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Juliana Gottardi | 24/04/25Entenda como funciona a graduação e se vale a pena para você
Na última sexta-feira (30), o Governo Federal realizou novos cortes no orçamento do Ministério da Educação (MEC) que atinge as universidades e colégios federais. O bloqueio foi feito dois dias antes do 1º turno das eleições de 2022.
Conforme disposto no Decreto 11.216, publicado no dia 30 de setembro e que altera o Decreto nº 10.961, de 11/02/2022, os bloqueios foram de R$ 147 milhões para os colégios federais e de R$ 328 milhões para as universidades federais do país, totalizando 475 milhões de reais cortados.
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Em nota publicada nesta quarta-feira (05), a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) afirmou que o percentual de contingenciamento de 5,8% da verba resultou em uma redução na possibilidade de empenhar despesas das universidades no importe de R$ 328,5 milhões.
Além disso, destacou que, conforme informado em reunião para o próprio Secretário da Educação Superior, Wagner Vilas Boas de Souza, a limitação estabelecida pelo Decreto, que praticamente esgota as possibilidades de pagamentos a partir de agora, é insustentável:
“Este valor, se somado ao montante que já havia sido bloqueado ao longo de 2022, perfaz um total de R$ 763 milhões retirados das universidades federais do orçamento que havia sido aprovado para este ano”, comunica.
Por que o governo cortou verbas das universidades?
Essa não foi a primeira vez que o Governo Federal cortou verbas da educação no país. Em maio, foram bloqueados 14,5% da verba do MEC destinada ao custeio de universidade e institutos federais, equivalendo a uma quantia de 3,23 bilhões de reais.
Uma semana depois, em junho, o governo anunciou a diminuição do bloqueio para 7,2%, no valor de R$ 1,6 bilhão. Entretanto, o valor continuou sendo alto, e, conforme afirmou na época o diretor do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Claudio Alex Jorge da Rocha, as instituições ainda precisavam de uma reversão total do corte.
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Somados aos outros cortes na educação realizados neste ano e de acordo com a nota, o decreto formaliza o contingenciamento de verbas para o Ministério da Educação no valor total de R$ 2.9 bilhões.
Segundo o governo, os cortes foram realizados para cumprir o teto de gastos, regra que determina que o gasto máximo que o governo pode ter é equivalente ao orçamento do ano anterior, corrigido apenas pela inflação do ano vigente. Ainda segundo o governo, este montante de R$ 2.9 bi deve ser recomposto em dezembro.
Em entrevista à GloboNews, o presidente da Andifes, Ricardo Marcelo Fonseca afirmou que este novo bloqueio na educação federal afetará a verba para água, luz, segurança, limpeza e restaurantes e irá “inviabilizar” as universidades:
[O bloqueio de verbas] não vai cortar gordura nem carne, vai cortar no osso. As universidades ficam inviabilizadas com esse contingenciamento”, disse.“
Em vídeo publicado no Twitter na tarde de quinta-feira (6), o ministro da Educação, Victor Godoy, afirma que não houve corte nas universidades e institutos. Segundo ele, o Decreto 11.216 publicado neste sábado traz um “limite temporário na execução dos recursos públicos” e que a situação será revertida em dezembro.
O ministro ainda explica que o motivo deste limite foi a “responsabilidade fiscal” e afirma que as instituições não ficarão sem ajuda, caso precisem:
“Naquelas situações em que as universidades precisem do apoio antes mesmo de dezembro, elas podem procurar o Ministério da Educação, que nós vamos conversar com o Ministério da Economia. Não tem risco de descontinuidade das atividades educacionais nas universidades”, pontua.
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Para o próximo ano, 2023, a previsão do MEC é receber um orçamento com R$ 300 milhões a menos em relação ao valor disponibilizado neste ano para os institutos federais. Assim, a previsão de orçamento para esse setor é R$ 2,1 bilhões.
A informação foi enviada pelo MEC nesta semana aos reitores dos institutos. De acordo com reitores, os cortes de verba têm aumentado nos últimos seis anos.
Toda essa verba é destinada ao pagamento das despesas de custeio, que incluem gastos como água, luz, limpeza e bolsas dos alunos.