Contrariando a regra geral segundo a qual o verbo deve concordar com o sujeito, o verbo ser apresenta uma característica diversa, a qual o permite concordar ora com o sujeito da oração, ora com o predicativo.
Concordância com o sujeito
- Quando o sujeito for uma pessoa ou estiver personificado:
Euclides era a alma da casa.
- Quando o sujeito for indicado por substantivo simples no plural e o predicativo for um substantivo no singular:
Os estudos eram sua maior arma.
Concordância com o predicativo
- Ao se tratar de indicações de preço, medida ou quantidade (por meio de expressões como é muito, é pouco etc):
Duzentos reais é pouco!
- Se o sujeito for substantivo e o predicativo for um pronome pessoal:
O rei sou eu!
- Quando se tratar de verbo impessoal, ou seja, nas indicações de distâncias, horas ou datas:
Eram sete horas!
Hoje é dia 13 de maio.
Hoje são 13 de maio.
Observação: Nos casos em que o predicativo vier antecedido por expressões como perto de, o verbo poderá ficar tanto no plural quanto no singular. Exemplo:
Era perto de quatro horas.
Eram perto de quatro horas.
- Se o sujeito possui sentido de coletivo e o predicativo se apresentar no plural:
A maioria eram crianças.
Concordância com o sujeito ou com o predicativo
- Quando o sujeito é uma coisa não personificada no singular e o predicativo está no plural:
O travesseiro eram palhas.
O travesseiro era palhas.
Nesses casos, utiliza-se preferencialmente a concordância com o predicativo, mas a concordância com o sujeito não constitui um desvio gramatical, sendo aceita pela norma padrão culta da língua.
- Se o sujeito for um dos pronomes tudo, isso, isto, aquilo, e o predicativo apresentar-se no plural:
Nem tudo são rosas na vida.
Nem tudo é rosas na vida.
- Em caso de o sujeito ser uma palavra com sentido amplo, como, por exemplo, vida, ciência etc:
A vida são surpresas.
A vida é surpresas.