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Macunaíma – Resumo

Literatura - Manual do Enem
Alanis Zambrini Publicado por Alanis Zambrini
 -  Última atualização: 27/9/2022

Introdução

“Macunaíma, o herói sem nenhum caráter” é um romance escrito por Mário de Andrade, publicado em 1928. A obra pertence ao Modernismo e traz consigo uma tentativa de representar a identidade brasileira, além de valorizar suas raízes e sua diversidade cultural.

Além disso, Macunaíma possui uma linguagem que mistura linguagem coloquial à palavras indígenas, criticando a linguagem culta. Essa mistura de linguagens combina muito com o jeito como o livro foi escrito: na forma de rapsódia.

Mas afinal, o que é isso? Se você já ouviu Bohemian Rhapsody, do grupo Queen, tem uma boa ideia do que é uma rapsódia!

A rapsódia vem da Grécia Antiga, quando os poetas recitavam os poemas épicos, principalmente de Homero. Ela também foi incorporada na música e traz consigo uma mistura de temas, de modos de escrever e de intensidade.

Assim, Macunaíma é escrito de modo a misturar diversos temas, episódios, discursos e linguagens, trazendo uma narração que vai desde a terceira pessoa até o uso do discurso direto, e uma narrativa totalmente não-linear, pois mistura passado, presente e futuro.

Além disso tudo, é interessante sabermos também que Macunaíma pode ser melhor encaixado no gênero cômico, pois traz diversos episódios divertidos, que tiram sarro de alguns tipos de pessoas, principalmente das consideradas “cultas”.

A obra também sofreu muitas influências das vanguardas europeias, principalmente do Surrealismo, do Dadaísmo, do Futurismo e do Expressionismo.

Índice

Resumo

Logo no começo da narrativa, podemos acompanhar o nascimento de Macunaíma, o anti-herói do romance, um índio negro que é muito preguiçoso ninfomaníaco. Ele vive às margens do mítico rio Uraricoera com sua mãe e seus irmãos, Maanape e Jiguê, numa tribo da Amazônia.

Depois de um tempo, sua mãe acaba morrendo e, com esse acontecimento, os três irmãos decidem sair da tribo para se aventurarem.

Em meio a isso, Macunaíma encontra Ci, a Mãe do Mato, com quem faz um filho. Porém, quando Ci dá à luz e vai amamentar o bebê, seu filho acaba morrendo (pois mamou no peito em que uma cobra havia mamado), o que faz com que ela sofra muito e morra também, se transformando numa estrela.

Porém, antes de morrer, ela dá a Macunaíma a muiraquitã, um amuleto feito a partir de uma pedra verde. O protagonista, em meio a suas confusões, acaba fazendo com que o amuleto fosse parar nas mãos de Venceslau Pietro Pietra, um mascate peruano que, na verdade, era o gigante Piaimã disfarçado.

Com isso, Macunaíma e seus irmãos vão para São Paulo com o objetivo de recuperar a muiraquitã. Após várias tentativas frustradas de derrotar o gigante (com Macunaíma tentando se vestir de francesa para seduzí-lo), o anti-herói pede a ajuda de Exu para matar Piaimã. Ele acaba batendo no gigante, mas não consegue o amuleto de volta.

Tendo surrado o gigante, ele decide viajar para o Rio de Janeiro, onde encontra Vei, a deusa sol, e acaba prometendo se casar com uma das filhas da deusa. Porém, Vei descobre que ele estava dormindo com uma portuguesa e fica enfurecida com o índio.

Depois disso, Macunaíma acaba vivendo muitas aventuras por todo o Brasil, sempre tentando ter sua pedra de volta, até que, em um momento, ele consegue matar o gigante e recuperar o amuleto. Depois, resolve voltar à sua tribo.

No final de “Macunaíma”, Vei consegue sua vingança: ela manda um forte calor, fazendo com que o anti-herói fique com muito desejo sexual e se jogue nos braços de uma uiara, que o machuca e faz com que ele perca de novo a muiraquitã (e, dessa vez, para sempre). 

Cansado de tudo e se vendo sozinho e sem seu precioso amuleto, Macunaíma decide ir para o céu, transformado na Constelação da Ursa Maior.

No epílogo da obra, o narrador se apresenta ao leitor, nos contando que todos que sabiam dessa história estavam mortos, e que ele ficou sabendo dela por meio de um papagaio.

Personagens principais

  • Macunaíma: é o protagonista do livro, podendo ser considerado um anti-herói. É um índio negro cujas características mais fortes são ser preguiçoso e ninfomaníaco. Em um momento da narrativa, mergulha num poço encantado e se transforma em um homem branco, loiro e de olhos azuis.
  • Maanape: irmão de Macunaíma, acaba simbolizando a figura do negro. 
  • Jiguê: outro irmão de Macunaíma, que simboliza a figura do índio. 
  • Ci: a Mãe do Mato. Foi o verdadeiro amor de Macunaíma, e, ao morrer de desgosto depois da morte de seu filho, dá a muiraquitã para o nosso anti-herói.
  • Piaimã: é o gigante que, disfarçado de Venceslau Pietro Pietra, rouba a muiraquitã de Macunaíma, tornando-se seu principal inimigo. No final, o herói mata Piaimã e toma de volta a pedra.  

Vei: deusa do sol, acaba se vingando de Macunaíma depois que ele a enfureceu ao dormir com outra mulher depois de sua promessa de casar com uma das filhas da deusa.

Exercício de fixação
Passo 1 de 3
UFU-MG

Leia as afirmativas seguintes sobre a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, e assinale a alternativa INCORRETA:

A Sendo uma rapsódia, a obra caracteriza-se pelo acolhimento e assimilação de elementos variados de nossa cultura. Por esse caráter multifacetado, Macunaíma é inviável enquanto representação de nossa identidade.
B O herói Macunaíma é um tipo criado a partir de contos populares e está ligado a personagens do folclore brasileiro, como Pedro Malazarte. Mais recentemente, pode-se aproximá-lo a João Grilo, da peça Auto da Compadecida.
C São elementos da obra a mitologia indígena, o folclore nacional, a nossa língua falada, os costumes brasileiros. Os costumes brasileiros, Mário de Andrade retira-os da cidade de São Paulo, onde Macunaíma passa um bom tempo.
D Há um acentuado procedimento parodístico sustentando a obra. A paródia recai, inclusive, sobre obras da Literatura Brasileira, como Iracema, de José de Alencar, e também sobre a Carta do achamento do Brasil, de Pero Vaz de Caminha.
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