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Fungos: O que são, como se reproduzem e sua importância

Biologia - Manual do Enem
William Mira Publicado por William Mira
 -  Última atualização: 17/2/2025

Introdução

Os fungos são organismos constituintes do Reino Fungi. São seres macroscópicos ou microscópicos que formam os bolores, mofos, cogumelos e leveduras.

Por muito tempo, os fungos foram considerados um grupo dentro do reino Plantae, mas por não apresentarem pigmentos nem capacidade fotossintetizante, em 1969 os fungos foram considerados organismos diferentes das plantas, ganhando um reino próprio.

O ramo da biologia especializado no estudo dos fungos é chamado de micologia, que, por sua vez, se encontra dentro de um grupo de estudo maior: a microbiologia. Os fungos apresentam importante papel ecológico e industrial na fabricação de produtos fermentados.

parede branca com a tinta descascando e com bolor

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Índice

O que são os fungos?

Os fungos são organismos eucariontes pertencentes ao Reino Fungi. Diferente das plantas, não realizam fotossíntese e obtêm energia por meio da absorção de nutrientes do ambiente. Seu estudo é chamado de micologia, um ramo da microbiologia.

Por muito tempo, os fungos foram classificados como plantas, mas em 1969 foram separados em um reino próprio devido a características distintas, como a parede celular composta de quitina e o processo de digestão extracorpórea.

Entenda as características dos fungos

Os fungos possuem características que os diferenciam de outros seres vivos:

Células e estrutura

  • São organismos eucariontes, com núcleo celular envolto por membrana (carioteca)

  • Possuem organelas celulares membranosas

  • Podem ser unicelulares (como leveduras) ou pluricelulares (como cogumelos e bolores)

  • Os fungos pluricelulares são chamados de filamentosos, devido à estrutura de hifas

Parede celular

  • Possuem parede celular composta por quitina, mesma substância presente no exoesqueleto de artrópodes

  • Além da membrana plasmática, a parede celular fornece resistência estrutural

Nutrição e metabolismo

  • São heterotróficos por absorção, ou seja, não produzem seu próprio alimento

  • Secretam enzimas digestivas no ambiente para decompor matéria orgânica antes da absorção

  • Armazenam energia na forma de glicogênio, assim como os animais

Respiração e obtenção de energia

  • Podem ser aeróbios, que dependem de oxigênio para produzir energia

  • Podem ser anaeróbios, realizando fermentação para produzir ATP na ausência de oxigênio

  • Muitas leveduras são aeróbias facultativas, alternando entre respiração celular e fermentação conforme a disponibilidade de oxigênio

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Onde os fungos vivem?

Os fungos são extremamente adaptáveis e podem ser encontrados em diversos ambientes, ocupando diferentes substratos conforme sua nutrição e estratégias de dispersão. Sua ampla distribuição ocorre devido à capacidade de liberar esporos no ambiente, permitindo que novas colônias se formem em locais variados.

A seguir, alguns dos principais habitats dos fungos:

  • Solo: a maioria dos fungos está presente no solo, onde atuam como decompositores, reciclando matéria orgânica e contribuindo para a fertilidade do ecossistema.

  • Água: algumas espécies são aquáticas, vivendo em rios, lagos e até oceanos.

  • Plantas: muitos fungos estabelecem relações simbióticas com vegetais, formando micorrizas, que auxiliam na absorção de nutrientes.

  • Animais: fungos parasitas podem se alojar em diversos animais, incluindo insetos e mamíferos, causando infecções e doenças.

  • Matéria orgânica em decomposição: os fungos saprófitos se alimentam de restos de plantas e animais, desempenhando um papel fundamental na decomposição da matéria orgânica.

Essa diversidade de habitats reforça a importância ecológica dos fungos, pois sua ação influencia diretamente o ciclo de nutrientes e o equilíbrio dos ecossistemas.

Fungo presente em árvore

Fungo encontrado em tronco de árvore (Fonte: W.carter, Public domain, via Wikimedia Commons)

Fungo em solo gramado

Fungo encontrado em solo. (Fonte: Fungus by Anne Burgess, CC BY-SA 2.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/2.0>, via Wikimedia Commons)

Como os fungos se reproduzem?

A reprodução dos fungos pode ocorrer de forma assexuada ou sexuada.

Reprodução assexuada dos fungos

Na reprodução assexuada, um único indivíduo dá origem a descendentes geneticamente idênticos. Os métodos principais incluem:

  • Brotamento: muito comum em leveduras, ocorre quando uma nova célula brota da célula-mãe e se desprende

  • Fragmentação: partes do micélio se desprendem e originam novos fungos

  • Esporulação: produção de esporos resistentes, que se dispersam pelo ambiente até encontrarem condições favoráveis para germinação

Reprodução sexuada dos fungos

Na reprodução sexuada, há fusão de material genético entre dois indivíduos, garantindo variabilidade genética. Esse processo ocorre em três fases:

  • Plasmogamia: fusão dos citoplasmas das células reprodutivas, formando uma célula dicariótica com dois núcleos

  • Cariogamia: fusão dos núcleos, formando uma célula diplóide

  • Esporogênese: a célula diplóide passa por meiose, originando esporos haplóides que serão dispersos no ambiente

Estrutura dos fungos

As estruturas dos fungos são compostas por um emaranhado de tubos ramificados, envoltos por uma resistente parede de quitina. Chamado de micélio, esse emaranhado é formado por hifas, os pequenos tubos que o compõem.

Hifas septadas

Filamentos ramificados com paredes transversais chamadas septos que "delimitam" cada célula. Esses septos não isolam completamente as células, permitindo assim a comunicação intracelular. Algumas hifas podem ainda apresentar dois núcleos (dicariótica) em cada célula, dependendo do estágio sexual do organismo, ou um núcleo apenas (monocariótica).

Hifas cenocíticas

Filamentos contínuos, sem paredes transversais (septos) separando cada célula e com os núcleos espalhados pela grande massa citoplasmática;

No interior das hifas estão, além do núcleo celular, as organelas celulares e demais constituintes citoplasmáticos. As hifas podem crescer através de alongamentos das extremidades ramificadas e o conjunto de hifas encontrado em um mesmo organismo recebe o nome de Micélio.

As hifas promovem a fixação do fungo no solo e nos estágios reprodutivos podem brotar do solo formando uma estrutura de frutificação que são popularmente conhecidas como cogumelos (presentes apenas nos basidiomicetos), que também apresentam estruturas específicas.

Estrutura de um Cogumelo, corpo de frutificação de fungos basidiomicetos.Estrutura de um Cogumelo, corpo de frutificação de fungos basidiomicetos.

Como os fungos se alimentam?

Os fungos são heterotróficos e, portanto, incapazes de produzir o próprio alimento. O glicogênio é o principal carboidrato de reserva. A alimentação desses organismos ocorre, então, através da liberação de enzimas sobre o alimento. Essas enzimas “digerem” o alimento e os nutrientes podem ser absorvidos pelas hifas. Esse processo é denominado digestão enzimática.

Tipos de fungos quanto à alimentação

  • Fungos Saprófitos: alimentam-se de matéria orgânica em decomposição, atuando como decompositores naturais.

  • Fungos Parasitários: retiram nutrientes de organismos vivos, podendo causar doenças em plantas, animais e humanos.

  • Fungos Predadores: capturam e digerem pequenos organismos, como nematoides.

Além disso, algumas espécies podem realizar fermentação, um processo amplamente utilizado na indústria para a produção de pães, bebidas alcoólicas e outros produtos.


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Classificação dos fungos

Dentro do Reino Fungi, existem quatro principais filos que categorizam os fungos:

Citridiomicetos

Organismos geralmente aquáticos e com flagelos em sua estrutura corporal. Diferente dos demais grupos, os quitridiomicetos ou apenas quitrídios, não apresentam quitina na sua parede celular, mas sim celulose e outros carboidratos.

São em sua maioria organismos filamentosos (pluricelulares), com hifas cenocíticas e com núcleos diplóides. Por apresentarem micolaminarina como estrutura de reserva energética e não glicogênio, integrantes desse grupo são muitas vezes confundidos com espécies de algas.

São saprófitos ou parasitas e se reproduzem por meio de zoósporos (estruturas especializadas que irão gerar um indivíduo idêntico ao organismo que gerou o zoósporo).

Zigomicetos

São fungos filamentosos cenocíticos que possuem como característica principal a formação de zigósporos (estruturas reprodutivas semelhantes a esporos).

São decompositores ou parasitas.

Antigamente, dentro do filo do zigomicetos estavam os fungos que formavam associação com raízes de vegetais formando as micorrizas, mas a classificação mais atual coloca esses fungos micorrízicos em um filo à parte chamado glomeromicetos, deixando o filo zigomicetos apenas para os fungos saprófagos e parasitas.

Entre os integrantes desse filo está o Rhizopus, popularmente conhecido como bolor do pão, que é o bolor responsável pelas manchas pretas na superfície de pães contaminados.

Ascomicetos

Nesse filo estão presentes alguns fungos comestíveis e as leveduras que são utilizadas nos processos fermentativos industriais.

Esses organismos formam estruturas específicas na fase reprodutiva, chamadas de ascos, semelhantes a sacos contendo em seu interior os esporos, que são chamados de ascósporos.

Esses fungos podem ser saprófagos, parasitas ou ainda simbiontes, podendo se associar com algas azuis (cianobactérias) para formar os liquens.

Basidiomicetos

Organismos com hifas septadas que formam na fase de reprodução estruturas chamadas de basídios (semelhantes a bastões), contendo os esporos chamados de basidiósporos.

Dentro do filo dos basidiomicetos estão três classes, onde apenas uma classe é caracterizada pela formação de corpos de frutificação chamados popularmente como cogumelos. Um exemplo conhecido de um fungo pertencente desse filo é o champignon.

São fungos saprófagos, simbiontes e alguns ainda conseguem liberar toxinas venenosas e atrativas ocasionando a morte de pequenos animais que se aproximam para se alimentar. Esses animais são então digeridos pelas exoenzimas e são absorvidos pelo fungo como um predador.

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Importância ecológica dos fungos

Por serem saprófagos e se alimentarem de restos de animais e vegetais mortos, os fungos apresentam importante papel ecológico atuando como decompositores em um ecossistema, isto é, reciclando a matéria orgânica para que ela seja reinserida no ambiente, geralmente sendo reutilizada na produção de mais matéria orgânica pelos produtores.

Além disso, os fungos podem estabelecer relações mutualísticas com outros organismos. Essas associações podem apresentar vantagens para a sobrevivência de ambas as espécies em um determinado ambiente.

Liquens

Associação entre fungos, geralmente ascomicetos, e cianobactérias (algas azuis), permite a sobrevivência desses dois reinos de organismos diferentes em um ambiente que provavelmente sozinhos não conseguiriam.

Os fungos atuam decompondo a matéria orgânica e protegendo as cianobactérias e estas atuam realizando a fotossíntese e doando parte de seus produtos para os processos metabólicos dos fungos.

Líquen do tipo escamuloso, com estruturas semelhantes a escamas.Líquen do tipo escamuloso.

Micorrizas

Associação entre fungos e vegetais. O fungo se associa com a raiz de vegetais, geralmente leguminosas. Dessa forma, o fungo consegue proteger o vegetal frente a alguns patógenos, além de fornecer nutrientes oriundos da decomposição para o vegetal e este, por sua vez, fornece os produtos da fotossíntese e aminoácidos para os processos metabólicos do fungo.

Estudos recentes ainda afirmam que a associação com fungos promoveu um aumento da resistência do vegetal frente a condições adversas do ambiente como secas, alcalinização ou acidificação do solo e proteção frente a pragas.

Esquema de uma micorriza.Esquema de uma micorriza.

Importância industrial dos fungos

Os fungos são amplamente utilizados na indústria principalmente em processos fermentativos. As leveduras são utilizadas na produção de pães e fermentos biológicos. Fungos ascomicetos são utilizados na produção de queijos.

Queijo Blue Stilton contendo o fungo Penicillium roqueforti em verde
Queijo Blue Stilton contendo o fungo Penicillium roqueforti em verde.

Para a produção de antibióticos como a penicilina são utilizados os fungos do gênero penicillium.

Na fabricação de cervejas e bebidas fermentadas, as leveduras são utilizadas para promover a fermentação alcoólica.

Quais doenças estão relacionadas aos fungos?

Nosso corpo abriga inúmeras espécies fúngicas que vivem em harmonia no organismo. Porém, em algumas situações de estresse, por exemplo, pode haver uma “superlotação” da colônia de fungos, que pode resultar em uma infecção fúngica. Um exemplo comum disso é a candidíase, infecção fúngica muito comum em mulheres. 

As infecções fúngicas podem ser de dois tipos: oportunistas ou primárias. As infecções oportunistas acometem pessoas imunocomprometidas. Enquanto isso, as infecções primárias surgem em pacientes imunocompetentes, ou seja, que têm um sistema imune em pleno funcionamento. 

Dentre as infecções fúngicas oportunistas, podemos mencionar:

  • Candidíase

  • Aspergilose

  • Mucormicose

As infecções fúngicas primárias ocorrem devido a inalação de esporos, que podem ter como primeira manifestação da infecção um quadro de pneumonia. Dentre essas infecções primárias, podemos mencionar:

  • paracoccidioidomicose

  • histoplasmose

  • blastomicose

Infecções fúngicas são mais difíceis de serem tratadas. O tratamento é mais demorado do que uma infecção bacteriana, por exemplo. Além disso, são altas as chances de reincidência. Portanto, é importante adotar medidas de prevenção como evitar proliferação de fungos, calor e umidade excessivos, alta ingestão de açúcar, etc.

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Resumo sobre os fungos

  • Os fungos são organismos constituintes do Reino Fungi. São seres macroscópicos ou microscópicos que formam os bolores, mofos, cogumelos e leveduras;

  • São eucariontes, uni ou pluricelulares (filamentosos), e heterotróficos;

  • Possuem parede celular composta de quitina;

  • Apresentam o glicogênio como reserva energética;

  • Podem se reproduzir de forma sexuada ou assexuada, com formação de esporos;

  • Apresentam importante papel ecológico atuando como decompositores em um ecossistema, isto é, reciclando a matéria orgânica;

  • Podem causar doenças em seres humanos;

  • Podem ter diversos habitats: solo, vegetais, animais, matéria morta, etc. 

Exercício de fixação
Passo 1 de 5
UFPA

Artigos publicados recentemente na revista Science, baseados em análise molecular, sugerem que os fungos deveriam ser incluídos no reino animal. É interessante porque há muito se sabe que os fungos possuem algumas características típicas do reino animal. Assinale a alternativa com três dessas características.

A Parede celular de celulose, reserva de amido e serem autótrofos.
B Parede celular de quitina, reserva de amido e serem autótrofos.
C Parede celular de celulose, reserva de glicogênio e serem heterótrofos.
D Parede celular de quitina, reserva de glicogênio e serem heterótrofos.
E Parede celular de celulose, reserva de amido e serem heterótrofos.
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