Entidades do setor privado argumentam contra o CFO
A Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp) se posiciona contra o pedido de suspensão de novos cursos de Odontologia. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor jurídico da instituição, José Roberto Covac, afirma que a ação judicial tenta intervir numa decisão que cabe ao MEC.
“Nos posicionamos contra essa ação judicial por ela intervir numa atividade que é controlada, fiscalizada e avaliada pelo MEC. Ao conselho cabe aquilo que a Constituição estabelece, que é cuidar do exercício profissional”, diz.
Já a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), organização que compreende mais de 5 mil instituições de ensino superior, também afirma ser contra a ação da CFO e avalia como injusta a medida de congelar vagas de faculdades que vêm sendo bem avaliadas em provas como o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
A associação ainda afirma que a decisão do Conselho Federal de Odontologia atende muito mais a uma tentativa de fazer “reserva de mercado” do que ter um diálogo efetivo com o MEC sobre a regulamentação dos novos cursos.
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Qual o posicionamento do Conselho à permissão do curso de Odontologia EaD?
No mês de setembro, o MEC publicou uma portaria suspendendo os processos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de graduação em Direito, Odontologia, Psicologia e Enfermagem totalmente a distância (EaD).
Na mesma ocasião, foi criado um Grupo de Trabalho para apresentar propostas e sugestões com a finalidade de aperfeiçoar a regulamentação do ensino à distância nestes cursos em até 180 dias.
A CFO foi o primeiro Conselho a se manifestar contra a autorização de cursos de Odontologia a distância, bem como em todos os cursos de saúde no ensino superior. No Grupo, a entidade afirma que vai manter seu posicionamento contrário ao EaD na graduação em Odontologia.
“Nós entendemos que algumas profissões até podem ter formação nessa modalidade, mas para profissões de saúde, especialmente Odontologia e Medicina, é impossível”, afirma o presidente do CFO.