Neoliberalismo: O que é, Tipos e Características

O neoliberalismo é o conceito redefinido do liberalismo clássico. Trata-se da releitura dos conceitos liberais feitos na década de 1970 pelo economista Milton Friedman.

É possível definir o liberalismo como sendo um conjunto de ideias, principalmente políticas e econômicas, que defende o livre mercado, ou seja, a não participação do Estado na economia. Essa total liberdade de comércio em relação ao Estado é chamada pelos neoliberais de livre mercado.

O Liberalismo é uma teoria política e econômica surgida no fim do século  XVII. Foi influenciada pelas revoluções burguesas e pelo Iluminismo, como forma de oposição às políticas e estados absolutistas. Os liberais defendiam a autonomia civil da economia, da política e da cultura.

De acordo com a teoria liberal, o Estado não deve opinar ou tentar reger o livre jogo do mercado. A defesa é por um Estado pouco interventor, pela livre concorrência e por acordos diretos marcando as relações econômicas.

A frase “laissez faire, laissez passer” (“deixe fazer, deixe passar”), caracteriza as relações econômicas estabelecidas no liberalismo clássico.          

Para os liberais clássicos, todo homem tem direitos inatos e que devem ser respeitados pelo Estado, como o direito à propriedade. Essa visão liberal clássica é entendida como individualista, pois o homem tem o direito individual acima do direito coletivo gerido pelo Estado.

O liberalismo clássico contou com importantes defensores e pensadores como, John Locke, Montesquieu e Constant. Eles defendiam a ideia da propriedade privada, a intensa participação civil em assuntos políticos e econômicos e cada vez menos a participação estatal.

As ideias liberais foram retomadas na década de 1970 pelo economista Milton Friedman, que propôs a diminuição drástica da intervenção estatal nos governos.

Modelos de governo neoliberais foram implantados no Reino Unido entre as décadas de 1970 e 1990, pela primeira Ministra Margaret Thatcher; e nos Estados Unidos, pelo Presidente Ronald Reagan. Ambos implementaram duras práticas neoliberais durantes seus governos.

Neoliberalismo Político

No campo político, o liberalismo defende a escolha de governantes civis que diminuam adotem práticas que diminuam a participação estatal na gestão da economia.

Os neoliberais afirmam que a grande interferência estatal é a responsável pelas crises e desordens no sistema econômico. Tudo isso por conta do tamanho, morosidade e de atividades que impedem o funcionamento pleno e autorregulador do mercado.

Neoliberalismo Econômico

O modelo econômico neoliberal substituiu, na década de 1970, o modelo keynesiano e ganhou apoio de vários setores. O estímulo econômico acontece com a não intervenção do Estado na economia.

O livre jogo do mercado garante, no pensamento neoliberal, que, a partir da autorregulação e livre concorrência, as empresas consigam se desenvolver. A partir disso, seria possível alcançar o crescimento econômico e prosperidade social dos países que implementaram esse modelo econômico.

O neoliberalismo econômico apresenta as seguintes características:

• Mínima participação estatal nas decisões econômicas;
• Pouca intervenção nas regras e acordos do mercado de trabalho;
• Privatização de empresas estatais;
• Simplificação de leis e regras econômicas;
• Abertura da economia para o capital e indústrias estrangeiros;
• Adoção de medidas contrárias ao protecionismo econômico;
• Livre circulação de capital internacional;
• Redução da cobrança de impostos estatais;
• Defesa do modelo de produção capitalista.

O neoliberalismo é uma ideologia econômica e política que possui várias características marcantes. Aqui estão algumas das principais características do neoliberalismo:

Mercado como Regulador: No neoliberalismo, o mercado é visto como o mecanismo mais eficiente para regular a economia. A ideia é que, quando deixado a funcionar livremente, o mercado se autorregula, ajustando os preços e a produção de acordo com a oferta e a demanda. O mercado é considerado mais eficiente do que a intervenção estatal para alocar recursos.

Minimização da Intervenção Estatal: Uma característica fundamental do neoliberalismo é a minimização da intervenção do Estado na economia. Isso envolve a redução do gasto público, a eliminação de regulamentações excessivas e a privatização de setores anteriormente controlados pelo governo.

Desigualdade Econômica: O neoliberalismo muitas vezes é associado a um aumento na desigualdade econômica. A ênfase na liberdade de mercado pode resultar em disparidades de renda significativas, com alguns indivíduos e empresas acumulando riqueza enquanto outros enfrentam dificuldades econômicas.

Globalização: O neoliberalismo promove a abertura dos mercados internacionais e a globalização da economia. Isso envolve a remoção de barreiras comerciais, como tarifas e restrições à circulação de capitais, e a promoção do comércio internacional. A globalização é vista como uma maneira de aumentar a eficiência econômica, mas também pode ter impactos sociais e políticos significativos.

Ênfase no Empreendedorismo: O neoliberalismo valoriza o empreendedorismo e a iniciativa individual. Acredita-se que a liberdade de mercado estimula a inovação e a criação de novos negócios. Os empreendedores são vistos como agentes de mudança econômica e social.

No Brasil, o modelo neoliberal foi implantado a partir do governo de Fernando Collor. Ganhou mais força, entretanto, nos governos de Fernando Henrique. Durante o mandato desses dois governantes, foram implementadas políticas de privatização e manutenção do valor da moeda brasileira semelhante ao valor do dólar.

A introdução do neoliberalismo no Brasil está ligada à década de 1990. Após anos de hiperinflação e instabilidade econômica, o governo brasileiro implementou reformas econômicas significativas com o objetivo de estabilizar a economia e promover o crescimento. Isso incluiu a abertura comercial, a privatização de empresas estatais, a adoção de políticas de austeridade e a criação do Plano Real para controlar a inflação. Politicamente, isso também se traduziu em uma mudança em direção a políticas mais favoráveis ao mercado.

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