Em quais competências os estudantes mais erram na redação do Enem?
Veja quais são as competências com mais dificuldades e dicas para não perder mais pontos nelas
Atualizado em 24/07/2020
Se você está estudando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já sabe que a prova exige uma redação que será avaliada em cinco critérios que valem 1000 pontos no total. Infelizmente, boa parte dos candidatos atinge somente metade dessa nota.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a proficiência média geral dos candidatos em redação, em 2018, foi de 522,8 e de 558,0, em 2017.
Pode parecer simples escrever uma redação estilo dissertativo-argumentativo com uma proposta de intervenção, mas muitos candidatos não atendem corretamente aos critérios de avaliação, também chamados de competências.
Leia: Como fazer uma boa redação no Enem: Parte 1 – Critérios de Avaliação
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Quais são as competências?
Cada uma das cinco competências exigem características específicas que a redação estilo Enem deve ter. A principal característica é o estilo dissertativo-argumentativo com o diferencial de escrever uma proposta de intervenção para o problema apresentado. Veja as cinco competências:
Onde os candidatos mais erram?
Conversamos com os professores de Redação Felipe Leal, do Sistema Anglo de Ensino, e Thiago Braga, do Sistema de Ensino pH, para entender em quais competências os candidatos mais erram e perdem quase metade dos pontos. Eles apontaram que, segundo correções divulgadas pelo Inep, os candidatos têm um rendimento mais baixo nas competências 1, 4 e 5. Entenda os principais erros:
Competência 1: Falhas na norma culta da Língua Portuguesa
É muito comum os estudantes pecarem na ortografia, estruturação, regência verbal e nominal e concordância verbal e nominal. O professor Thiago explica que os alunos acabam focando os estudos nos outros elementos da redação e descuidam do básico que é a gramática do texto.
Competência 4: Erros nos elementos linguísticos da argumentação
Essa competência diz respeito aos recursos linguísticos que são usados para estruturar a argumentação do seu texto. O ponto de mais dificuldade é na coesão textual, com o uso conectivos. O professor Felipe explica que é comum os candidatos escreverem frases truncadas e muito extensas.
Leia: O que são conectivos e por que são essenciais na redação do Enem?
Ocorre também o uso dos operadores de coesão de forma equivocada. “Acontece de os alunos escolherem termos difíceis, como “outrossim”, para impressionar a banca, mas com sentido equivocado”, exemplifica Felipe.
Competência 5: Propostas de intervenção de senso comum
Outro erro perigoso é na elaboração da proposta de intervenção, o diferencial da redação estilo Enem e, portanto, item muito importante também. “O mais comum é que se apresentem propostas de senso comum, sem detalhamento e com pouca relação com a argumentação do texto. Por exemplo: ‘Deve-se investir em educação’”, afirma o professor Felipe.
Além de genéricas, as soluções propostas também costumam ser utópicas ou não condizentes com o problema que o próprio candidato trabalhou, “o que mostra desconhecimento acerca da realidade do problema apresentado”, avalia Thiago.
Outros erros nas competências 2 e 3
Alguns erros são menos recorrentes mais comuns dentro dos critérios 2 e 3, como: “esquecimento de uma referência interdisciplinar e argumentação falha e infundada ou utilizando dados incorretos e imprecisos”, aponta o professor Thiago Braga.
Como fugir desses erros?
Apesar de comuns, esses erros são pontuais e também fáceis de se evitar, com dicas, estudo e treinamento. Para não pecar mais na primeira competência, por exemplo, a dica do professor Thiago é não abandonar o estudo da gramática.
Para você ter precisão na gramática, é importante focar nas estruturas da norma culta que são bem diferentes da coloquialidade usada no cotidiano. No dia a dia dizemos “chegamos em casa”, mas, pela norma culta, o correto é ‘chegamos à casa’. Thiago garante que esses detalhes são essenciais para que o candidato atinja pontuação máxima nessa competência.
No que diz respeito à coesão, você deve sempre usar as palavras e expressões adequadas para fazer as relações lógicas e discursivas entre os parágrafos e nas construções frasais dentro de um mesmo parágrafo também.
As dicas do professor Felipe são: “Prefira escrever frases curtas, apresentando uma ideia de cada vez, utilize operadores de coesão para explicar o seu raciocínio e use conectivos variados, mas estude os termos e seus significados antes para evitar empregos equivocados na hora da prova”.
A proposta de intervenção é o diferencial da redação do Enem e merece sua atenção. Felipe explica que a proposta deve ser o eixo central da redação e espera-se que seu texto seja estruturado em torno delas. A sugestão de Felipe é planejar sua tese e seus argumentos já prevendo quais vão ser as suas propostas de intervenção.
Para não criar propostas desconexas com o texto, elas devem estar relacionadas à argumentação do desenvolvimento. “Por exemplo, o correto é falar em aumento de investimentos em educação apenas se a falta de investimentos na área tiver sido apontada e desenvolvida como causa do problema abordado na proposta”, demonstra Felipe.
Sua proposta também deve ser bem específica, detalhada e viável para transmitir segurança ao leitor. Nela, devem ser apresentados: “uma ação, um agente responsável por essa ação, um meio ou um modo de como ela será feita, e um efeito, o que ela vai gerar, quais os impactos”, explica Thiago. Lembre-se também de sempre respeitar os direitos humanos.
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Além disso, “é valorizado que haja criatividade, autoria e inovação nas propostas apresentadas”, completa Felipe. Para fugir de sensos comuns, o professor indica a elaboração de duas ou três propostas, assim uma delas pode ser mais criativa e não partir só do Estado, mas também de atores sociais diversificados, como empresas, famílias e indivíduos.
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