O ciclo de vida de qualquer organismo compreende o conjunto de processos, mudanças e fenômenos aos quais um organismo é submetido ao longo das suas fases da vida, desde o nascimento até a morte.
Com os parasitas não seria diferente, o ciclo de vida de um parasita, também chamado de ciclo evolutivo, organiza os acontecimento e as transformações na vida de um parasita, compreendendo sua colonização em um ou mais hospedeiros, sua reprodução assexuada e sexuada etc...
Dessa forma, sabendo que ciclo evolutivo de um parasita está diretamente relacionado com os hospedeiros nos quais ele se aloja, é possível classificar dois tipos de ciclo de vida parasitária:
- Ciclo monoxênico: Quando o parasita possui um único hospedeiro;
- Ciclo heteroxênico: Quando o parasita possui mais de um hospedeiro. Neste caso, classifica-se os hospedeiros em intermediários e definitivos.
Os hospedeiros intermediários são os primeiros a servirem de abrigo para o parasita, alojando-o durante a fase inicial da sua vida, muitas vezes no estágio larval, e permitindo o seu desenvolvimento e a sua reprodução assexuada.
Os hospedeiros definitivos são colonizados pelo parasita em sua fase adulta, quando este já realiza reprodução sexuada. É, geralmente, nos hospedeiros definitivos que estão concentrados os maiores prejuízos da relação de parasitismo. É o hospedeiro definitivo que sucumbe às doenças parasitárias.
Os hospedeiros intermediários também podem ser chamados de vetores, principalmente quando o objeto de estudo é a doença causada e não o parasita em si.
Por exemplo, é comum dizer que o mosquito Aedes Aegypti é o vetor do vírus da dengue, isso significa que o vírus da dengue é transmitido para outros organismos através da interação entre o mosquito e esses outros organismos, que se dá, normalmente, pela picada.
Dessa forma, é possível classificar os vetores quanto a sua função servindo de hospedeiro intermediário para o parasita:
- Vetor mecânico: Também chamado de vetor paratênico. Esse vetor serve apenas para transportar o parasita, não estando diretamente relacionado com os processos do ciclo de vida do patógeno.
- Vetor biológico: Além de transportar o parasita, ele está diretamente relacionado com o ciclo evolutivo do patógeno. É no vetor biológico que o patógeno passa parte do seu ciclo de vida.
Resumidamente, o ciclo de vida monoxênico de um parasita se inicia com os seus ovos ou larvas depositados em alimentos ou locais de fácil interação com o hospedeiro.
O hospedeiro pode ingerir ou abrigar os parasitas, que se desenvolvem e se proliferam no interior do seu organismo, podendo causar os sintomas da doença característica.
Além disso, o hospedeiro pode eliminar ovos e larvas do parasita no ambiente, por meio das suas fezes ou secreções, para que essas larvas possam colonizar novos hospedeiros.
No ciclo heteroxênico, o parasita se aloja no hospedeiro intermediário, no qual se desenvolve até a fase adulta, quando coloniza, então, o hospedeiro definitivo a partir da transmissão, que pode ocorrer através do transporte pelo vetor ou pela ingestão da carne do hospedeiro intermediário.
A transmissão varia de acordo com o parasita e com a forma de interação com o vetor intermediário, quando houver.
Algumas doenças parasitárias ocorrem através da ingestão de ovos e larvas ao consumir alimento infectado, como carnes de suínos e bovinos; outras infecções ocorrem após a interação do vetor com o hospedeiro definitivo através de picadas (quando o vetor for um inseto), mordidas (quando o vetor for um animal como cães e gatos) etc.
O importante é saber que uma infecção só ocorre através do contato direto entre o parasita e o hospedeiro definitivo, a qual, às vezes, se dá sob influência de um hospedeiro intermediário (vetor).