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Teorias demográficas modernas

Geografia - Manual do Enem
Giulia Giacomini Kiefer Publicado por Giulia Giacomini Kiefer
 -  Última atualização: 27/9/2022

Índice

Introdução

demografia é uma área de conhecimento que propõe o estudo das populações sob uma perspectiva quantitativa - ou seja, o uso de matemática e métodos estatísticos nas ciências humanas. 

Uma população é definida por um conjunto de indivíduos, agregados por distintas características, que são capazes de se reproduzir. 

Civilizações como a Grécia e a Roma antigas já realizavam estudos sobre suas populações, mas a base do que conhecemos hoje como demografia vem de ideias que surgiram a partir dos séculos XVIII e XIX. Veremos as mais importantes a seguir.  

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Malthusianismo 

Em 1798, o pensador e clérigo inglês Thomas Robert Malthus escreveu o livro An Essay on the Principle of Population. Na obra, o autor previu um futuro sombrio para a população mundial.

A teoria de Malthus recebe esse nome por ter sido criada por Thomas Malthus. Malthus viveu por volta do século XVIII e escreveu uma obra analisando o crescimento da população. O estudioso escreveu em 1798 uma obra chamada “Ensaio geral sobre população”, e lá ele fez a seguinte análise: o crescimento da população aconteceria numa progressão geométrica (PG: 2, 4, 8, 16…). 

De acordo com  Malthus o crescimento da população aconteceria de uma forma muito intensa e rápida. Paralelo a isso, os meios de sustento cresceriam numa progressão aritmética (PA: 2, 4, 6, 8…). Em algum momento a produção de alimentos não daria conta de alimentar toda população mundial.

Conforme suas observações, a fartura na produção de alimentos sempre acarretava no crescimento da população. Porém, enquanto a população cresceria em progressão geométrica, a disponibilidade de alimentos cresceria em progressão aritmética, acarretando na necessidade de controle de natalidade

O gráfico ilustra a Teoria Malthusiana - o momento em que o crescimento populacional excede a produção é chamado de “catástrofe malthusiana”

Por consequência, os fatores “naturais” de controle da população seriam as guerras, os desastres naturais e a fome (causada pela falta de alimentos). Malthus também postulou que o controle populacional poderia ser atingido através de ações dos indivíduos, como o celibato.

Ambas as soluções propostas por Malthus possuíam em comum o controle populacional direcionado aos mais pobres, pois acreditava-se que o crescimento populacional desenfreado era causado por essa camada da sociedade.

Assim, Malthus sugeriu o controle de natalidade da população. Ele defendia o controle de natalidade por meio da sujeição moral. Isto é, um casal que não tivesse a intenção de ter filhos não deveria ter relações sexuais (na opinião de Malthus). Dessa forma a população não cresceria tanto. 

A história revelou que Thomas Malthus errou em suas previsões. Ele fez esses estudos no  século XVIII. Hoje o planeta tem capacidade de produzir muitos alimentos, causando até a sobra.

Neomalthusianismo

O neomalthusianismo ascendeu alguns séculos depois, principalmente após a Segunda Guerra Mundial. A base da teoria é semelhante. O diferencial é o foco na “superpopulação” dos países subdesenvolvidos e na solução deste “problema”.

Ela recebe esse nome porque segue alguns princípios de Malthus. Porém, a questão aqui é que para os neomalthusianos o crescimento da pobreza acontece devido ao fato de a população mais pobre, nos países subdesenvolvidos terem muitos filhos. Para eles a população dos países mais pobres, não poderiam ter filhos (controle de natalidade), para que a fome e a pobreza reduzissem de uma maneira significativa.

Com o fim da Guerra, os países europeus contabilizavam enormes perdas em diversas áreas, em especial, nos seus contingentes populacionais. Em contrapartida, os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento experienciaram grandes avanços tecnológicos que permitiram o aumento da expectativa de vida e o crescimento da população em geral. Somando-se a isto a alta taxa de natalidade que possuíam, esses países experienciaram uma “explosão demográfica”.

Então, os pensadores neomalthusianos propunham a adoção de medidas antinatalistas por parte dos países do “terceiro mundo”, especialmente com os mais pobres. 

Diferentemente do malthusianismo, esta corrente colocava os governos dos países como agentes principais no controle da natalidade. Algumas das medidas tomadas eram: distribuição de métodos contraceptivos, esterilização em massa e medidas antinatalistas, como a “política do filho único” adotada na China, na qual o governo obrigava casais a terem apenas um filho.

Teoria Reformista (ou Marxista)

As ideias de Malthus e seus sucessores causaram controvérsia (assim como até os dias atuais causam). Alguns pensadores contrários criticaram a abordagem de “os pobres causam a superpopulação”, e a Teoria Reformista foi uma das principais oposições a isto. 

Essa teoria tem como principal argumento que a causa da fome e da pobreza é a má distribuição de renda. Então, para a teoria reformista a população mais pobre passa fome não porque o planeta não dá conta de produzir alimentos suficientes, mas por que acontece uma distribuição de renda desigual. Ele incentivava o combate à miséria através da melhor distribuição de renda. Logo, se houvesse uma boa distribuição de renda, as famílias teriam condições de comprar alimentos e obter sustento e não haveria mais a fome.

Baseada nos ideais marxistas e no reformismo, esta teoria propõe que investimentos em educação, cultura e bem estar social em geral contribuem para a diminuição da natalidade

A visão dos reformistas na população invertia a causa do “problema”: não são os pobres que causam a superpopulação, e sim a superpopulação que causa os pobres. No caso dos países em desenvolvimento, a exploração de seus territórios e recursos por colonizadores os colocaram nesta situação de pobreza.

Portanto, o acesso a melhores condições de vida acarretaria na diminuição natural de natalidade, controlando a “superpopulação”.

Na prova do Enem e nos vestibulares esse conteúdo é recorrente. Costuma cair questões pedindo um comparativo entre a teoria marxista e as demais teorias demográficas. Vale lembrar que Malthus e os neomalthusianos tinham um pensamento pessimista sobre o crescimento da população, devendo haver um controle de  natalidade nos países mais pobres. Já a teoria reformista trouxe boas ideias para combater a fome e a pobreza em todo mundo, pois se todos tivessem seu próprio emprego com salários justos com certeza não haveria tanta miséria como existe hoje.

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O que é a transição demográfica e quais são suas fases?

A transição demográfica é uma teoria que busca compreender as transformações no crescimento demográfico natural ou vegetativo a partir das variações das taxas de natalidade e de mortalidade. 

A teoria da transição demográfica analisa dados relacionados com o crescimento populacional da população, com foco na Europa e América do Norte, a partir do processo de industrialização. 

Até a Primeira Revolução Industrial, a população europeia apresentava elevadas taxas de natalidade, que eram compensadas por uma igual mortalidade populacional.

No entanto, as melhorias sociais e sanitárias, fez com que as taxas de mortalidade passassem a cair. Com as taxas de mortalidade caindo, e as taxas natalidade elevadas, houve um intenso crescimento demográfico, o que passou a gerar um temor generalizado sobre o excesso de pessoas no mundo. Uma dessas preocupações foi a própria teoria malthusiana, que afirmava que a população cresceria em uma velocidade maior que a produção de alimentos.

As taxas de natalidade só costumam cair após certo tempo, isso gera a redução gradativa do crescimento populacional e até mesmo um envelhecimento da população, como ocorre atualmente na Europa atualmente.

A transição demográfica é caracterizada pela passagem de altas para baixas taxas de mortalidade e natalidade em uma população. Dividida em quatro fases, experiencia-se um momento de explosão demográfica, até a estabilização das duas taxas.

O fenômeno está relacionado com a transição do modelo econômico de um país: do pré-industrial para o urbano-industrial bem estabelecido. Por isso, os diferentes países passaram pela transição demográfica em períodos diferentes da história, e suas transições duraram mais ou menos tempo. 

gráfico ilustrando as fases da transição demográfica

Fase 01 –Regime demográfico clássico: taxas de natalidade e mortalidade elevadas, com uma pequena redução na mortalidade; aqui o crescimento vegetativo está controlado.

Fase 02 – Explosão demográfica: taxas de natalidade elevadas e forte queda das taxas de mortalidade, com o aumento no crescimento vegetativo; população jovem.

Fase 03 – Transição demográfica: queda nas taxas de natalidade e nas taxas de mortalidade; crescimento vegetativo redução no crescimento vegetativo; população adulta.

Fase 04 – Regime demográfico moderno: estabilização demográfica; baixo crescimento vegetativo e controle nas taxas de mortalidade e natalidade; envelhecimento da população.

A Europa passou por dois períodos diferentes em que ocorreu a Fase 02, ou seja, um elevado crescimento populacional. O primeiro momento foi na Primeira Revolução Industrial, em que o crescimento populacional foi elevado causado não só pelas elevadas taxas de natalidade, mas também pela forte migração campo-cidade (êxodo rural). O segundo momento foi após a II Guerra Mundial, em que as taxas de natalidade intensificaram-se rapidamente, dando origem ao que até hoje se chama de “geração baby boom”.

Hoje, os países desenvolvidos estão passando pela fase 04 e sofrem com o problema do envelhecimento demográfico, que reduz a proporção de habitantes pertencentes à População Economicamente Ativa (PEA). O Brasil, se encontra na fase 03 da transição demográfica.

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Sobre as teorias Malthusiana e a Neomalthusiana, é correto afirmar que: 

A a teoria Malthusiana afirmava que a população crescia em progressão geométrica e a Neomalthusiana postulava que o crescimento populacional estacionaria no final de século XIX;
B a teoria Malthusiana defendia o emprego da tecnologia como solução para amenizar a fome no mundo, enquanto a Neomalthusiana não considerava o papel da tecnologia na produção de alimentos;
C ambas propunham o controle da natalidade através do emprego de preservativos e de pílulas anticoncepcionais;
D embora as duas teorias fossem antinatalistas, os neomalthusianos defendiam o controle da natalidade preponderantemente nos países subdesenvolvidos, e os malthusianos propunham um mecanismo chamado sujeição moral;
E também chamados alarmistas, os malthusianos afirmavam que a solução para conter a miséria do mundo seria a abstinência sexual e o desenvolvimento de tecnologias para o melhoramento genético.
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