“Macunaíma, o herói sem nenhum caráter” é um romance escrito por Mário de Andrade, publicado em 1928. A obra pertence ao Modernismo e traz consigo uma tentativa de representar a identidade brasileira, além de valorizar suas raízes e sua diversidade cultural.
Além disso, Macunaíma possui uma linguagem que mistura linguagem coloquial à palavras indígenas, criticando a linguagem culta. Essa mistura de linguagens combina muito com o jeito como o livro foi escrito: na forma de rapsódia.
Mas afinal, o que é isso? Se você já ouviu Bohemian Rhapsody, do grupo Queen, tem uma boa ideia do que é uma rapsódia!
A rapsódia vem da Grécia Antiga, quando os poetas recitavam os poemas épicos, principalmente de Homero. Ela também foi incorporada na música e traz consigo uma mistura de temas, de modos de escrever e de intensidade.
Assim, Macunaíma é escrito de modo a misturar diversos temas, episódios, discursos e linguagens, trazendo uma narração que vai desde a terceira pessoa até o uso do discurso direto, e uma narrativa totalmente não-linear, pois mistura passado, presente e futuro.
Além disso tudo, é interessante sabermos também que Macunaíma pode ser melhor encaixado no gênero cômico, pois traz diversos episódios divertidos, que tiram sarro de alguns tipos de pessoas, principalmente das consideradas “cultas”.
A obra também sofreu muitas influências das vanguardas europeias, principalmente do Surrealismo, do Dadaísmo, do Futurismo e do Expressionismo.
Logo no começo da narrativa, podemos acompanhar o nascimento de Macunaíma, o anti-herói do romance, um índio negro que é muito preguiçoso e ninfomaníaco. Ele vive às margens do mítico rio Uraricoera com sua mãe e seus irmãos, Maanape e Jiguê, numa tribo da Amazônia.
Depois de um tempo, sua mãe acaba morrendo e, com esse acontecimento, os três irmãos decidem sair da tribo para se aventurarem.
Em meio a isso, Macunaíma encontra Ci, a Mãe do Mato, com quem faz um filho. Porém, quando Ci dá à luz e vai amamentar o bebê, seu filho acaba morrendo (pois mamou no peito em que uma cobra havia mamado), o que faz com que ela sofra muito e morra também, se transformando numa estrela.
Porém, antes de morrer, ela dá a Macunaíma a muiraquitã, um amuleto feito a partir de uma pedra verde. O protagonista, em meio a suas confusões, acaba fazendo com que o amuleto fosse parar nas mãos de Venceslau Pietro Pietra, um mascate peruano que, na verdade, era o gigante Piaimã disfarçado.
Com isso, Macunaíma e seus irmãos vão para São Paulo com o objetivo de recuperar a muiraquitã. Após várias tentativas frustradas de derrotar o gigante (com Macunaíma tentando se vestir de francesa para seduzí-lo), o anti-herói pede a ajuda de Exu para matar Piaimã. Ele acaba batendo no gigante, mas não consegue o amuleto de volta.
Tendo surrado o gigante, ele decide viajar para o Rio de Janeiro, onde encontra Vei, a deusa sol, e acaba prometendo se casar com uma das filhas da deusa. Porém, Vei descobre que ele estava dormindo com uma portuguesa e fica enfurecida com o índio.
Depois disso, Macunaíma acaba vivendo muitas aventuras por todo o Brasil, sempre tentando ter sua pedra de volta, até que, em um momento, ele consegue matar o gigante e recuperar o amuleto. Depois, resolve voltar à sua tribo.
No final de “Macunaíma”, Vei consegue sua vingança: ela manda um forte calor, fazendo com que o anti-herói fique com muito desejo sexual e se jogue nos braços de uma uiara, que o machuca e faz com que ele perca de novo a muiraquitã (e, dessa vez, para sempre).
Cansado de tudo e se vendo sozinho e sem seu precioso amuleto, Macunaíma decide ir para o céu, transformado na Constelação da Ursa Maior.
No epílogo da obra, o narrador se apresenta ao leitor, nos contando que todos que sabiam dessa história estavam mortos, e que ele ficou sabendo dela por meio de um papagaio.
Vei: deusa do sol, acaba se vingando de Macunaíma depois que ele a enfureceu ao dormir com outra mulher depois de sua promessa de casar com uma das filhas da deusa.
Leia as afirmativas seguintes sobre a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, e assinale a alternativa INCORRETA: