Na década de 1990, um esforço internacional de pesquisadores, institutos de pesquisas e indústrias farmacêuticas culminou no mapeamento do genoma humano e na identificação de todos os nucleotídeos que o compõem.
O projeto foi fundado em 1990 por James D. Watson - um dos cientistas que contribuiu para a determinação da estrutura do DNA - e foi dirigido por Francis Collins. Watson, que na época era chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, iniciou o projeto com o dinheiro governamental que esses institutos recebiam. Sua iniciativa ficou conhecida como "iniciativa pública".
Foram mais de dez anos de projeto, no qual foram gastos mais de dez bilhões de dólares pela iniciativa pública. Nesse meio tempo, um dos pesquisadores que também encabeçou o projeto, Craig Venter, por diferenças de metodologia e na forma de se conduzir o projeto, saiu da iniciativa pública e fundou uma empresa (Celera).
Venter, utilizando sua própria metodologia e em parceria com a iniciativa privada (recebendo apoio de outras empresas do ramo farmacêutico), também tentou sequenciar o genoma humano.
Começou-se, então, uma corrida pelo genoma. De um lado, a iniciativa pública que publicava cada resultado obtido e, do outro lado, a iniciativa privada, na qual Craig Venter prometeu utilizar aproximadamente três bilhões de dólares e sequenciar seu próprio genoma em até três meses.
Com o início da corrida pelo genoma, o setor público se aliou a vários países para ajudar no sequenciamento de trechos de DNA ou de cromossomos específicos. Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Dinamarca, França, Israel, Itália, Japão, México, Países Baixos, Reino Unido e Rússia foram alguns dos países que fizeram parte da iniciativa pública do Projeto Genoma.
Em junho de 2000, o projeto foi concluído e, após um acordo entre a iniciativa pública e privada, ficou decidido que ambas as iniciativas iriam publicar ao mesmo tempo, e em revistas diferentes, os resultados do projeto genoma.
Assim, em fevereiro de 2001, a Revista Nature publicou os resultados da iniciativa pública e a Revista Science publicou os resultados da iniciativa privada.
Através dos resultados, foi possível concluir que o Genoma Humano é formado por, aproximadamente, três bilhões de pares de bases de nucleotídeos, dispostos em 24 cromossomos humanos.
Além disso, foi possível concluir que apenas 3% desses pares de bases são regiões gênicas (éxons), e que a iniciativa pública, como conseguiu mapear o genoma de uma célula somática, viu que a semelhança genética entre dois indivíduos é de 99,5%, e não 99,9% como se acreditava.