A Fuvest, que é a fundação responsável pelo vestibular da Universidade de São Paulo (USP), costuma apresentar temas amplos e multidisciplinares para a redação. Geralmente, a proposta é aberta, permitindo que o candidato desenvolva uma reflexão crítica sobre a sociedade, cultura, ciência ou temas contemporâneos.
É importante destacar que a Fuvest valoriza a capacidade do candidato de argumentar, relacionar conhecimentos, apresentar uma tese clara e defender seu ponto de vista. Além disso, a coerência textual e o respeito à norma culta da língua portuguesa são aspectos fundamentais avaliados na correção.
7 temas de redação para Fuvest 2024
Segundo a coordenadora de conteúdo do Fibonacci Sistema de Ensino, Margarete Xavier, os temas da Fuvest são mais difíceis de acertar. Mesmo assim, é possível fazer algumas apostas de tópicos em alta. Os palpites de Margarete são:
1. Insegurança pública: pessoas usuárias de crack em situação de rua
A insegurança pública envolve uma combinação de fatores, como desigualdade social, falta de oportunidades, educação precária e a presença de crime organizado.
De acordo com a professora Margarete Xavier, o tema pode cair na prova porque “a capital paulista tem tentado mudar os dependentes de droga de áreas do centro, devido a assaltos a lojas e a consumidores em locais de comércio”.
2. Violência policial: a solução seriam as câmeras nas fardas de policiais?
A utilização de câmeras nas fardas de policiais tem sido discutida como uma possível solução para a violência policial.
De acordo com Margarete Xavier o questionamento “a presença de fardas com câmeras para registro das ocorrências coibiria a violência policial? Ou inibe a atuação e piora a situação de insegurança?” pode ser a temática da redação da Fuvest 2024.
3. Livros impressos e livros digitais: desigualdade educacional
A desigualdade educacional em relação aos livros impressos versus livros digitais é complexa. Em alguns contextos, a transição para o formato digital pode agravar as disparidades existentes. Isso porque nem todos os estudantes têm acesso igualitário à tecnologia, como dispositivos eletrônicos e conexão à internet.
“O ex-secretário de educação de SP propôs usar somente livros digitais nas últimas séries Ensino Fundamental. A discussão sobre o acesso à Internet nas camadas mais pobres da população veio à tona, o que levou o governador a retroagir quanto a essa proposta”, justifica Margarete.
4. Novo ensino médio
Para a professora Margarete Xavier é possível que a Fuvest cobre questões relacionadas ao Novo Ensino Médio. Para ela, uma abordagem relevante seria a diminuição de matérias básicas e a desigualdade entre escola pública e escola particular.
Vale explicar que o Novo Ensino Médio foi estabelecido pela Lei 13.415/2017. A proposta era a implementação de uma estrutura curricular mais flexível, com itinerários formativos que focassem no protagonismo e na autonomia dos estudantes.
5. Verticalização do solo e Lei do Zoneamento em São Paulo
A verticalização do solo, especialmente em áreas urbanas, costuma se relacionar ao desenvolvimento imobiliário e ao crescimento populacional. Para regular essas questões, existe a Lei do Zoneamento, que define as zonas em que diferentes tipos de desenvolvimento são permitidos, estabelecendo parâmetros como altura máxima dos edifícios, padrões de ocupação e uso do solo.
“A cidade está discutindo a revisão da lei que regula as construções na cidade. Bairros mais ricos não querem construções muito altas nem adensamento”, comenta Margarete Xavier.
“Países que menos desmatam e mais reflorestam podem vender seus créditos de carbono (CO2e) para nações que ainda não possuem tecnologia para garantir sustentabilidade. Quais implicações isso gera?”, indaga a professora Margarete.
Para desenvolver a temática, o candidato precisa saber o contexto do assunto. O crédito de carbono é um mecanismo que surgiu a partir do Protocolo de Kyoto em 1997, com o objetivo de diminuir os gases de efeito estufa e frear as mudanças climáticas.
Trata-se da não emissão de dióxido de carbono à atmosfera e faz parte de um mercado de carbono, movimentando milhões em dinheiro anualmente. A sua prática é adotada por países que priorizam a questão ambiental e desejam reduzir as emissões de carbono.
7. Arquitetura hostil e pessoas em situação de rua
Com esse tema, Margarete Xavier se refere a pessoas em situação de rua ocupando espaços urbanos que são de uso coletivo. O questionamento aqui é: “colocar grades, cercas, proteções pontiagudas para evitar a ocupação de áreas é solução?”.
É importante esclarecer que a “arquitetura hostil” é um conjunto de dispositivos construtivos que têm como objetivo impedir a permanência de pessoas, especialmente daquelas em situação de rua, em espaços públicos, como bancos de praças e áreas residenciais.
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