O Manifesto Comunista foi produzido por Marx e Engels e publicado em 1848, ano em que se espalharam diversas revoltas populares em vários países europeus, conhecidas como a "Primavera dos Povos".
Neste contexto, como programa da Liga dos Comunistas e a participação dos pensadores no II Congresso da Internacional Comunista, Marx e Engels escreveram o manifesto como uma resposta aos problemas sociais e políticos da época, consequências diretas do novo ordenamento social pós Revolução Industrial e como uma proposta para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
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O "Manifesto Comunista" é uma obra escrita por Karl Marx e Friedrich Engels e publicada em 1848. A obra é um dos principais textos filosóficos do pensamento político e social do século XIX e se tornou um marco na história da luta pela igualdade social a partir da tomada de poder pelo proletariado e organizado sob a filosofia política, social e econômica chamada de comunismo, passando antes pelo estado de transição socialista.
O "Manifesto Comunista" foi escrito em meio a um contexto histórico e social conturbado na Europa, marcado por crises econômicas e políticas, revoltas populares e a ascensão do movimento operário, frutos do avanço do processo industrial.
Karl Marx foi um filósofo, economista e sociólogo alemão, nascido em 1818. Marx dedicou sua vida ao estudo das relações sociais, econômicas e políticas da sociedade, e é considerado o fundador do socialismo científico.
Já Friedrich Engels foi um filósofo, sociólogo e empresário alemão, nascido em 1820, que se tornou amigo, financiador e colaborador de Marx.
Engels contribuiu significativamente para o desenvolvimento do pensamento socialista, e sua obra "A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra" foi uma importante inspiração para o "Manifesto Comunista".
Estátua de Karl Marx em Trier, Alemanha.
Estátua de Marx e Engels. Berlim, Alemanha.
Os princípios e ideologia do comunismo são baseados na premissa de que a propriedade privada é a fonte das desigualdades, injustiças sociais, e domínio e opressão de uma classe, a burguesia, sobre outra, o proletariado.A sociedade deveriam então, ser organizada de forma coletiva e igualitária, sem a exploração de classes.
O comunismo propõe a construção de uma sociedade sem classes, na qual a propriedade dos meios de produção seja coletiva e os benefícios sejam compartilhados igualmente por todos os membros da sociedade. Na teoria marxista, para se chegar ao comunismo, é preciso antes passar pelo socialismo.
Dentre os principais ideais do comunismo, destacam-se:
O comunismo propõe a abolição da propriedade privada e dos meios de produção, como terras, fábricas e maquinários. Esses bens seriam de propriedade coletiva, pertencentes a todos os membros da sociedade.
O comunismo busca a eliminação das desigualdades sociais, econômicas e políticas, baseadas nas diferenças de classes sociais e na exploração do trabalho e portanto, o fim das classes sociais.
O comunismo propõe a construção de uma sociedade na qual todos os membros tenham acesso igualitário aos bens e serviços produzidos, independentemente de sua origem social ou econômica.
O comunismo defende a organização coletiva da produção e do trabalho, a fim de garantir que todos os membros da sociedade possam contribuir e receber os benefícios gerados.
O comunismo busca a superação do Estado como uma instituição de dominação e controle social, substituindo-o por uma organização coletiva da sociedade, baseada na democracia direta e na participação popular.
Também são características do comunismo:
No entanto, é importante destacar que existem diferentes correntes dentro do comunismo, que apresentam diferentes abordagens e propostas para a construção de uma sociedade comunista.
Foice e martelo, símbolos do comunismo.
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As ideias de igualdade e divisão igualitária de bens e riqueza foram tratadas não só por Marx e Engels. Mao tsé Tung, pensador e ex-presidente da China, também apresentou propostas para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e mais igualitária. Nem todas as vertentes do comunismo concordam com todos os pontos e caminhos apresentados por Engels e Marx.
Em algumas vertentes, o Manifesto e outros escritos de Marx e Engels servem de base, seja para acrescentar novas ideias, para retirar, criticar, modificar ou ajustar itens e ideias apresentadas pelos pensadores. Conheça abaixo as principais vertentes do comunismo e algumas de suas características.
É uma vertente do comunismo que se baseia nas ideias de Karl Marx e Friedrich Engels, mas que também incorpora as ideias de Vladimir Lenin. Essa vertente propõe a construção de um partido político revolucionário que iria liderar a luta contra o capitalismo e a criação de um Estado socialista para garantir a transição para o comunismo.
É uma vertente do comunismo que rejeita a ideia de um Estado socialista como meio para a transição para o comunismo. Em vez disso, essa vertente propõe a abolição imediata do Estado e a construção de uma sociedade comunista descentralizada, baseada na autogestão e na livre associação dos indivíduos.
É uma vertente do comunismo que tem como base a ideia de que a liberdade individual e a igualdade social são inseparáveis. Essa vertente propõe a construção de uma sociedade comunista baseada na liberdade individual, na democracia direta e na igualdade social, e rejeita a ideia de um Estado socialista como meio para a transição para o comunismo.
É uma vertente do comunismo que propõe a organização da produção e da sociedade por meio de conselhos de trabalhadores, em que cada trabalhador teria voz e voto na tomada de decisões. Essa vertente rejeita a ideia de um partido político revolucionário e propõe a construção do comunismo a partir da organização dos trabalhadores em conselhos.
É uma vertente do comunismo que se baseia nas ideias de Mao Tse-tung, líder da Revolução Chinesa de 1949. Essa vertente propõe a construção de um partido político revolucionário liderado pelos camponeses e trabalhadores e a luta armada contra o imperialismo e o capitalismo. O maoísmo também enfatiza a importância da luta cultural e da mobilização popular para a construção do comunismo.
O "Manifesto Comunista" teve um impacto profundo na história política e social do mundo, e seu legado continua presente até hoje. A obra é considerada um dos textos fundadores do socialismo e do comunismo modernos, e teve um papel importante na formação de movimentos políticos e sociais em todo o mundo.
Entre os principais impactos do "Manifesto Comunista", destacam-se:
1. Influência no movimento operário
O manifesto foi escrito em um momento de intensas lutas operárias na Europa, e sua mensagem ressoou profundamente entre os trabalhadores. A obra foi amplamente difundida entre os sindicatos e movimentos operários, e se tornou uma importante referência para a luta pela melhoria das condições de vida e trabalho da classe trabalhadora, fim da opressão da burguesia sobre o proletariado e fim das desigualdades sociais e de classe..
2. Desenvolvimento do pensamento socialista e comunista
O "Manifesto Comunista" apresentou uma análise crítica do sistema capitalista e propôs uma alternativa socialista e comunista para a organização da sociedade. Essas ideias influenciaram profundamente o pensamento político e social do mundo, e inspiraram a criação de outras correntes do socialismo e do comunismo ao longo do século XX.
3. Contribuição para a derrubada de regimes autoritários
O "Manifesto Comunista" foi uma fonte de inspiração para muitos movimentos de libertação nacional e lutas anti-coloniais em todo o mundo. A obra também serviu de inspiração para a luta contra regimes autoritários, como foi o caso da queda do Muro de Berlim e do fim do regime comunista na União Soviética.
4. Desenvolvimento do pensamento crítico
O "Manifesto Comunista" apresentou uma análise crítica da sociedade capitalista, e propôs uma alternativa socialista e comunista para a organização da sociedade. Essa abordagem crítica influenciou profundamente o desenvolvimento do pensamento crítico em todo o mundo, e serviu de base para outras correntes críticas ao capitalismo.
Uma das principais críticas ao comunismo é a violação de direitos humanos. Em muitos regimes comunistas, a supressão da liberdade de expressão, de associação e de imprensa, bem como a perseguição política e repressão a dissidentes foram características frequentes. Isso gerou críticas sobre o caráter autoritário do comunismo e a falta de liberdades individuais.
Outra crítica frequentemente feita ao comunismo é que ele não fornece incentivos para o desenvolvimento pessoal e profissional, o que pode levar a falta de inovação e de progresso econômico e social. Muitas críticas ao comunismo se concentram na falta de eficiência do sistema econômico, que pode levar a escassez de bens e serviços, falta de investimentos e estagnação econômica. Além disso, muitas críticas ao comunismo são baseadas na relação do sistema com regimes autoritários, como foi o caso da União Soviética, China, Cuba, entre outros, o que gerou críticas sobre o caráter antidemocrático do comunismo.
No entanto, é importante lembrar que essas críticas não são exclusivas do comunismo e podem ser direcionadas a outros sistemas políticos e sociais. Além disso, existem diferentes correntes dentro do comunismo, cada uma com suas próprias particularidades e formas de abordar essas questões. O anarco-comunismo, por exemplo, rejeita a ideia de um Estado socialista como meio para a transição para o comunismo, e propõe a abolição imediata do Estado e a construção de uma sociedade comunista descentralizada, baseada na autogestão e na livre associação dos indivíduos.
O comunismo ainda é uma ideologia presente na atualidade, embora tenha perdido grande parte da influência que teve durante o século XX. Após a queda do Muro de Berlim e o fim do regime comunista na União Soviética, muitos argumentaram que o comunismo havia perdido sua relevância e estava fadado ao esquecimento. No entanto, a ideologia comunista ainda é defendida e praticada por grupos e movimentos políticos em todo o mundo.
Na China, por exemplo, o Partido Comunista Chinês ainda está no poder e defende uma forma de comunismo adaptada à realidade do país. O mesmo ocorre em Cuba, onde o Partido Comunista Cubano ainda controla o governo e a economia do país. Em outros países, como Nepal e Índia, partidos comunistas ainda exercem influência política e buscam implementar políticas socialistas e comunistas.
Além disso, movimentos e organizações sociais em todo o mundo ainda defendem ideias e propostas comunistas. O anarco-comunismo, por exemplo, tem ganhado força em movimentos sociais e coletivos ativistas, especialmente no que diz respeito à luta contra o capitalismo e a defesa da autogestão e da solidariedade.
Essas obras são algumas entre várias que oferecem uma ampla gama de perspectivas sobre o comunismo, desde a obra fundadora de Marx e Engels até críticas e análises contemporâneas da ideologia e suas implicações na sociedade. Cada obra contribui para uma compreensão mais profunda do comunismo e das diferentes correntes que se desenvolveram a partir dessa ideologia.
O comunismo não é apenas uma corrente de pensamento que tem como objetivo único por fim as desigualdades sociais. O modelo filosófico e ideológico pensado, principalmente por Marx e Engels pensa no fim do modelo econômico e nas ideologias que moldam o capitalismo, dentre elas o fim da exploração opressora do proletariado pela burguesia, o fim das classes sociais, da posse exclusiva dos meios de produção pela burguesia e o fim da exploração do homem pelo homem.
O modelo marxista é pensado levando em consideração uma série de elementos sociais, políticos, econômicos, ideológicos e filosóficos. É uma análise ampla e criteriosa e crítica dos problemas causados pelo capitalismo
Ainda na teoria desenvolvida por Marx e Engels, para se chegar ao comunismo e garantir o fim total do capitalismo, as sociedades precisariam passar por um período de transição e organização, o socialismo. Embora existam muitas vertentes que discutem a igualdade e o fim das diferenças sociais e econômicas, é possível afirmar que boa parte dessas correntes parte das ideias apresentadas por Marx e Engels no manifesto de 1848 e em diversos outros escritos dos pensadores.
A partir das ideias de Engels e Marx, pensadores de diferentes partes do mundo e em diferentes momentos históricos, puderam desenvolver diversas análises críticas para o fim do capitalismo,das desigualdades sociais e opressões de classes estabelecidas. Seja para criticar, propor novas visões e modelos, é essencial compreender a importância do Manifesto para o desenvolvimento das ideias anticapitalistas.
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(UERJ)
“O permanente revolucionar da produção, o abalar ininterrupto de todas as condições sociais, a incerteza e o movimento eternos distinguem a época de todas as outras. Todas as relações fixas e enferrujadas, com seu cortejo de representações e concepções são dissolvidas, todas as relações recém-formadas envelhecem antes de poderem ossificar-se. Tudo que era sólido se volatiza, e os homens são por fim obrigados a encarar com os olhos bem abertos a sua posição na vida.”
Karl Marx e Fredrich Engels. Adaptado do Manifesto do Partido Comunista.
Em 1848, na defesa de uma nova sociedade, o Manifesto Comunista criticou as transformações advindas da modernização capitalista nos países da Europa Ocidental.
Dois aspectos dessa modernização, então criticados, foram: