Os artrópodes (do grego, arthros = articulado e podos = pés) são animais invertebrados que possuem como característica principal as patas articuladas.
São os insetos, besouros, lacraias, lagostas e outros animais que possuem um esqueleto externo rígido e que se locomovem dinamicamente devido a essas patas articuladas.
Os artrópodes compõem o maior filo do Reino Animal existente, com mais de um milhão de espécies descritas atualmente. Estima-se que esse filo seja responsável por cerca de 84% de todas as espécies de animais conhecidas.
Os integrantes desse filo habitam praticamente todos os ambientes e podem ser encontrados em todos os ecossistemas, tanto terrestres quanto aquáticos.
Os artrópodes são animais pluricelulares - pois possuem várias células em seu corpo -, eucariontes e triblásticos - com três folhetos embrionários. Também são celomados, pois possuem celoma (cavidade que será preenchida pelas vísceras) em sua fase embrionária e, além disso, possuem simetria bilateral, apresentando apenas um eixo de simetria que permite "separar" o corpo em duas partes iguais.
Como já dito, a principal característica do filo dos artrópodes é a presença de apêndices articulados, algumas vezes chamados de patas articuladas.
Essa característica garante maior variedade de movimentos e capacidade de locomoção, o que foi muito importante para os processos adaptativos que resultaram na presença de artrópodes em todos os ecossistemas do planeta.
As antenas presentes na maioria dos artrópodes também podem ser consideradas um apêndice, que possui função sensorial, facilitando a busca por alimentos.
Assim como os anelídeos, os artrópodes possuem corpo metamerizado, ou seja, seu corpo é dividido em segmentos, que são mais visíveis na fase larval. Essa característica comum entre artrópodes e anelídeos pode demonstrar que esses dois filos possuem algum ancestral em comum mais próximo na escala evolutiva.
Após o desenvolvimento da larva em indivíduo adulto, os segmentos (chamados de metâmeros) se fundem, formando tagmas, partes nas quais o corpo de alguns artrópodes é dividido:
Outra característica geral dos artrópodes é a presença de um esqueleto externo, isto é, que fica fora do corpo. Esse esqueleto recebe o nome de exoesqueleto, justamente por ser encontrado na camada externa do corpo desses indivíduos, e é composto por um tipo de carboidrato chamado de quitina.
O exoesqueleto garante maior proteção para esses indivíduos, além de auxiliar na sustentação das demais estruturas do corpo. Como esse esqueleto é externo, ele precisa ser constantemente substituído, e o processo de substituição do exoesqueleto é chamado de muda.
O exoesqueleto dos artrópodes garante a proteção de todo o corpo do organismo que se encontra no interior dessa estrutura, funcionando como uma armadura. Além disso, o exoesqueleto é uma estrutura impermeável, o que diminui a perda de água e dificulta a desidratação do animal.
Porém, por se tratar de um esqueleto feito apenas por quitina e localizado na camada externa do artrópode, esse exoesqueleto não cresce de acordo com o crescimento animal. Dessa forma, ele precisa ser substituído por exoesqueletos maiores ou, então, limita o crescimento do artrópode.
A muda é o evento no qual o artrópode se separa de seu exoesqueleto e produz um novo e maior para se alojar. O gráfico abaixo relaciona a taxa de crescimento de um artrópode com os eventos de muda.
Por meio do gráfico, é possível verificar que o animal só cresce após os eventos de muda, também chamados de ecdise, e que, após a formação do novo exoesqueleto, o artrópode mantém seu tamanho inalterado ou sofrendo pouco crescimento até o próximo evento de muda, já que o exoesqueleto recém-formado é flexível até a quitina enrijecer.
A maioria das espécies de artrópodes é dióica, ou seja, o sexo biológico é separado. Existem, assim, indivíduos do sexo biológico masculino e indivíduos do sexo biológico feminino. A fecundação é geralmente interna, pois o macho deposita seus gametas (espermatozóides) no interior do corpo da fêmea, com exceção dos crustáceos, nos quais a fecundação é externa.
O desenvolvimento dos artrópodes pode ser classificado pela presença ou ausência de fase larval. Se a espécie apresenta fase larval nos estágios iniciais da vida, esta apresenta desenvolvimento indireto, podendo variar de nome dependendo da classe dos artrópodes:
Nos crustáceos com desenvolvimento indireto, a larva é chamada de náuplio. Já nos insetos que apresentam fase larval, denominados metábolos, a larva é chamada de ninfa.
Quanto aos artrópodes que não apresentam fase larval, isto é, o organismo que nos estágios iniciais já é semelhante ao indivíduo na fase adulta, o desenvolvimento é chamado de direto.
Os aracnídeos, por exemplo, possuem desenvolvimento direto, pois não apresentam larva nas fases iniciais. Dentro da classe dos insetos, quando uma espécie apresenta desenvolvimento direto, é conhecida como ametábolo, ou seja, não sofre metamorfose ao longo da vida.
Os artrópodes podem ser divididos em cinco classes principais, de acordo com as divisões do corpo e número de apêndices:
Principal e maior classe dos artrópodes, sendo, portanto, altamente diversificada.
Possuem o corpo dividido em três tagmas (cabeça, tórax e abdômen). Na cabeça, está presente um par de antenas, e no tórax, há três pares de patas e um par de asas. É a única classe de artrópodes com capacidade de voo.
Nesta classe, estão as moscas, abelhas, borboletas, libélulas, baratas, gafanhotos etc.
Também são chamados de quelicerados. Entre os aracnídeos ou quelicerados, estão algumas espécies de animais peçonhentos, ou seja, que possuem glândulas produtoras de veneno, com a função de proteger o animal caso seja capturado por outro.
Esses animais possuem o corpo dividido em dois tagmas: o cefalotórax - formado a partir da união da cabeça e do tórax - e o abdômen.
Os aracnídeos não possuem antenas e apresentam quatro pares de patas. Também apresentam apêndices na cabeça para a captura de alimentos, as chamadas quelíceras.
Neste grupo, estão as aranhas, escorpiões e carrapatos.
Nesta classe, estão os artrópodes aquáticos e poucas espécies terrestres. Seu corpo, assim como nos aracnídeos, é dividido em apenas dois tagmas: cefalotórax e abdômen, mas costumam possuir antenas.
Geralmente possuem cinco pares de patas e seu exoesqueleto é revestido por uma camada externa de carbonato de cálcio, o que garante maior rigidez, aumentando sua proteção e servindo como uma carapaça.
Nesta classe, estão o camarão, a lagosta, o siri, o caranguejo e o tatuzinho-de-jardim, como representante terrestre.
São os organismos que possuem cabeça com um par de antenas e um corpo longo, dividido em segmentos, sendo que cada segmento contém um par de patas. Possuem, assim, várias patas, e por isso o nome quilópode (mil pés). Nesta classe, estão as centopeias e as lacraias.
Organismos que possuem, assim como os quilópodes, corpo longo e segmentado, mas os diplópodes possuem dois pares de patas por segmento, em vez de apenas um par como as centopeias.
O principal representante dos diplópodes é o piolho de cobra.
Observe os quadrinhos:
Sobre o contido nos quadrinhos, os alunos em uma aula de biologia afirmaram que:
I - O besouro, assim como a borboleta, apresenta uma fase larval no início de seu desenvolvimento.
II - As lagartas são genética e evolutivamente mais aparentadas às minhocas que aos besouros.
III - Ao contrário dos besouros, que possuem sistema circulatório fechado, com hemoglobina, as borboletas e as minhocas possuem sistema circulatório aberto, sem hemoglobina.
É correto apenas o que se afirma em: