Prova objetiva X dissertativa: como estudar para cada vestibular?
Entenda qual a diferença entre questões objetivas e dissertativas e veja como se preparar para cada tipo de prova
Na hora de estudar para o vestibular, é normal encontrar diversos tipos de provas, sendo dois os formatos que mais se destacam: objetiva e dissertativa. Alguns dos vestibulares mais famosos, como a Fuvest, Unicamp e Vunesp, por exemplo, ainda elaboram suas questões utilizando os dois formatos.
As provas objetivas são aquelas que contém questões com alternativas, onde o candidato deve escolher apenas uma correta. Geralmente, cada questão tem cinco opções, mas alguns processos seletivos podem ter quatro ou três.
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Assim, além de passar na prova objetiva, é preciso também fazer a 2ª fase respondendo questões dissertativas, que exigem um conhecimento mais aprofundado do estudante justamente por ter que formular a resposta com suas próprias palavras.
Desta forma, é normal que, durante os estudos, alguns vestibulandos fiquem em dúvida de como estudar para cada modelo de prova.
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Para te ajudar a entender como funciona cada tipo de prova e a saber estudar para cada um, a Revista Quero conversou com o coordenador do pré-universitário do Colégio Rio Branco, Teo Sidarta, que explicou como funciona cada perfil de avaliação e deu dicas de como mandar bem no vestibular. Confira abaixo!
Qual a diferença entre prova objetiva e dissertativa?
As provas objetivas são aquelas que possuem várias alternativas como resposta e o estudante deve escolher qual está correta e assinalar. Em alguns casos, há mais de uma resposta correta que devem ser assinaladas.
Já a prova dissertativa é quando a avaliação exige que o estudante coloque a sua resposta por escrito, de forma original e a partir de seus próprios conhecimentos.
Como forma de exemplificar, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e as primeiras fases de vestibulares famosos como Fuvest, Unesp e Unicamp são todos no formato de prova objetiva. Já as segundas fases desses vestibulares são provas dissertativas, nas quais o candidato deve escrever a resposta de cada questão, e não assinalar.
Segundo o coordenador Teo Sidarta, as maiores diferenças entre as questões objetivas e dissertativas é que nas objetivas não tem como “discutir” com o exercício. O que muitas pessoas fazem é justamente isso, por ter várias alternativas, ficam muito tempo na questão com medo de não assinalar a resposta correta, e acabam criando várias interpretações que levam ao erro. Por isso é que o coordenador indica ser mais direto ao marcar a resposta:
“Leia o exercício e verifique se aquele conteúdo você domina ou não. Se você domina, coloca a resposta que você se sente mais seguro e não volte àquele exercício. A nossa tendência é terminar a prova, voltar pra questão e tentar mudar, e uma boa parte das vezes a gente acaba errando. Nas questões objetivas, o essencial é não discutir com a prova e usar os seus conhecimentos prévios”, enfatiza.
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Questões dissertativas são mais difíceis?
Algumas pessoas alegam que as provas dissertativas são mais difíceis pelo participante ter que escrever toda a sua resposta, ou, no caso de uma questão de exatas, ter que mostrar todas as contas necessárias para se chegar no resultado correto.
De fato, as questões dissertativas exigem bastante conhecimento e caso a pessoa não saiba a resposta correta, a chance de acertar aquela questão é praticamente nula, visto que ela teria que escrever a resposta e não tem como “chutar”.
Entretanto, em comparação, isso não necessariamente significa que uma prova de questões objetivas seja muito fácil porque, independente do formato da prova, o aluno que deseja fazer uma boa pontuação deve se dedicar para aprender os conteúdos e assim saber qual a resposta certa dentro das alternativas apresentadas.
De acordo com o coordenador, nas questões dissertativas, o principal é se “ater ao comando da questão, ao enunciado”, ou seja, entender qual pergunta está sendo feita para encontrar a melhor forma de responder. Além disso, na hora de responder, é importante saber equilibrar o tamanho da resposta.
“A gente tende a querer mostrar conhecimento, então na dissertativa o que você precisa buscar é o equilíbrio em escrever, ser sintético o suficiente pra que você seja compreendido e ser analítico o suficiente para também se fazer compreendido. A resposta não deve ser nem tão pequena, nem tão grande, deve ser exatamente o que se pede na medida do exercício“, explica.
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Como estudar para uma prova dissertativa?
O coordenador ainda ressalta algumas dicas na hora de estudar especificamente para provas dissertativas, confira abaixo:
- Refaça questões dos vestibulares anteriores: uma ótima forma de treinar para esse tipo de prova é responder as questões de edições anteriores do vestibular desejado. É indicado, por exemplo, refazer provas mesmo já sabendo a resposta do gabarito. Dessa forma o estudante estará “aprendendo a responder”, treinando a sua organização de pensamento e construção de respostas.
“Quando é dissertativa, a gente tem que treinar a resposta, às vezes a resposta está dentro da gente, mas não conseguimos escrever. Então, diferente da objetiva, que é você deixar sair o conhecimento que você tem, na dissertativa você deve organizar e construir a resposta diante de uma situação que lhe é apresentada”, afirma.
- Peça para amigos e/ou professores lerem sua resposta: essa é uma forma eficiente de descobrir se a sua resposta está bem elaborada e entendível, não só para você, mas para qualquer um que leia. Caso a resposta não esteja clara para um amigo, por exemplo, dificilmente ela estará bem elaborada para um corretor de vestibular.
“O ideal é que você tenha uns 2 ou 3 amigos de confiança e você apresente a resolução para ver se eles entendem. Quando todo mundo que leu, compreendeu a sua resposta, essa é a chamada resposta perfeita”.
- Compare a sua resolução com outras: ao fazer um simulado ou refazer a 2ª fase de um vestibular, é importante comparar as suas respostas com a de outras pessoas, não somente com o gabarito oficial. Neste ponto, montar um grupo com pessoas que desejam prestar o mesmo vestibular e depois comparar as respostas para ver qual se aproxima mais do gabarito é uma ótima estratégia.
“Muitos estudantes só comparam suas respostas com aquelas que vem dos vestibulares, que estão tão completas e tão distantes da sua realidade, que eles pensam que jamais conseguiriam fazer uma resposta desse jeito”. Segundo o coordenador, é preciso enxergar os “micro níveis de melhora”, ou seja, aprimorar a sua resposta a partir do exemplo de outras que estejam mais completas e só então comparar com as resoluções oficiais e perfeitas.
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Como estudar para uma prova objetiva como o Enem?
O Enem é uma avaliação longa e conteudista, composta totalmente por questões objetivas e uma redação, o que exige bastante atenção dos estudantes. Segundo o coordenador, a melhor forma de se preparar para uma prova como o Enem é entender o jeito que a prova é elaborada e treinar a partir de questões de provas anteriores. Outras dicas são:
Estudar apenas os conteúdos que realmente caem na prova: existem conteúdos que nunca caíram no Enem e outros que sempre estão presentes, então não adianta querer estudar tudo. Saiba quais conteúdos serão cobrados e foque neles.
Verificar qual conteúdo você erra com frequência: se você está com dificuldade em algum componente, como matemática, por exemplo, na hora de estudar é indicado separar um tempo específico para treinar apenas questões desta matéria e tentar tirar todas as dúvidas.
Encontre semelhanças nas provas: na hora de estudar, uma boa estratégia pode ser analisar as provas de anos anteriores para encontrar quais conteúdos caíram várias vezes e assim direcionar melhor seus estudos.
Começar pela matéria mais fácil pra você: na hora de fazer a prova, iniciar pelas matérias com as quais você tem mais afinidade pode ser bom para já garantir os acertos, pelo menos das questões consideradas fáceis e médias. O coordenador explica:
“Ainda que você tenha o mesmo número de acertos que o outro concorrente, se você errar as fáceis, sua nota vai ser menor. Então deixe as difíceis por último e faça primeiro as mais fáceis para garantir”.
Ler com atenção o enunciado: muitas pessoas não leem o que o enunciado da questão realmente está perguntando e erram a questão “por bobeira”. Por isso, para encontrar a alternativa correta, é muito importante se atentar ao que está sendo questionado.
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Fuvest, Unicamp e Unesp: como estudar para cada vestibular?
Todos estes três vestibulares possuem os dois formatos de prova: a primeira fase é feita com questões objetivas e, para aqueles aprovados, a segunda fase é realizada totalmente de forma dissertativa. Assim, apesar de terem semelhanças, são três vestibulares distintos que possuem suas particularidades, principalmente na hora de estudar.
Segundo Teo Sidarta, entre os três, a Fuvest é considerada a prova mais difícil por ser a mais abrangente, englobando praticamente todos os conteúdos do ensino médio, o que exige bastante conhecimento do candidato. Além disso, o vestibular da USP é caracterizado por um grau de complexidade das questões objetivas mais elevado, o que faz com que muitos não consigam terminar a prova a tempo.
Diante desses pontos, duas estratégias que valem tanto para a prova objetiva (1ª fase) quanto para a dissertativa (2ª fase) se destacam: identificar quais questões farão você perder muito tempo e deixá-las para o final, além de cronometrar qual o tempo necessário para fazer uma questão, o que pode variar dependendo da matéria.
“Muitos não conseguem nem terminar a prova da Fuvest e resolver todas as questões, então é importante traçar estratégias para administrar melhor o tempo, saber em qual matéria você está perdendo tempo e se vale a pena investir um tempo maior nela”, ressalta.
No caso do vestibular da Unesp, o coordenador relata que ele é parecido com a Fuvest no quesito abrangência de assuntos, mas possui um nível menor de profundidade. É uma prova caracterizada por ter conteúdos específicos de filosofia, sociologia e geografia, por exemplo.
“As sugestões que valem pra Fuvest valem pra Unesp, mas é preciso se atentar aos conteúdos programados. Se você for estudar especificamente pra Unesp, tem alguns conteúdos que só caem nesse vestibular”, pontua o coordenador.
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Já o vestibular da Unicamp é conhecido por cobrar os conteúdos de uma forma mais geral e menos específica, além de possuir uma grande quantidade de questões que exigem interpretação de texto e conhecimento de atualidades. Assim, além de se manter atualizado sobre as principais notícias diariamente, uma outra dica é ter atenção e foco na hora de ler e interpretar a prova, principalmente nas questões objetivas:
“Apesar de ter 4 alternativas para assinalar, isso não é necessariamente mais fácil, porque elas podem te deixar em dúvida. Por isso, na hora de ler o enunciado, é importante procurar o comando da questão, qual é a pergunta, porque a tendência é a gente ler o contexto e se perder nas alternativas”, reitera.
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