso não significa que todos os sofistas conduziam seus discípulos a buscar por construções erradas, muitos sofistas se preocupavam em disseminar o conhecimento, encontrar utilidade prática no pensar e derrubar oponentes a partir da construção de argumentos bons e bem fundamentados. 

Nem todo sofista era, como afirmou Platão, um enganador habilidoso, muitos buscavam desenvolver seus argumentos de maneira tão habilidosa, a ponto de o argumento do oponente se tornar falso. 

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Quais eram os objetivos principais dos sofistas?

Os sofistas desenvolveram algumas técnicas para propagarem seus conhecimentos. A argumentação e persuasão eram as formas mais utilizadas entre eles e seus discípulos. 

As principais técnicas eram o uso das palavras, a inversão de argumentos, o enfraquecimento dos discursos dos interlocutores, além da tentativa de diminuir a força das palavras e a argumentação dos ouvintes.

Os sofistas faziam uso da razão e de discursos fortes e emocionais para convencer o outro de que tinham a opinião e argumentação verdadeira e correta. O objetivo principal desses filósofos era ensinar seus discípulos a derrubarem seus oponentes, por meio do uso de palavras e da articulação dos argumentos, e a buscarem pela excelência.

O que os sofistas defendiam

Em seus ensinamentos, os filósofos sofistas defendiam algumas perspectivas, elencadas abaixo:

Relativismo e prática filosófica

O relativismo, defendido pelos sofistas, sustentava que não havia verdades absolutas. Para eles, a cultura, a religião e até mesmo as leis eram construções humanas e, portanto, passíveis de questionamento e mudança. Protágoras, um dos principais nomes do movimento, expressou essa ideia com sua famosa frase: “O homem é a medida de todas as coisas.”

Argumentação e oratória

A habilidade retórica era central para os sofistas. Eles ensinavam seus discípulos a desenvolver argumentos convincentes, capazes de desestabilizar oponentes em debates. Mais do que buscar a verdade, os sofistas valorizavam a eficácia da comunicação, o que os tornava figuras influentes na política da época.

Rejeição à metafísica

Os sofistas rejeitavam a metafísica, priorizando questões práticas e cotidianas. Para eles, o foco deveria estar na excelência (aretê), conquistada por meio do domínio de múltiplas áreas do saber, como filosofia, ciência, política, música e aritmética.

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Principais filósofos sofistas da Grécia Antiga

Embora tenham recebido diversas críticas pela maneira como conduziam seus conhecimentos e como ensinavam, os sofistas tiveram importância na construção do pensamento filosófico e na busca pela construção de argumentação sólida, consistente e racional.

Por conta disso alguns pensadores se destacaram na Escola Sofista como grandes mestres da oratória. Os principais deles são:

Protágoras

Um dos nomes mais importantes da corrente sofista. Ele  defendia que todas as percepções humanas eram subjetivas. Acreditava que cada indivíduo cria sua própria realidade e que não se pode afirmar uma única verdade universal. 

O homem era a medida de todas as coisas, o homem o centro das suas explicações, sem se basear na existência de deuses.

Górgias

Grande defensor da persuasão e da ideia de que a alma humana poderia ser moldada por bons argumentos. Ele acreditava que a linguagem tinha o poder de moldar pensamentos e convencer pessoas, independentemente da veracidade das ideias apresentadas.

Hípias

Criador do método da Mnemotécnica, a arte de exercitar a memória é descrito como o pensador sofista que mais enriqueceu com a transmissão de conhecimento. Ele exemplificava o foco dos sofistas em conhecimentos úteis e aplicáveis.

Pintura retratando um filósofo da Grécia Antiga discursando para um grupo de homens, possivelmente em um debate público. A cena ilustra o confronto entre os sofistas e filósofos clássicos, com destaque para a retórica e argumentação, características marcantes do pensamento sofista.

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Crítica aos sofistas

Apesar de sua popularidade, os sofistas foram alvos de duras críticas de outros filósofos, que questionavam seus métodos e intenções.

Crítica de Sócrates aos sofistas

O modelo de ensino sofista foi alvo de várias críticas de Sócrates e seus discípulos. Sócrates não considerava os sofistas filósofos, pois, segundo ele, os sofistas não tinham amor real pelo conhecimento, estavam apenas centrados nos valores que recebiam.

Sócrates defendia o diálogo e a argumentação como maneiras de levar os homens ao conhecimento, enquanto que, para os sofistas, o diálogo e a refutação serviria apenas para vencer o interlocutor, sem que houvesse grande preocupação com o conhecimento de fato.

Os sofistas foram criticados também por Platão e Aristóteles, que os consideravam mercenários, e não amantes do saber.

Muitos pensadores e estudiosos se apoiam nessas ideias e também não consideram os sofistas como parte de alguma escola filosófica. Os pensadores sofistas são considerados, ainda hoje, por muitos estudiosos, como profissionais que tinham na sabedoria a intenção de enriquecimento e ganhos apenas, diferente das práticas de outras escolas filosóficas, que empenharam-se a transmitir conhecimento.

Crítica de Platão aos sofistas

Platão também teceu críticas aos sofistas e afirmou que os tutores estavam interessados apenas nos ganhos financeiros e seriam apenas “enganadores habilidosos” sem nenhuma preocupação com o conhecimento verdadeiro. 

Na visão platônica, os sofistas estavam pouco preocupados com as questões morais e o caminho que levava ao conhecimento, sendo movidos apenas pelo dinheiro e prestígio entre seus ensinados.

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Legenda: Platão, filósofo grego discípulo de Sócrates.

Diferenças entre sofistas e filósofos 

Enquanto os sofistas defendiam o uso prático e instrumental do conhecimento, os filósofos clássicos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, buscavam um entendimento universal e verdadeiro. Para os sofistas, a excelência (aretê) era alcançada por meio do domínio da argumentação e da persuasão. Já os filósofos acreditavam que a razão, a lógica e a reflexão eram os pilares do saber.

Principais obras dos sofistas

Embora não existam registros completos de todas as obras sofistas, algumas produções importantes atribuídas aos seus maiores representantes incluem:

Protágoras

  • Matemáticas;

  • Homens;

  • Virtudes;

  • Princípios;

  • Ambição.

Górgias

  • Elogio aos Eleanos;

  • Tratado do não ser ou sobre a natureza;

  • Oração Olímpica.

Hípias

  • Quadratriz;

  • Seynagogue

O que os sofistas nos ensinam hoje?

Apesar das críticas que receberam na Antiguidade, os sofistas deixaram um legado importante. Suas ideias sobre o poder da linguagem, a relatividade da verdade e a necessidade de questionar normas estabelecidas permanecem relevantes. 

No mundo atual, dominado por discursos políticos e disputas ideológicas, as lições dos sofistas sobre retórica e persuasão podem ser aplicadas para compreender como as opiniões são formadas e como os debates são conduzidos.

Se você está estudando para o Enem ou busca compreender melhor as origens do pensamento filosófico, conhecer os sofistas é essencial. Afinal, suas ideias ajudam a entender tanto os dilemas da Antiguidade quanto os desafios da sociedade moderna.

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Diferenças entre sofistas e filósofos 

Principais obras dos sofistas

O que os sofistas nos ensinam hoje?

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Exercício de fixação
Passo 1 de 3
ENEM/2015

Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. (RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.)

O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de

A verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
B mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
C determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
D convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
E sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.
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