Antes de estudarmos como se comportam os pronomes pessoais, vejamos quais são:
Pronomes pessoais | ||||
Número |
Pessoa |
Pronomes retos |
Pronomes oblíquos | |
Tônicos |
Átonos |
|||
singular | 1ª2ª3ª | eutuele, ela | mim, comigoti, contigosi, consigo | metese, o, a, lhe |
plural | 1ª2ª3ª | nósvóseles, elas |
conoscoconvosco si, consigo |
nosvosse, os, as, lhes |
Assim como os demais pronomes, os pronomes pessoais podem ser usados para substituir o nome, ou seja, o substantivo.
Os pronomes pessoais podem ser retos ou oblíquos e referem-se às pessoas do discurso.
Os pronomes pessoais do caso reto exercem a função sintática de sujeito da oração.
Exemplo: Eu adoro ler.
Os pronomes pessoais do caso oblíquo exercem a função sintática de objeto direto ou objeto indireto, lembrando que:
“O(s), a(s)” funcionam apenas como objeto direto e que, quando aparecem depois do verbo, podem assumir as formas “lo, la, los, las, no, na, nos, nas”, dependendo da terminação verbal.
Essas formas especiais também só funcionam como objeto direto. Veja como isso acontece:
Fiz + o = fi-lo
Fiz o trabalho durante a manhã = Fi-lo durante a manhã.
O pronome reto “lo” é uma forma do pronome “o”, que substitui o substantivo “trabalho” e exerce a função sintática de objeto direto do verbo “fiz”.
Viram + o = viram-no
Viram o garoto andando de skate. = Viram-no andando de skate.
O pronome “no” substitui o substantivo e exerce a função sintática de objeto direto.
“Lhe(s)” funciona apenas como objeto indireto.
Eu entreguei o documento ao diretor. = Eu lhe entreguei o documento.
Além disso, os pronomes oblíquos podem ser tônicos ou átonos. Os tônicos são precedidos por preposição, enquanto os átonos não acompanham preposição. Exemplos:
Repare que os pronomes “comigo, contigo, conosco, convosco” são a combinação da preposição “com” com os pronomes “mim, ti, nos, vos”, nessa ordem.
1ª pessoa: quem fala/ quem produz o discurso.
2ª pessoa: com quem se fala/ quem recebe o discurso.
3ª pessoa: de quem se fala/ assunto do discurso.
Não necessariamente a 3ª pessoa do discurso é uma pessoa, mas é sempre o assunto sobre o qual se fala. Veja o exemplo:
Minha amiga me disse que São Paulo é uma ótima cidade.
Nessa frase, “minha amiga” é a 1ª pessoa do discurso, eu sou a 2ª e “São Paulo” é a 3ª pessoa do discurso, porque é o tópico sobre o qual se fala.
Na linguagem oral, o uso dos pronomes não necessariamente obedece às regras da norma padrão.
Por isso, é comum nos depararmos com estruturas como “eu amo ela” ao invés de “eu a amo”, que, pela norma padrão, contrariam as marcações sintáticas de sujeito e objeto que aprendemos.
Além disso, frases iniciadas com pronomes oblíquos, frequentemente usadas em nosso cotidiano, como “me ligue” ou “te amo”, também estariam inadequadas de acordo com a norma padrão culta.
Não se deve iniciar uma frase com um pronome oblíquo átono (“me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes”). Veja como isso acontece nos exercícios sobre pronomes a seguir.
VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997. (Foto: Reprodução/Enem) O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto, em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois