Apesar de conseguir analisar os caracteres hereditários que expressam uma característica, Mendel queria estudar a relação entre duas ou mais características nos mecanismos de herança. Para isso, ele analisou as características: cor e textura das sementes.
Ao realizar o mesmo procedimento experimental da Primeira Lei, Mendel cruzou linhagens puras de ervilhas com sementes amarelas e lisas (características dominantes) com linhagens puras de ervilhas de sementes verdes e rugosas (características recessivas).
Como esperado, a geração F1 era composta de ervilhas com sementes amarelas e lisas. Ao promover a autofecundação da geração F1, Mendel observou linhagens híbridas de características diferentes. Em uma geração F2 de 16 indivíduos:
- 9 possuíam sementes amarelas e lisas;
- 3 possuíam sementes verdes e lisas;
- 3 possuíam sementes amarelas e rugosas;
- 1 possuía semente verde e rugosa.
Dessa forma, Mendel considerou que as características eram passadas de forma independente, ou seja, os fatores de características diferentes eram segregados independentemente, gerando indivíduos de características não relacionadas (uma semente amarela não necessariamente será lisa, e uma semente verde não necessariamente será rugosa).
Essa segunda Lei de Mendel foi chamada de Lei da Segregação Independente, Separação Independente dos Fatores ou apenas de Diibridismo e diz:
"Características diferentes são herdadas independentemente das diferenças em outras características observadas".
Atualmente, com os avanços genéticos, já é possível saber que esses fatores são os genes e que esse par de fatores são os genes alelos encontrados em cromossomos homólogos.
Figura: Diagrama de Punnett, que esquematiza toda a Geração F2 com base nos gametas da Geração F1.
No caso da figura acima, o gene V é responsável pela cor amarela e é dominante em relação ao gene v, que expressa a cor verde. A mesma coisa ocorre com a textura das sementes. O gene R expressa a textura lisa e é dominante em relação ao gene r, que expressa a textura rugosa.
Importância das Leis de Mendel
As Leis de Mendel foram publicadas em 1865, em um período difícil no cenário da ciência. Pouco se sabia sobre DNA e material genético, meiose, e os mecanismos hereditários não eram nem um pouco compreendidos na época. Apesar disso, seus resultados continham dados concretos e esclarecedores sobre a hereditariedade.
Após 35 anos, o trabalho de Mendel foi “redescoberto” por outros cientistas que reproduziram suas técnicas e observações e utilizaram seu trabalho como base em outras pesquisas sobre hereditariedade. Assim, suas Leis mostraram-se universais e ele foi considerado o “Pai da Genética”.
Seu trabalho foi extremamente importante pois forneceu informações valiosas sobre hereditariedade que serviram como base para diversos estudos e são utilizadas até hoje.