O coronavírus, ou SARS-CoV-2, é um vírus que pertence à família Coronaviridae. Fazem parte desta família vírus que causam doenças respiratórias, desde as formas mais brandas até complicações severas.
A onda de infecção por coronavírus se iniciou no final de 2019, em uma província chinesa chamada Wuhan, e a doença causada por esse vírus ficou conhecida como COVID-19, sigla derivada de coronavírus disease 2019. Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou estado de pandemia devido à ocorrência de surtos da doença em diversas regiões do planeta.
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Estes vírus possuem como material genético o RNA fita simples, que é envolto por um capsídeo (capa proteica), e tudo isso é envolto pelo envelope (camada lipídica e proteica). Na superfície externa (envelope) se encontram diversas proteínas, em especial a proteína Spike, ou proteína S, que é a principal ferramenta utilizada pelos vírus durante a infecção celular. Essa proteína se liga fortemente à uma enzima presente nas células humanas, o que facilita a infecção. Além disso, é essa a proteína responsável pelo nome “coronavírus”: sua conformação na superfície viral lembra o formato de uma coroa.
Inicialmente acreditava-se que a principal fonte de contaminação seriam superfícies contaminadas. No entanto, pesquisas posteriores mostraram que a forma de contágio mais comum é através das gotículas e aerossóis contaminados. Ainda existe muita discussão acerca da transmissão do coronavírus, não apenas pelo fato de ainda ser considerado um novo vírus para a sociedade científica, mas também devido ao surgimento de novas cepas.
Em geral, os vírus respiratórios têm três principais vias de transmissão:
Uma vez dentro da célula humana, os ribossomos da célula hospedeira traduzem as informações contidas no material genético do vírus, o que resulta em uma enzima que será utilizada para replicação do material genético do vírus.
Feito isso, começam a ser produzidos os demais componentes do vírus (proteínas e glicoproteínas do capsídeo). A célula hospedeira funciona, portanto, como uma “fábrica” de coronavírus.
É importante lembrar que isso acontece já que os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, não têm metabolismo próprio. Portanto, não têm ferramentas para se replicar sem uma célula hospedeira. Estudos recentes da Universidade de São Paulo (USP) mostraram que as glândulas salivares são o principal reservatório do vírus no corpo humano.
O período de incubação do coronavírus, isto é, o tempo entre o contato com o vírus até o aparecimento dos sintomas da doença de 2 a 7 dias, podendo chegar a 14 dias. Ou seja, uma pessoa pode estar infectada e ficar doente apenas no décimo quarto dia após o primeiro contato com o vírus.
Por outro lado, o período de transmissibilidade (período em que a pessoa infectada pode transmitir o vírus) ainda é controverso. Vírus respiratórios em geral apresentam período de transmissibilidade de em média sete dias. No entanto, pessoas infectadas com coronavírus podem transmitir mesmo sem apresentar nenhum sintoma (chamados assintomáticos), e até o desaparecimento dos sintomas.
Se considerarmos o caso da pessoa que apresentou o primeiro sintoma no décimo quarto dia após a infecção, ela esteve transmitindo o vírus por catorze dias e poderá continuar transmitindo até o desaparecimento dos sintomas (média de sete dias).
Os sintomas do coronavírus incluem sintomas muito parecidos com os da gripe comum, e podem até ser confundidos com a mesma. Os sintomas mais comuns são: febre alta, calafrios, dor de cabeça, mal-estar, coriza, tosse, dor de garganta, falta de ar e dificuldade para respirar. Algumas pessoas podem apresentar diarréia e casos mais severos podem desenvolver infecções das vias aéreas, como pneumonia.
Existem também casos assintomáticos, ou seja, a pessoa infectada não apresenta nenhum sintoma. Vale lembrar que pacientes assintomáticos transmitem o vírus da mesma maneira que pacientes sintomáticos.
Para saber se uma pessoa está infectada com o novo coronavírus, é realizada a coleta de material respiratório. Podem ser analisadas amostras provenientes das vias aéreas, secreções da boca e do nariz ou sangue.
A partir desse material, são realizados testes biomoleculares para rastrear a presença do vírus nas células. Alguns testes fazem a contagem de anticorpos contra o vírus, e outros rastreiam proteínas específicas do vírus.
O primeiro teste é o famoso “teste rápido”, pois pode ser realizado em apenas 30 minutos utilizando uma única gota de sangue. Ele vai indicar se a pessoa já entrou em contato com o vírus, o que não afirma que ela esteja infectada com o vírus no momento em que o material foi coletado.
Vale ressaltar que a produção de anticorpos pelo sistema imune humano se dá apenas após o primeiro contato com o patógeno. Devido a isso, é indicado que se submetam a esse teste pessoas que estão com sintomas por pelo menos 7 dias.
O segundo teste é mais específico, através da técnica de PCR, e pode indicar que a pessoa está infectada no momento da coleta do material, pois o positivo se refere a presença de proteínas específicas do vírus. Esse teste indica o início da infecção e pode ser realizado a partir do 3º dia de sintomas.
Infelizmente, ainda não existe nenhum tratamento para a doença causada pelo coronavírus. Recomenda-se o controle dos sintomas enquanto o próprio corpo se encarrega de eliminar o vírus.
Durante o período de infecção, é recomendado que a pessoa permaneça em isolamento até desaparecimento dos sintomas. O ideal para retomada das atividades é aguardar duas semanas desde o aparecimento do primeiro sintoma, ou seja, 14 dias. Acredita-se que este seja o período em que o paciente não transmite mais o vírus.
Durante a pandemia, foram divulgados alguns medicamentos para “tratamento precoce”, como hidroxicloroquina, ivermectina, entre outros. No entanto, não existem estudos que comprovem a eficácia de nenhum desses tratamentos. Em alguns casos, podem comprometer ainda mais o paciente. Vale ressaltar também que, os antibióticos são eficazes apenas no tratamento de doenças bacterianas e não virais, como é o caso do coronavírus.
O que se sabe atualmente, considerando o alto potencial de contágio deste vírus, é que é importante adotar uma série de medidas de prevenção. Veja abaixo:
Atualmente já existem algumas vacinas contra o coronavírus disponíveis para a população. A vacina é produzida com o agente patogênico (antígeno) morto ou atenuado (enfraquecido).
No caso do coronavírus, o antígeno utilizado é a proteína Spike. Quando injetado no corpo, normalmente não causa a doença, mas estimula o sistema imune a produzir anticorpos. Estes, por sua vez, vão ser responsáveis por proteger o organismo caso haja contato com o vírus em algum momento.
Imagine a seguinte situação: Ana é uma jovem que decidiu dar uma festa de aniversário durante a pandemia apenas para pessoas mais próximas. A festa aconteceu no primeiro dia do mês de maio.
Cinco dias após o evento, oito pessoas apresentaram sintomas de COVID-19 e, posteriormente, testaram positivo para a doença. Ana, no entanto, não apresentou nenhum sintoma, então continuou indo ao trabalho e se encontrando com amigos. Treze dias após sua festa, Ana apresentou febre alta e dor de cabeça. Ao realizar o teste após 3 dias de sintomas, foi diagnosticado COVID-19.
No que diz respeito ao coronavírus, foram feitas as seguintes afirmações:
Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirmações verdadeiras: