Exemplo de redação do Enem 2022
Para te ajudar a ter noção se você fez uma redação adequada a proposta do Enem e se teve um bom desempenho na prova, leia o modelo de texto abaixo, feito pelos autores de Produção de Texto do Sistema de Ensino pH.
“Desde 1500, tem mais invasão do que descobrimento, tem sangue retinto pisado,atrás do herói emoldurado, mulheres, tamoios, mulatos. Eu quero um país que não está noretrato”. Em 2019, a Estação Primeira de Mangueira trouxe à tona a dificuldade dereconhecimento de parcela invisibilizada da população brasileira, principalmente a compostapor povos e comunidades tradicionais. O enredo explicitou um problema recorrente narealidade brasileira: a exclusão e a segregação de minorias sociais. Sob essa ótica, percebe-seque a desvalorização desses grupos ocorre ainda hoje por fatores econômicos e estatais.
Sob uma primeira perspectiva, observa-se o impacto da economia na depreciação dospovos brasileiros. Em um sistema capitalista, há a priorização do lucro em detrimento dobem-estar de toda a sociedade. Nesse sentido, a interferência ilegal e desregulada no meioambiente, visando à obtenção de matéria prima, torna-se comum. Dessa forma, como sãocomunidades ligadas de forma intrínseca à natureza – como ribeirinhos e pescadores -, os seusinteresses se diferem dos das elites econômicas, as quais regem o comportamento da nação.Como consequência, as populações tradicionais não só presenciam a destruição de seus lares,mas também são constantemente vítimas de conflitos por posse de terras – como retratado nodocumentário “Vale dos esquecidos” -, cenário que dificulta a existência e a valorizaçãodesses grupos.
Além disso, a negligência governamental prejudica o reconhecimento do valor dascomunidades tradicionais. De acordo com o artigo 216 da Constituição Cidadã, o Estado tema função de promover e proteger os patrimônios culturais brasileiros, que incluem bensmateriais ou imateriais que contribuem para a identidade e para a memória de grupos quecompõem o Brasil. No entanto, no que se refere a quilombolas e a outros povos tradicionais,nota-se que a realidade muito se distingue da Carta Magna, como pode ser observado, porexemplo, no pouco foco dado à história africana nas escolas e no abandono do Museu doÍndio pelo governo carioca. Com isso, o desconhecimento sobre a cultura desses grupos éampliado, perpetuando um cenário de subvalorização.
Infere-se, portanto, que a economia e o governo dificultam a valorização de povostradicionais brasileiros. Desse modo, é papel do Estado, responsável pelo bem-estar social,ampliar a fiscalização e a demarcação de terras protegidas, por intermédio da compra detecnologias avançadas, como satélites e drones. Tal medida tem como objetivo o aumento dapunição àqueles que ultrapassarem os limites demarcados e, consequentemente, a diminuiçãoda destruição ambiental. Ademais, cabe à Mídia exibir campanhas que evidenciem aimportância de culturas invisibilizadas, como a Quilombola e a Indígena, visando a estimulara população a exigir do Poder Público mais museus e centros culturais. Assim, o Brasil quepouco cabe no retrato, como dito no samba-enredo, poderá ganhar seu espaço.
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