Tentando evitar os "erros" cometidos em campanhas anteriores, como a manifestação de posições tidas como radicais, Lula optou, em 2002, por um discurso moderado, prometendo uma boa economia, respeito aos contratos e reconhecimento da dívida externa do país, conquistando a confiança de parte da classe média e do empresariado.
Em 27 de outubro de 2002, Lula foi eleito presidente do Brasil, derrotando o candidato apoiado pela situação, o ex-ministro da Saúde e senador paulista José Serra, do PSDB.
Na área econômica, a gestão do Governo Lula foi caracterizada pela estabilidade econômica e por um superávit na balança comercial. Além disso, durante o governo Lula, houve incremento na geração de empregos. Segundo o IBGE, de 2003 a 2006 a taxa de desemprego caiu e o número de pessoas contratadas com carteira assinada cresceu mais de 985 mil, enquanto o total de empregos sem carteira assinada diminuiu 3,1%.
Em seu primeiro ano de governo, Lula empenhou-se em realizar uma reforma da previdência, por via de emenda constitucional, caracterizada pela imposição de uma contribuição sobre os rendimentos de aposentados do setor público e maior regulação do sistema previdenciário nacional.
A questão econômica tornou-se, consequentemente, sua pauta maior e, ao fim de seu governo, sua popularidade era maior do que a que possuía ao ser eleito. Pesquisas do instituto Datafolha, divulgadas no dia 17 de dezembro de 2006, mostram que 52% consideravam seu governo ótimo ou bom.
As relações políticas do governo Lula com a oposição e a mídia foram conturbadas. Eleito presidente com uma bancada minoritária, formada pelo PT, Partido Socialista Brasileiro (PSB), PCB, Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e PL, Lula buscou formar alianças com diversos partidos, inclusive com alguns situados mais à direita no espectro político brasileiro.
Conseguiu apoio do PP, PTB e parcela do PMDB, às custas de dividir com estes o poder. Após dois anos de governo mantendo maioria no congresso, o que facilitava a aprovação de projetos de interesse do executivo, uma disputa interna de poder entre os partidos aliados (PT, PSB, PCdoB, PL, PP, PTB) resultou no escândalo do mensalão.
Após denúncias de Roberto Jefferson, deputado do PTB, envolvido em esquema de propina na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, houve enorme desarranjo político entre o poder executivo e a sua base, aumentado o grau de ataque dos partidos de oposição.
Essa crise desdobrou-se em outras, que geraram a queda de ministros e a cassação de deputados. Nesse período, compreendido entre abril e dezembro de 2005, o índice de aprovação do governo Lula atingiu o seu mais baixo percentual desde o começo de seu mandato.Também houve a demissão dos ministros José Dirceu, Benedita da Silva e Luiz Gushiken, por suspeitas de envolvimento em casos de corrupção.
Em meio a isso, várias denúncias começaram a vir à tona contra Lula, sua família e membros de seu governo, resultando em várias crises políticas, como a crise do uso de cartões corporativos, denúncias de corrupção do filho de Lula, denúncias de maior gasto do que é permitido pela legislação e o pagamento de uma multa por Lula, que estava fazendo propaganda eleitoral antecipada.
Mesmo com todas essas crises, Lula voltou a ter uma aprovação boa de governo e, em julho de 2006, declarou que nunca foi um "esquerdista", admitindo que em um eventual segundo mandato, prosseguiria com as políticas econômicas consideradas conservadoras adotadas no seu atual governo, principalmente para atrair as pessoas de direita.