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Assertividade no trabalho: o que é e como desenvolver

Saiba como a assertividade impacta sua reputação profissional, favorece promoções e fortalece a comunicação no ambiente corporativo

Em resumo:

  • Assertividade é comunicar com clareza e respeito, sem ser passivo nem agressivo.
  • É uma habilidade essencial para relações saudáveis, tomada de decisão e crescimento na carreira.
  • Comunicação assertiva evita sobrecarga, burnout e conflitos desnecessários.
  • Feedbacks assertivos fortalecem a cultura de confiança e o desempenho das equipes.
  • Pode ser aprendida e treinada por meio de técnicas, frases e modelos de aplicação.
  • Profissionais assertivos são vistos como confiáveis, preparados e com potencial de liderança.

Saber se posicionar de maneira clara, direta e respeitosa é uma habilidade cada vez mais valorizada em ambientes corporativos. Mais do que um diferencial, a assertividade no trabalho tem se tornado um pilar para relações profissionais saudáveis, comunicação eficiente e crescimento na carreira.

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Segundo o dicionário da American Psychological Association, assertividade é definida como “um estilo adaptativo de comunicação no qual os indivíduos expressam seus sentimentos e necessidades de forma direta, mantendo o respeito pelos outros”.

Neste artigo, entenda o que caracteriza uma postura assertiva no ambiente profissional, quais são os benefícios dessa habilidade e como desenvolvê-la na prática, com base em técnicas de especialistas no tema.

O que significa ser assertivo no ambiente de trabalho?

Em contextos profissionais, a assertividade é a capacidade de expressar ideias, opiniões e necessidades de maneira clara, firme e respeitosa, sem recorrer à imposição ou à omissão. Trata-se de um comportamento comunicacional que busca o equilíbrio: posicionar-se com segurança, sem desrespeitar os limites alheios.

De um lado, a passividade leva à dificuldade de dizer “não”, aceitar decisões com as quais não se concorda ou deixar de compartilhar opiniões por receio de conflito. Isso pode gerar sobrecarga, frustração e perda de credibilidade.

Do outro, a agressividade se manifesta quando a comunicação é feita de forma impositiva, com tom autoritário ou desconsiderando o impacto nas pessoas ao redor, o que tende a causar afastamento e clima hostil.

A postura assertiva se posiciona entre esses extremos. Ela permite expor pontos de vista com clareza e empatia, ouvir ativamente e negociar soluções de forma construtiva — competências fundamentais para ambientes de trabalho colaborativos e produtivos.

Como o psicólogo e autor Randy J. Paterson mostra em “The Assertiveness Workbook”, a assertividade não é um traço fixo de personalidade, mas sim uma habilidade que pode ser aprendida e desenvolvida com prática e autoconhecimento.

Ao aprender a lidar com o desconforto da exposição e a reformular padrões de comportamento, profissionais ganham segurança para se expressar com mais equilíbrio em diferentes situações do dia a dia corporativo.

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Assertividade vs. agressividade: qual a diferença na prática?

Apesar de serem muitas vezes confundidas, assertividade e agressividade têm impactos completamente diferentes nas relações de trabalho. Ambas envolvem franqueza na comunicação, mas apenas a primeira é acompanhada de empatia e respeito mútuo.

Segundo Kim Scott, autora de “Radical Candor”, comunicar-se de forma assertiva exige equilibrar dois pilares: cuidar genuinamente das pessoas e, ao mesmo tempo, desafiá-las diretamente. Quando um desses elementos está ausente, a comunicação pode resvalar para a agressividade ou para a omissão.

Veja abaixo exemplos que ilustram essas diferenças em situações comuns no ambiente corporativo:

SituaçãoComunicação agressivaComunicação assertiva
Feedback sobre atraso em entrega“Você nunca entrega nada no prazo, isso é inaceitável.”“Notei que o prazo não foi cumprido. Aconteceu algo que impediu a entrega no tempo combinado?”
Discordância em reunião“Essa ideia é péssima, claramente não vai funcionar.”“Tenho uma perspectiva diferente e acho que vale discutirmos outros caminhos para esse projeto.”
Recusa de uma demanda extra“Não tenho tempo pra isso, se vira com alguém.”“Neste momento, estou com outras prioridades e não consigo assumir essa tarefa adicional.”

A postura agressiva tende a gerar resistência, desmotivação e rupturas na equipe. Já a comunicação assertiva promove clareza, reduz ruídos e fortalece a confiança entre os envolvidos. É essa diferença de tom e intenção que transforma a franqueza em uma ferramenta de construção — e não de confronto.

Confira: 5 livros sobre comunicação assertiva no trabalho
+ 5 livros sobre comunicação assertiva no trabalho 

Os impactos da falta de assertividade na carreira

A dificuldade em adotar uma postura assertiva pode comprometer tanto o bem-estar emocional quanto o desenvolvimento profissional. Em ambientes de trabalho, a tendência a evitar conflitos, dizer “sim” a tudo ou se calar diante de situações injustas gera consequências acumulativas.

Como destaca a pesquisadora Abby Hamilton em sua palestra no TEDxWestshoreWomen, o excesso de obediência, muitas vezes socialmente estimulado, leva profissionais a se anularem, priorizando a aprovação dos outros em detrimento das próprias necessidades e convicções. 

Esse comportamento, que parece “educado” ou “colaborativo”, na verdade mina a autenticidade e impede o reconhecimento de competências. A longo prazo, essa postura contribui para quadros de burnout, sobrecarga, estagnação na carreira e baixa autoestima

O livro “Not Nice”, de Aziz Gazipura, aprofunda esse ponto ao afirmar que ser constantemente “bonzinho” é um comportamento aprendido para evitar rejeição, mas que resulta em perda de identidade, frustração e fracas habilidades de negociação e liderança.

Além disso, a ausência de assertividade dificulta a construção de autoridade e limita a visibilidade no ambiente corporativo — fatores essenciais para promoções, liderança de projetos e crescimento sustentável.

Assertividade e inteligência emocional: como se conectam?

A assertividade no trabalho depende do desenvolvimento da inteligência emocional. Para se comunicar com clareza e respeito, é preciso reconhecer emoções, controlar impulsos e interpretar o contexto das interações — competências que envolvem autoconsciência, empatia e autorregulação.

De acordo com o livro “The 5 Essential People Skills”, a comunicação assertiva é uma das habilidades mais importantes para relações profissionais equilibradas. Quando alinhada à inteligência emocional, ela permite que conversas difíceis ocorram sem conflito, fortalece a colaboração e evita mal-entendidos que minam a produtividade.

Saiba mais: 5 pilares da inteligência emocional para aplicar no trabalho 

A importância da empatia na comunicação assertiva

A empatia é um dos pilares da comunicação assertiva. É ela que permite expressar ideias e necessidades sem desrespeitar os sentimentos ou limites do outro. No ambiente de trabalho, essa escuta ativa e respeitosa é essencial para evitar conflitos desnecessários e construir relações mais produtivas.

O psicólogo Marshall Rosenberg, criador da Comunicação Não Violenta (CNV), destaca que a forma como algo é dito pode ser tão importante quanto o conteúdo. A CNV propõe quatro etapas — observação, sentimento, necessidade e pedido — como caminho para conversas mais empáticas, sem julgamentos ou acusações.

Como desenvolver a assertividade no trabalho: técnicas e práticas

As pessoas não nascem com o dom da assertividade. Essa é uma habilidade que se desenvolve por meio de um processo contínuo, que exige prática intencional e autoconhecimento. 

Na obra “The Assertiveness Workbook”, Randy J. Paterson propõe um conjunto de técnicas baseadas em terapia cognitivo-comportamental para fortalecer a assertividade no dia a dia profissional. Entre as principais estão:

  • Técnicas de respiração e regulação emocional: ajudam a controlar a ansiedade antes de se posicionar em situações desafiadoras;
  • Treino de linguagem: substituir expressões vagas ou ambíguas por mensagens objetivas e diretas;
  • Role-playing: simulações de conversas difíceis com colegas ou gestores, para praticar a estrutura e o tom da fala;
  • Exposição gradual: enfrentar situações de forma progressiva, começando por interações menos complexas e evoluindo para conversas mais delicadas;
  • Uso de scripts assertivos: planejar falas com base em modelos prontos, como o “quando você… eu me sinto… porque… e gostaria que…”, para estruturar mensagens com clareza e respeito.

Frases assertivas para usar em diferentes situações profissionais

Adotar uma postura assertiva também envolve a escolha cuidadosa das palavras. A seguir, confira alguns exemplos de frases que ajudam a expressar ideias e limites de forma respeitosa em situações comuns no dia a dia corporativo:

Recusar tarefas extras fora da sua capacidade no momento:

  • “Neste momento, estou com outras entregas em andamento. É possível rediscutir os prazos ou redistribuir a demanda?”
  • “Não consigo assumir essa tarefa agora sem comprometer a qualidade do que já estou conduzindo.”

Pedir feedback sobre desempenho:

  • “Gostaria de entender melhor como posso evoluir neste projeto. Pode me dar um retorno sobre os pontos fortes e de melhoria?”
  • “Tem algo no meu trabalho recente que você acredita que eu poderia fazer de forma diferente?”

Expressar discordância em reuniões:

  • “Tenho uma perspectiva um pouco diferente sobre essa proposta. Posso compartilhar minha visão?”
  • “Entendo o ponto, mas acredito que há outros caminhos que também valem ser considerados.”

Estabelecer limites em comunicações urgentes fora do horário:

  • “Recebi a mensagem, mas estou fora do expediente agora. Assim que possível, retorno com atenção ao que foi solicitado.”

Exercícios para treinar a assertividade

Como qualquer habilidade comportamental, a assertividade pode ser treinada e aprimorada. No clássico livro “Assertiveness”, Judy Murphy propõe uma série de exercícios que ajudam a aumentar a consciência sobre o próprio comportamento e fortalecer a autoconfiança em interações profissionais.

Veja algumas práticas recomendadas pela autora:

  • Diário de comportamento: registrar situações do dia a dia em que houve dificuldade para se posicionar ou momentos de sucesso assertivo. O exercício ajuda a identificar padrões e evoluções;
  • Simulações: treinar diálogos com colegas ou em sessões de capacitação, simulando situações como pedidos de prazo, recusa de tarefas ou discussões em grupo;
  • Feedback entre pares: combinar com colegas de equipe a troca periódica de feedbacks objetivos, reforçando o uso de linguagem clara e construtiva;
  • Análise de cenários: refletir sobre casos reais ou hipotéticos e pensar em formas assertivas de agir ou responder;
  • Treino frente ao espelho: praticar expressões verbais e corporais, observando o tom de voz, postura e clareza da mensagem.

Assertividade em líderes: influência no clima e desempenho das equipes

Lideranças assertivas contribuem para um ambiente de trabalho mais transparente, colaborativo e produtivo. Essa postura se reflete na capacidade de alinhar expectativas, dar direcionamentos objetivos e lidar com conversas difíceis com clareza e respeito.

Em “Radical Candor”, Kim Scott destaca que o papel do líder é criar uma cultura onde o feedback acontece de forma natural, e não como algo pontual ou ameaçador. Isso fortalece a confiança mútua e o senso de pertencimento.

(Reprodução/Instagantt)

Líderes assertivos também têm mais facilidade para:

  • dar e receber feedbacks com objetividade;
  • estabelecer limites claros sem microgerenciar;
  • fomentar a participação com escuta ativa;
  • corrigir rotas sem gerar insegurança.

Confira: Empatia assertiva: o equilíbrio entre liderança e humanidade
+ Tipos de liderança: 7 estilos que moldam organizações 

Feedback assertivo: como dar e como receber

A chave para oferecer e receber feedbacks de forma assertiva está em manter o equilíbrio entre franqueza e respeito, comunicando com clareza, mas sem desconsiderar o impacto emocional da mensagem.

O conceito de “feedback direto com respeito”, defendido por Kim Scott, parte do princípio de que bons líderes não evitam conversas difíceis, mas também não utilizam a franqueza como licença para serem insensíveis. O objetivo é sempre ajudar o outro a crescer, não apenas apontar falhas.

Do lado de quem recebe o feedback, a escuta ativa e a abertura para refletir sem reatividade são essenciais para que o retorno gere aprendizado e evolução — e não defensividade.

Dê uma olhada em dois modelos de comunicação assertiva aplicados ao feedback:

Modelo SBI (Situação – Comportamento – Impacto)

É um modelo simples e direto para descrever comportamentos observados de maneira neutra, apontar seu impacto e abrir espaço para ajustes.

Exemplo: “Na reunião de ontem (situação), percebi que interrompeu colegas em vários momentos (comportamento). Isso dificultou o andamento das falas e gerou desconforto no grupo (impacto).”.

Modelo DESC (Descrever – Expressar – Sugerir – Consequência)

É um modelo mais completo, útil para expor incômodos e propor mudanças de forma construtiva.

Exemplo: “Quando prazos são mudados sem alinhamento (descrever), me sinto sobrecarregado (expressar). Seria possível definirmos juntos os próximos passos antes da alteração? (sugerir). Assim conseguimos manter a organização e evitar retrabalho (consequência).”.

Leia: Feedbacks no trabalho: o que são e como aplicá-los do jeito certo
+ Escuta ativa: o que é, por que importa e como aplicá-la no ambiente corporativo 

Como a assertividade fortalece a imagem profissional

A assertividade reflete — e muito — na forma como um profissional é percebido no ambiente corporativo. Expressar ideias com clareza, saber se posicionar com respeito e assumir responsabilidades com segurança são atitudes que constroem uma imagem de confiança e competência.

Profissionais assertivos tendem a conquistar:

  • maior visibilidade nas equipes e projetos;
  • reputação positiva, associada à transparência e equilíbrio;
  • mais chances de promoção, por demonstrarem liderança e autonomia;
  • autoridade natural, por se comunicarem com clareza e coerência.

Ao longo do tempo, essa postura contribui para abrir portas, ampliar oportunidades e fortalecer o protagonismo na própria trajetória profissional.

Veja também: Plano de carreira: 7 passos para crescer com estratégia
+ 11 livros motivacionais para transformar a carreira 

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