Tudo o que você precisa saber sobre a redação da Fuvest
Vai prestar o vestibular da USP? Então, fique de olho nas dicas sobre a redação da Fuvest!
Atualizado em 19 de novembro de 2023
Anualmente, a Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), responsável pelo processo seletivo da Universidade de São Paulo (USP), seleciona mais de oito mil alunos por meio do vestibular tradicional da universidade.
Dividido em duas etapas, a segunda parte do processo de seleção da Fuvest conta com 22 questões discursivas e uma redação, que é considerada um pesadelo para os concorrentes. O motivo? Ao contrário da redação do Exame Nacional dos Estudantes (Enem), o candidato não precisa fazer uma proposta de intervenção, mas sim analisar os fatores que provocam o tema proposto pelos textos de apoio.
“Eu, particularmente, acho que é mais difícil
[a redação da Fuvest], porque o Enem pede para que a gente se organize em torno de um problema para resolver. A Fuvest pede para que a gente analise algo, e não, necessariamente, para que a gente diga se está certo ou errado. Em geral, não é muito habitual do candidato se colocar nessa posição de análise”, explica Gabriela Carvalho, coordenadora de redação do Poliedro.Leia mais:
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Vai prestar o vestibular da USP e não sabe como é a redação da Fuvest? Então, fique de olho nas dicas abaixo!
Qual é o formato de redação da Fuvest?
Assim como no Enem, o tipo de redação cobrado no vestibular da USP é o texto dissertativo-argumentativo, que pede que o candidato apresente uma ideia sobre o tema apresentado por meio de argumentação.
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Quais são os critérios de correção da redação da Fuvest?
“Os aspectos de natureza de senso crítico, que são cobrados superficialmente por grande parte das instituições, no caso da Fuvest é cobrado com um nível de rigor maior na parte de tema. Além disso, a coesão textual, seja no projeto de texto, em termos de sequenciação, seja internamente nos parágrafos, e os aspectos gramaticais também costumam cobrados com mais rigor nessa prova”, aponta o professor de língua portuguesa Carlos André, do Instituto Carlos André.
Em resumo, a redação é corrigida seguindo três parâmetros: argumentação sobre o tema, estruturação e linguagem.
“A Fuvest usa critérios que são bastante clássicos para olhar para a dissertação e divide esses critérios em três grandes blocos“, aponta Gabriela. Veja como é feita a correção da redação:
- 1º bloco: avalia se o candidato escreveu o texto dentro do tema e o desenvolvimento da argumentação sobre o tema abordado;
- 2º bloco: avalia estrutura, coesão e coerência;
- 3º bloco: avalia a linguagem utilizada no texto. Por exemplo, normal culta e estruturação sintática.
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Como estudar para a redação da Fuvest?
Segundo a coordenadora de redação do Poliedro, a melhor forma de estudar para a redação do vestibular da USP (e de qualquer outro processo seletivo) é refazendo as edições da prova.
Ou seja, é preciso avaliar os temas abordados em anos anteriores e entender qual é a filosofia cobrada naquela redação. “Nesse caso, a melhor saída é entender que essa não é uma prova que está pedindo para que o candidato aponte se é algo que está certo ou errado. A Fuvest pede que o estudante analise o que tem na sociedade que faz com que aquele tipo de fenômeno, que foi apresentado pelos textos motivadores e pela coletânea, aconteça.
Quais são os possíveis temas de redação da Fuvest?
Diferentemente do Enem, não é possível apontar certeiramente quais temas podem ser cobrados na redação da Fuvest. Por quê? Esse vestibular aborda temas mais sociológicos e que analisem a sociedade como um todo.
Um exemplo citado por Gabriela é o tema de redação cobrado em 2015: “Camarotização da sociedade brasileira: a segregação das classes sociais e a democracia”.
“Nesse caso, é para falar de camarotização, mas é também para falar sobre uma sociedade que se estabelece, por exemplo, em torno do dinheiro, que faz com que as pessoas acreditem que o valor delas é muito dado por aquilo que elas podem pagar. Acho que é esperado que a Fuvest vá por esse caminho porque a análise tende a ser sociológica”, explica.
Para a coordenadora, há duas perguntas que podem ajudar o candidato a se organizar para abordar qualquer temática que seja cobrada na prova, são elas:
- O que mantém o tema acontecendo?
- Como é que o indivíduo reage sobre o fenômeno abordado?
“É preciso analisar se esse indivíduo reage, se ele fica parado, passivo, a gente naturaliza uma série de coisas. Acho que esses caminhos costumam ser interessantes
Para o professor de língua portuguesa, Carlos André, outra dica é ficar de olho em assuntos do dia a dia, mas que possam receber uma abordagem mais pragmática e, consequentemente, possam se tornar num assunto mais filosófico.
“Eu diria que nós estamos muito próximos a trabalhar coisas como Síndrome de Burnout, ligada à sociedade do cansaço – é uma perspectiva que me chama muito a atenção, a crise do processo democrático também, sobre a perspectiva da filosofia, da democratização ou da democracia, como ela funciona. Então, tudo isso pode ser tema da Fuvest”, aponta o professor como possíveis temas.
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