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Encceja 2024: veja exemplos de redação para ensino médio e fundamental

Estudar exemplos de redação permite que você compreenda melhor a estrutura do texto, identifique boas práticas, amplie seu vocabulário e aprenda com erros e acertos.

O Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) é uma prova destinada a jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade apropriada e desejam obter a certificação do ensino fundamental ou médio. 

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Uma das partes mais importantes do exame é a redação, que avalia a capacidade do candidato de organizar ideias e argumentar de forma coerente e coesa.

caderno de redação sobre a mesa

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Como é a redação do Encceja?

A redação do Encceja é dissertativa-argumentativa. Esse tipo de texto exige que o candidato apresente uma tese sobre um tema proposto e desenvolva argumentos que sustentem essa tese, utilizando dados, exemplos e reflexões para embasar suas ideias. 

A estrutura da redação dissertativo-argumentativa é composta por introdução, desenvolvimento e conclusão, e é fundamental que o texto seja claro, coeso e coerente.

Já quando se fala sobre a temática da prova, “os estudantes devem esperar um assunto de interesse social, proposto a partir dos seguintes eixos temáticos: cultura, meio ambiente, educação, tecnologia, economia e direitos e cidadania, por exemplo”, de acordo com a professora de redação Beatriz de Matos.  

Para contextualizar, na edição de 2023 o tema da redação foi “A importância do respeito às religiões de matrizes africanas” (Encceja Ensino Fundamental) e “Ações para cuidar da saúde mental do trabalhador” (Encceja Ensino Médio).

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Exemplos de redação do Encceja

Exemplos de redação ajudam a entender a estrutura exigida para o texto dissertativo-argumentativo. Pensando nisso, selecionamos alguns textos da Cartilha de Redação do Encceja. Nesse documento, há todas as informações sobre a prova, desde boas práticas e formato até critérios de correção. Veja a seguir:

Ensino Fundamental 

Exemplo 1: texto retirado da Cartilha de redação do Encceja 2024, com autoria de Ellen Amparo Macedo.

É de conhecimento geral que inúmeras religiões e crenças têm se espalhado cadavez mais pelo Brasil. Com isso, diversos casos de discriminação entre os seres humanostêm se expandido, principalmente em relação às regiões de matrizes africanas. Há umaextrema necessidade de um devido respeito à essa religião, afinal, cada cidadão tem olivre arbítrior de crer no que desejar e, com essa prática de não julgarmos tal religião,evitaremos discórdias e violências entre as populações.
Primeiramente, é importante destacar que habitamos em um país onde somos livrespara seguirmos qualquer religião. Isso diz respeito à necessidade de aceitação dequalquer tipo de crença, sem julgamentos ou desrespeitos a qualquer uma delas.
Além disso, ainda não há uma lei que tenha como objetivo abolir as práticas dedesaforo e rejeição relacionadas à de matriz africana. Se alguma lei com essa finalidadeviesse à tona, diminuiria discriminações e obstáculos para o convívio de forma moderada,exemplar e pacífica entre os seres humanos.
Portanto, a fim de acabar de uma vez por todas a discriminação das religiões epreservar o respeito à tais, é de extrema importância que as populações devem seconscientizar que deve haver respeito à cada religião, já que somos livres para seguirquaisquer que desejarmos, e construir práticas que abolam discórdias entre populações.O governo pode fazer isso por meio de campanhas de conscientização e leis que proíbamdiscriminações e violências contra as religiões de matrizes africanas, para que assimesse problema seja extinto, preservando a importância do respeito à essas religiões.

Exemplo 2: texto retirado da Cartilha de redação do Encceja 2023, com autoria de Sofia Prado Brotto.

Em um Brasil cada vez mais tecnológico, muitos jovens não tem recebido uma herança compartilhada por meio da linguagem oral. Infelizmente, os adultos que cresceram ouvindo histórias preciosas de seus pais e avós não podem afirmar que seus filhos passaram pela mesma tradição. Algumas razões para explicarem essa extinção de histórias compartilhadas por meio da oralidade são: uma geração cada vez mais dedicada ao uso das telas e a falta de incentivo para a comunicação entre diferentes gerações.
Nas redes-sociais, por meio da linguagem visual ou escrita, você pode se comunicar, praticamente de forma instantânea, com qualquer pessoa no mundo. Portanto, é somente por meio da linguagem oral que você pode receber belas palavras que carregam histórias e conhecimento. Com a substituição da tradição oral por telas, as novas gerações brasileiras perdem conhecimento de sua cultura.
Lembramos também que por meio da perda de momentos familiares em que antigas gerações poderiam ensinar aos seus descendentes muitos jovens têm perdido contato com as histórias de seus antepassados. Essa situação é especialmente perigosa para novos descendentes indígenas e afro-brasileiros, que correm perigo de esquecer sua história. Perdendo toda essa herança, os jovens brasileiros podem perder também sua cultura.
Para lutar contra a perda da tradição oral, o governo deve levantar uma campanha literária. Formada e organizada por profissionais em literatura brasileira, que organizará um folheto composto por mitos, contos e histórias que foram essenciais para formar a cultura brasileira. Estes folhetos serão distribuídos entre escolas públicas e bairros carentes para que a leitura oral seja estimulada entre famílias.

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Exemplo 3: texto retirado da Cartilha de redação do Encceja 2023, com autoria de Miguel Freire de Resende.

A tradição oral é algo que existe desde os tempos mais remotos e está presente em praticamente todas as civilizações, sem excluir o Brasil. O problema é que ela vem se perdendo cada vez mais atualmente para os meios de comunicação, e isso é uma grande perda, já que a oralidade é tão ou até mesmo maís importante do que a escrita. Uma das principais características da tradição oral é a transmissão hereditária, ou seja, de pai para filho, servindo como forma de aproximar as pessoas, tornando-as mais unidas por meio dos costumes e crenças familiares e culturais. Com a internet e os meios de comunicação cada vez mais avançados, isso vem se perdendo rapidamente: ao invés das conversas de família após o jantar há a televisão, ao invés da “hora da história” há o celular. Não há mais os bons momentos em que um avô ou uma avó se preparam para contar a lenda da Cuca, do Saci ou do Curupira para vários netos que os rodeiam e escutam com atenção. Isso é pior do que parece, pois distancia as pessoas, fazendo elas se fecharem em se-us próprios mundos, até mesmo na família, dentro de casa. Aí está uma prova do valor conciliatório e unitivo que a oralidade possui, além de preservar costumes, culturas e tradições.
Ademais, a oralidade, se considerada por determinados pontos de vista, é equivalente ou até mesmo superior à escrita.
Em primeiro lugar, pois ela é mais antiga que a outra; logo, podemos concluir que a escrita deve sua existência à ela. Depois, a oralidade é mais inclusiva: todos têm acesso à ela sem dificuldades, até mesmo aqueles que não sabem ler ou escrever. Afinal, as grandes epopéias da Ilíada e da Odisseia foram primeiramente transmitidas de boca-a-boca e, no Brasil, ninguém precisa ler um livro para conhecer histórias folclóricas. E, por último, ela é indestrutível: livros somem, rasgam e são proibidos mas a palavra, se transmitida para outros, não morre nem é destruída.
Portanto, para que a cultura do Brasil seja revitalizada e se torne mais próxima do povo, é necessário que o Ministério da Educação promova, por meio de propagandas de incentivo e planos de ensino, a tradição oral nas famílias e nas escolas, fazendo assim com que os brasileiros tenham guardados nas mentes e nos corações as riquíssimas tradições e histórias que lhes pertencem.

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Ensino Médio

Exemplo 1: texto retirado da Cartilha de redação do Encceja 2024, com autoria de Amanda Bairros Avila.

Ao longo da última década o Brasil vem se tornando um dos países com maiorconsumo de antidepressivos do mundo, fato que é devido ao número alarmante de doençasmentais generalizadas. Ora, depressão, ansiedade, burnout… não têm classe social, masé notória sua prevalência na classe trabalhadora.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a saúde mental estárelacionada à satisfação, felicidade, realização e saúde física do indivíduo, além de suacapacidade de contribuir para o desenvolvimento coletivo.
Desafortunadamente, não é essa a realidade da massa proletária dapopulação brasileira. Jornadas exaustivas — duplas e mesmo triplas —, ambientesinsalubres e competitivos, salários que não acompanham o custo de vida, trabalhosrepetitivos e falta de perspectiva de futuro são questões centrais na piora da qualidadede vida dos trabalhadores e de sua psiquê. Cansaço, estresse, insatisfação, ansiedade edesesperança são elementos constituintes da rotina do trabalhador no capitalismo.
Diante de tal cenário, cabe ressaltar a necessidade da manutenção e ampliaçãodos perseguidos direitos trabalhistas; a fim de garantir a qualidade de vida dapopulação, urge a redução da jornada de trabalho e o aumento dos salários. Ademais,cabe ao Governo, em todas as suas instâncias, promover também o acesso à saúde mental— por meio de profissionais especializados mas também através de lazer e qualidade devida — para que o trabalhador atinja uma vida plena e digna, não apenas a subsistência.Trabalhadoras e trabalhadores merecem futuro e dignidade.

Exemplo 2: texto retirado da Cartilha de redação do Encceja 2022, com autoria de Mariana Lemos Diniz.

No longametragem “Um olhar do Paraíso” uma menina é abusada sexualmente por um conhecido da família. Apesar do filme se tratar de uma ficção, tal situação vem se tornando cada vez mais recorrente, acentuando índices alarmantes no país. Visto isso, é fundamental compreender as causas de tal violência no fito de combatê-la no âmbito familiar e estatal, podendo, dessa forma, proteger esse grupo socialmente vulnerável. 
Primeiramente, é importante elencar que o descaso estatal com a educação sexual é um dos principais potencializadores dos preocupantes percentuais de crianças violentadas no Brasil. Conforme o artigo 6º da Constituição de 1988, é dever do Estado promover a segurança, a educação, bem como a integridade física dos cidadãos. Apesar do documento garantir tais direitos, ainda assim os casos de jovens abusados crescem exporadicamente. Nesse viés, a ausência de uma disciplina sexual com fins educativos é prejudicial às crianças, uma vez que essas desconhecem os limites sobre seus corpos e à violência que estão sujeitas. Dado exposto, fica a ressalva de que educar sexualmente não significa ensinar os pequenos a fazer sexo, e sim a reconhecer os perigos aos quais estão expostos, além de promover a criação de um ambiente respeitoso e que traga conforto para que haja maior denúncia a tais violações.
Ademais, é fundamental ressaltar que a desatenção familiar é outro fator agravante do abuso sexual de menores, já que esses indivíduos possuem maior fragilidade e dependem dos responsáveis para protegê-los. De acordo com o filósofo David Hume, as crianças não possuem um conhecimento inato das mazelas ao seu redor, por isso, tornam-se alvos fáceis, sendo responsabilidade principal das famílias conscientizá-las, ensinando-as a reconhecer potenciais intenções maliciosas. Assim sendo, é necessário que haja maior cuidado parental acerca das companhias a quem confiam cuidado a seus filhos, e também, que ocorra maior iniciativa de diálogos com fins educacionais para tornar efetiva a prevenção aos ataques.
Diante das questões apontadas, fica evidente a importância da atuação do Estado e dos pais na erradicação da pedofilia no Brasil. É primordial que os Ministérios da Saúde e Educação intensifiquem as campanhas de denúncia – por meio de veículos midiáticos – e implementem a Educação Sexual como obrigatória na grade curricular escolar, a fim de prevenir novos casos abusivos e consequentes traumas no público infantil. Somente dessa maneira, aliando as esferas Pública e Social, será possível zelar pelo bem estar físico e mental dos futuros adultos da nação.

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Exemplo 3: texto retirado da Cartilha de redação do Encceja 2022, com autoria de Rachel Barino Silva.

No Brasil, a exploração sexual infantojuvenil acontece majoritariamente no ambiente domiciliar, ou seja, no local em que a criança vive. Esse cenário de violência gera inúmeros traumas na vitíma menor de idade, que crescerá marcada por insegurança e por medo. Por causa disso, é necessário analisar e combater o abuso sexual contra crianças e adolescentes a fim de proteger a juventude brasileira e o seu futuro.
É importante destacar que a pedofilia tem o silêncio e a desinformação como os seus principais aliados. A partir de chantagens e manipulações emocionais, o pedófilo consegue fazer com que a criança se sinta culpada pelo abuso que sofre, impedindo a vitíma de procurar ajuda e denunciar a agressão. Além disso, a atitude negligente de adultos teoricamente responsáveis pelo menor de idade dificulta ainda mais o combate à exploração sexual infantil e falha ao proporcionar um lar seguro para o pequeno cidadão, um direito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Dessa forma, por não haver uma solução vinda da sociedade ao seu entorno, o jovem tem seus Direitos Humanos feridos e desenvolve inúmeros problemas psicológicos, como por exemplo a fobia social, a depressão e a insegurança. Ademais, a pedofilia também está relacionada a gravidez precoce, ao suicídio infantojuvenil e a evasão escolar, sendo classificada então como um crime contra a saúde pública por afetar diretamente o futuro do indivíduo e, consequentemente, da nação brasileira.
Portanto, é urgente que o Ministério da Educação, em parceria com o Estatuto da Criança e do Adolescente, insira aulas de Educação Sexual na grade curricular de todas as escolas do Brasil visando conscientizar os jovens sobre os seus direitos. Somado a isso, pais e responsáveis pelo menor de idade devem ser estimulados, através de campanhas publicitárias, a conversar com seus filhos sobre a gravidade da pedofilia e informá-los sobre como pedir ajuda caso submetidos a essa situação, auxiliando assim no combate ao abuso sexual infantil. 

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Como estudar para o Encceja?

O Plano de Estudos Encceja 2024 da Quero Bolsa é gratuito e foi elaborado pelo professor Sérgio Vinícius Corrêa. O cronograma dura 35 dias e inclui conteúdos diários, com videoaulas e exercícios, voltados para preparar os candidatos para todas as áreas do exame, incluindo redação. Baixe:

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